sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os sete aspectos da santificação cristã




 


Consagração de Arão e seus filhos como Sacerdotes




Por: Jânio Santos de Oliveira


Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara -


Duque de Caxias - RJ
 



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


Muito se fala em avivamento hoje, mas para haver avivamento é preciso primeiro se santificar. O Espírito Santo não repousa sobre lugar sujo, por isso aquela pomba que pousou sobre Jesus mostrou que Ele é o Filho de Deus, como sinal de que devemos imitá-lo santificando nossas vidas.
O que significa santidade? É não ter pecado nenhum? Santidade é se separar para Deus, ser exclusivo do senhor, lutar contra todo pecado e caso pequemos, por que somos carnais, nos arrependemos e pedimos perdão fugindo do pecado sempre.


I.                    Definindo a santificação

A santificação é a separação de alguém ou de alguma coisa, do mal para Deus. Santificação é o processo pelo qual Deus conforma a vida e a conduta do crente à imagem de Cristo.

Quando alguém é justificado, Deus declara-o justo; é alguma coisa que Deus opera POR nós. Mas a santificação é algo que Deus opera EM nós. A justificação coloca-nos em relação certa com Deus, mas a santificação manifesta o fruto daquela relação. O fruto manifesta-se por uma separação do mal e uma consagração a Deus.

A palavra santificar, na língua original da Bíblia, significa cortar ou apartar, portanto, representa como Deus nos aparta do mundo, e também aparta de nós o mundo
Quando mencionamos a palavra santidade, muitas vezes o que nos vêm a mente, é algo muito difícil, que não conseguiremos nunca e achamos que só aqueles mais certinhos – quietinhos, calados ou que se vestem de modo santo - é que conseguem viver assim. Realmente, esta é a idéia que muitas pessoas têm de santidade, algo visto, contemplado exteriormente; porém a santidade começa no coração.
Esta realidade vivida por muitos se assemelha a uma exortação que Jesus fez aos escribas e fariseus, pois se preocupam com o exterior (leis, regras) do que com o interior (coração) Mt 23:25-29. Jesus mostra para aqueles homens que a pureza do homem começa no coração. “O Senhor, contudo, disse a Samuel: ‘Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração’”. I Samuel 16:7.
Entendendo a santificação:
- Santificação é uma obra progressiva da parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres mais do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente. Por exemplo: quando uma pessoa que falava mentira se arrepende, nessa área ela cresceu, conseqüentemente está sendo mais semelhante a Cristo.
- Uma vez que nascemos de novo não podemos continuar pecando como um hábito ou como um padrão de vida (I J0 3:9).
- A santificação é um alvo de modo cristão, a partir do momento que a pessoa aceita a Cristo (I Pe 1:16), o seu desejo é ser como seu mestre; Cristo é nosso referencial de vida. Através do exemplo, e das palavras, podemos ver que conseguimos vencer cada obstáculo que vem sobre as nossas vidas.
- A Bíblia diz em Rm 6:11, 14, que “o pecado não terá domínio sobre nós”, portanto não somos mais escravos do pecado, isto significa que nós cristãos por meio do auxilio do poder do Espírito Santo, temos poder para superar as tentações e seduções do pecado.
- A santidade é um processo na vida do cristão. Paulo diz, que por toda a nossa vida cristã, estaremos sendo aperfeiçoados. “Todos nós.. somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem”.(II Co 3:18). Gradualmente nos tornamos cada vez mais semelhantes a Cristo, conforme avançamos na vida cristã.
- Muitos adolescentes quando voltam de algum evento da Igreja (acampamento, encontro, culto, congresso), acham que tudo vai mudar de um dia para o outro. Isso não é verdade, apesar dessa motivação ser natural, o adolescente deve procurar um líder para orientá-lo, a partir do momento que esse decidiu mudar, fazendo assim ficará mais fácil lidar com as tentações que viram no decorrer dos dias.
- Santidade não é deixar de fazer, mas fazer conforme a palavra de Deus.


II.                  A Santificação envolve:

1. Separação do mundo, de todo o mal e impureza

  « Ouvi-me, ó levitas, santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santuário a imundícia (2 Cr 29.5)

Outras passagens indicam que a santificação exige separação da impureza ( 2 Cr 35:6; Êx 19:10, 15; I Cr 15:12; Js 3:5 ; Jó 1:5. Com bastante atenção leia cada um destes versículos e verá que todos falam da purificação pessoal.

2. Consagração a Deus

Uma pessoa, um lugar ou uma coisa separada ou dedicada exclusivamente para o serviço de Deus, é consagrada. No Velho Testamento lemos que casas eram santificadas ao Senhor:«E quando algum santificar a sua casa, para ser santa ao Senhor, o sacerdote a avaliará, seja boa ou seja má; como o sacerdote a avaliar, assim será »; também Salomão, depois que terminou, consagrou o templo a Deus; pessoas foram consagradas a Deus – por exemplo, Jeremias « Antes que te formasse no ventre, te conheci, e, antes que saísses da madre, te santifiquei (consagrei ); às nações te dei por profeta».

3. Vida Santa

O resultado da santificação, purificação do pecado e consagração a Deus, é uma vida santa. A nova natureza de alguém que foi recriado em Cristo deseja apenas o que é puro, justo e incontaminado. À medida que Deus santifica o crente e este se santifica a si mesmo, a natureza moral de Deus – a santidade – forma-se na sua vida. Através do processo de santificação, Deus está a preparar o crente para o Seu reino:

 « Como, também, nos elegeu nele, antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis, diante dele em amor ». Efésios 1:4

Portanto, a todo aquele que nasceu de novo, em Cristo, é-lhe requerido uma vida santa. Toda as nossas palavras, pensamentos e ação têm de estar sujeitos ao controle do Espírito de Deus.

Viver uma vida santa é um mandamento das Escrituras:

  « Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e diz-lhes: Santos sereis, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo ( Lv 20:7)  Portanto, santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus ( Lv 19.2)

Ao ler estes versículos, compreendemos que Deus quer que o seu povo se separe do mal e da impureza, que seja conhecido, pela sua conduta e desejo de servir apenas a Deus.

« Mas, como é santo aquele que vos chamou SEDE VÓS, TAMBÉM, SANTOS em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: SEDE SANTOS, PORQUE EU SOU SANTO (I Pe 1.15, 16)
A santidade de Deus é o modelo que temos para a nossa vida. A Bíblia diz em 1 Pedro 1:15 “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento.” 

A santidade de Deus não tolera o pecado. A Bíblia diz em Isaías 59:2 “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça.” 

Santidade é um dom da graça de Deus. A Bíblia diz em Êxodo 19:5-6 “Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra; e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.” 
Quanto mais lemos a Palavra de Deus mais santidade adquirimos. A Bíblia diz em João 17:17 “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.”

III.                QUANDO SE DÁ A SANTIFICAÇÃO

Ninguém pode ter uma vida vitoriosa em Cristo se não souber quem é em Cristo. Nós sabemos que Deus fez o mundo perfeito. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, dando instruções ao homem. Mas o homem falhou. O fato é que uma pessoa que nunca tenha entregado a sua vida a Jesus é um pecador, é uma pessoa com a natureza errada.

Há pessoas que descaradamente dizem e pensam que são muito boas:“Pastor, eu nunca fiz nem desejei mal a ninguém”. Mas a todo o tempo falam mal dos outros e fazem asneiras sem fim. Basta uma pessoa mentir uma vez para ter já pecado transgredindo a Lei de Deus; basta uma pessoa não ligar a Deus, não Lhe prestar homenagem, não O honrar naquilo que Ele manda fazer.

Devemos, pois, compreender que aos olhos de Deus não há uma pessoa justa à face da Terra. Todos transgrediram e aborreceram a Deus. Deus irrita-se de tal modo que nem fala às pessoas quando estas O aborrecem vezes sem fim. Mas Deus tem grande paciência e a Sua graça permite que este mundo continue a existir.

Quem teima em pensar que é uma grande e importante pessoa, está apenas a enganar-se a si próprio. Nem aos outros consegue enganar. Se alguém pensa desta maneira, pode desde já ficar, a saber, que não nos engana muito menos a Deus.

Na vida de um cristão há dois tipos de Santificação:
- Santificação Instantânea;
- Santificação Progressiva.

A. A SANTIFICAÇÃO INSTÂNTANEA

Dá-se no instante em que uma pessoa recebe Jesus como Salvador, e consiste em Jesus perdoar e apagar todos os pecados dessa pessoa, desde o dia em que nasceu até à data que se entregou a Jesus.

Quem é que pode ser considerado SANTO?

Todo o indivíduo que recebeu Jesus como Salvador foi feito uma nova criatura, foi feito um filho de Deus, foi santificado, lavado, liberto dos seus pecados, pelo Senhor Jesus Cristo. Santo não é uma pessoa que nunca falha na vida, ou que é perfeito. E é por esta razão que é chamado de SANTO. Vejamos o que diz o apóstolo Paulo:

 « … Aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que, em todo o lugar, invocam o nome do nosso Senhor Jesus Cristo (I Co 1:2)

Isto se refere a todos os cristãos que vivem em todas as partes do mundo e que receberam Jesus Cristo. Vemos, pois, pela Bíblia, que todos os irmãos em Cristo em todas as partes do mundo são SANTOS. Não somos santos por mérito próprio. Não podemos comprar a santidade com as nossas obras. Somos santos porque Jesus derramou o Seu Sangue por nós, para nos santificar dos nossos pecados e nos reconciliou com Deus, o Pai.

Não sou eu que me faço a mim próprio santo; não é você que se faz a si próprio santo e não é nenhum homem que pode intitular uma pessoa de santo. Só Deus o pode fazer. E Deus fez-nos Santos à custa do sacrifício de Jesus e não à custa das nossas obras. Todos nós quando nascemos trazemos a natureza errada, por causa de Adão e Eva e, além disso, também pecamos. Não há ninguém que não peque. Se não fosse Jesus morrer por nós para nos lavar e purificar dos nossos pecados, não tínhamos qualquer hipótese de entrar no reino de Deus.

«Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado. “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Rm 3.9-10)

« Porque todos pecaram e destituído estão da glória de Deus (Rm 3.23)

Todos nós, antes de termos entregue a nossa vida a Jesus, éramos pecadores, e estávamos condenados à perdição eterna. Algumas pessoas não se apercebem deste fato, e pensam que um dia Deus as salvará, porque elas são boas pessoas, pagam as suas contas, não desejam mal a ninguém.

Mas isto é um grande engano. Aos olhos de Deus é tão grave matar, roubar e adulterar, como é mentir, criticar e falar mal de outras pessoas. Éramos estranhos e inimigos de Deus, por causa das nossas más obras. Mas Jesus derramou o Seu sangue na Cruz para pagar pelos nossos pecados, e para nos poder apresentar a Deus Pai SANTOS, IRREPREENSÍVEIS E INCULPÁVEIS.

Ao recebermos Jesus como nosso Salvador e Senhor, Jesus nos limpa de todos os pecados e nos apresenta a Deus: SANTOS; IRREPREENSÍVEIS; INCULPÁVEIS
Quando éramos pecadores, estávamos debaixo do poder do diabo. Éramos escravos do diabo quer acreditássemos quer não. E quando nascemos de novo ao receber Jesus, Ele liberta-nos das garras do diabo, da escravidão de satanás, e nos pôs no reino de Deus.

  «O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor ( Cl 1:13)

B. A SANTIFICAÇAO PROGRESSIVA

Esta santificação da responsabilidade do crente, que já nasceu de novo, e consiste em confessar os seus pecados a Deus, depois do dia que recebeu Jesus, e também em começar a viver de acordo com um padrão de Vida agradável a Deus.

O caminho da santidade é uma aventura conjunta entre Deus e o cristão. Ninguém pode atingir qualquer grau de santidade se Deus não trabalhar na sua vida, mas também é absolutamente certo que ninguém a atingirá sem esforço da sua parte. Deus fez com que pudéssemos andar em santidade. Contudo, Ele deu-nos a responsabilidade de andarmos; não fará isso por nós.
Nós, cristãos, gostamos muito de falar a respeito da provisão de Deus, da maneira como Cristo venceu o pecado na cruz e nos deu o Seu Espírito Santo para nos capacitar a ganhar a vitória sobre o pecado. Mas, em geral, não somos tão prontos a falar da nossa própria responsabilidade de andar em santidade.
Todos nós nos debatemos com a pergunta:

«Que é que eu devo fazer, e o que é que devo esperar de Deus? »

Afinal o que é que a Bíblia ensina sobre esta pertinente questão? Qual é a minha responsabilidade em procurar essa Santidade? Há um processo para a atingir que requer diligência e é uma tarefa para toda a vida.

Agora sou salvo, sou uma nova criatura, um filho de Deus, Santo e Justo, livre dos meus pecados anteriores.

Mas será que nunca mais pecarei? Infelizmente não é assim. Depois de recebermos Jesus, por muita vontade e determinação que tenhamos em fazer só o bem, de vez em quando pecamos, fazendo o que não devíamos. Agora se põe a questão: temos solução? Felizmente que sim, já que Jesus também providenciou para esses pecados posteriores à nossa conversão.

«Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça ( I Jo1.8-9)

Santificação começa no dia em nascemos de novo, mas cabe a nós fazê-la com a ajuda do Espírito Santo; consiste em vivermos de acordo com um padrão agradável a Deus; consiste em tornarmo-nos cada vez mais parecidos com Jesus Cristo. A santificação progressiva produz frutos – O amor AGAPE (frutos do espírito renovado – I Co 13):

- Mansidão

- Temperança

- Gozo

- Paz

- Longanimidade (qualidade de suportar adversidades, injustiças e perseguições, sem resmungar e esperando pacientemente as melhoras dos que nos atacam)

- Benignidade

- Bondade

- Fidelidade
IV.  Motivos para a obediência a Deus na vida cristã:
1- O desejo de agradecer a Deus e de expressar nosso amor por ele. (JO 14:15).
2- A necessidade de manter uma consciência limpa diante de Deus.
3- O desejo de ser um “utensílio” para honra e glória de Deus. (2 Tm2.20-21)
4- Desejo de ver os incrédulos vindo a Cristo por terem observado nossa vida (I Pe3.1-2)
5- O desejo de receber as bênçãos atuais de Deus sobre nossa vida e ministério.
6- Desejo de evitar o desprezar e a disciplina de Deus sobre nós.
7- Anseio por andar mais próximo de Deus (Mt 5:8).
8- Anseio de fazer o que Deus ordena, simplesmente porque Seus mandamentos são corretos e nos deleitamos em fazer o que é correto.



V.                                    A Santidade é uma Exigência de Deus

Houve na cruz um momento difícil de ser entendido. Não estamos capacitados para esclarecer a profundidade do clamor que saiu dos lábios do Filho de Deus: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27.46). Mas quando examinamos a Escritura e vemos seu ensino com respeito ao significado da Sua morte na cruz, temos alguns vislumbres do por que daquele terrível brado. O profeta assim o expressa: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Foi isto o que aconteceu no Calvário.

Você e eu somos pecaminosos; nós temos pecado em nós e precisamos morrer porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Mas Nele não havia pecado, e, porque não havia pecado Nele, foi gloriosamente possível para Deus colocar sobre Ele o pecado; e, embora nós, como ovelhas, nos desgarrássemos e nos voltássemos cada um para o seu caminho, Jeová colocou sobre Ele, quando foi pendurado na cruz, a iniqüidade de nós todos. Um Deus justo que não pode contemplar o pecado virou o rosto para o lado, e o Filho clamou na agonia da separação: “Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?”.

Não se trata de uma figura de linguagem. Você pode examinar os quatro Evangelhos para verificar se existe outro ponto em que Jesus, dirigindo-se ao Pai, O chama de Deus, mas será em vão. É como se o relacionamento houvesse cessado e Ele representasse agora o pecador perdido e condenado, sofrendo a agonia da separação, que é a porção do pecador. Sim, Ele passou pela cadeia do nosso pecado. Ele esteve no lugar da nossa condenação.

Ele aceitou a hora da nossa rejeição. Meus pés se voltaram para caminhos proibidos, mas os Dele foram cravados na cruz. Minhas mãos realizaram obras do mal, mas Suas mãos benditas foram pregadas por cravos no madeiro. Meu coração era impuro, mas a lança rasgou o lado Dele. Minha mente era a fonte da corrupção, mas Sua fonte pura foi dilacerada. Meu era o pecado, mas Dele o sofrimento, porque Ele tomou o lugar deste pecador perdido na cruz. E Pedro diz em sua epístola: “Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pe 2.24).

Essa é a obra-prima de Deus, o propósito para o qual este mundo veio a existir, pois o Cordeiro foi morto no coração de Deus antes da fundação do mundo. Aquele que conhece todas as coisas desde o início, e conheceu o pecado dos homens antes mesmo que o primeiro homem fosse tentado, planejou a redenção do homem antes que ele houvesse pecado; e todo o esquema, o drama total da salvação foi operado primeiro no coração de Deus e, depois, eficazmente na história da raça humana; e o centro de tudo é a cruz de Jesus Cristo — Deus na pessoa de Seu Filho tornando possível a Ele receber os pecadores.

Vimos que o único atributo da Divindade que cada pessoa deve possuir a fim de entrar na presença de Deus é a santidade. Mas é a santidade que Deus provê e concede, e não a santidade que qualquer homem possui ou consegue. Vemos em Jesus Cristo a justiça que Deus requer, mas — bendito seja o Seu nome! — na cruz de Jesus Cristo, em Sua morte, vemos a justiça que Deus requer, vemos a justiça que Deus provê.


VI.                A Santificação é Essencial para ter Comunhão com Deus
(2 Co 6:14 - 7:1)


A igreja em Corinto estava rodeada de imoralidade e falsa religião. Os cristãos eram freqüentemente tentados a voltar às más práticas do mundo. Paulo entendeu esta tentação quando lhes escreveu cartas de encorajamento. Consideremos seu ensinamento em 2 Co 6:14 - 7:1.

Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Nos versículos 14 e 15 ele disse:

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?"

Encontramos nestes versículos uma lista de coisas que são totalmente opostas. Paulo não encoraja a nenhum tipo de compromisso. Ele não nos diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso, mostra que não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um cristão. Os cristãos pecam (1 Jo 1:8,10), mas temos que admitir esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com ele (1 Jo 1:9; 2:1).

Certas religiões e filosofias orientais ensinam que o bem tem que ser contrabalançado pelo mal e que cada bem é manchado por alguma quantidade de mal. Tais idéias contradizem frontalmente o ensinamento da Bíblia. Bem e mal são distintos e não podem existir em harmonia. Os discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro.

Esta santificação é baseada em nossa relação com Deus. Paulo continuou nos versículos 16 a 18 a dizer que a base para esta santificação é nossa relação com Deus. Nestes versículos, ele usa a linguagem das passagens do Velho Testamento para mostrar que Deus ainda deseja um povo santo:

"Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso."

O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima comunhão com seu povo santo. Mas um Deus puro não pode ter amizade com pecado; portanto, temos que separar-nos do mal e da impureza. Mas, para que não vejamos isto como uma tarefa desagradável de renúncia, teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito aqui, especialmente no versículo 18. O Deus Todo-poderoso do universo, nosso grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus!

Que faremos para aproveitar desta abençoada amizade com Deus? O primeiro versículo do capítulo 7 oferece a conclusão prática desta passagem:

"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus."

Por causa do grande privilégio de sermos chamados filhos e filhas de Deus, temos que nos purificar de toda impureza. Não apenas parte do pecado, mas de toda imundície.

Por quê? Por causa de nosso respeito a Deus. Ele merece nosso serviço de santificação.

Temos que ser limpos de que tipos de impureza? Paulo menciona duas amplas categorias de pecado que têm que ser expurgadas de nossas vidas:

Impureza da carne. Isto incluiria todas as formas de imoralidade e mundanismo. Pecados sexuais, embriaguez, desonestidade e todas as outras características da carne têm que ser abandonadas. Pessoas que praticam tais coisas não terão permissão para entrar na eterna comunhão com Deus ( Gl 5:19-21; 1 Co 6:9-11; Ap 21:8).

Impureza do espírito. Impureza espiritual e religiosa também tem que ser removidas de nossas vidas. Os cristãos em Corinto estavam rodeados pela idolatria, por isso Paulo usou este exemplo específico. Estamos rodeados de uma variedade de doutrinas humanas e filosofias, práticas de espiritismo, adoração de santos e de imagens, etc. O verdadeiro cristão não pode continuar a participar de tais práticas impuras. Temos que limpar-nos de qualquer mal deste tipo (1 Co 10:14), adorando somente a Deus (Mt 4:10). Nossa adoração a Deus tem que ser de acordo com sua verdade (Jo 4:24). Sem nos santificar, não teremos comunhão com o Senhor que morreu por nós.

VII.              Vejamos finalmente alguns fatores sobre a santificação:



A.      Santificação é uma ORDEM: “santificai-vos”
O tom que o texto apresenta é imperativo. É uma ordenança Bíblica “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus.” (Lv 20.7). Jesus disse que um pai não nega algo que um filho peça e também o Senhor não nega o Espírito Santo aos que pedem (Mt 7.9-11).
Do mesmo modo que um Pai também não pediria a um filho que fizesse algo que não suporta fazer o Senhor não nos mandaria fazer isso  se não fosse possível, “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos” (1 Jo 5.3).
Obedeça ao Senhor e santifique sua vida!
                       
B.      Santificação é URGENTE: “por que amanhã...”
A santificação não é para ontem, ou para amanhã e sim para o hoje, para que então amanhã estejamos preparados para receber o milagre.
Já pensou se Daniel deixasse para viver uma vida de oração somente depois que caísse na cova dos leões? Ele seria tragado. Mas como ele tinha uma vida de santidade, apenas orou e mais uma vez sua oração foi ouvida.
Não podemos atrasar nossa vida com Deus par não sermos pegos de surpresa pelas covas da vida. Se sua vida de oração estiver atrasada, coloque-a em dia.

Se quisermos colher milagres, precisamos semear santidade!
Não espere para amanhã, santifique sua vida hoje!

C.       Santificação é uma CONDICIONAL para os milagres em nossas vidas: “o Senhor fará maravilhas no meio de vós”
Muitas pessoas colocam condições para Deus pensando que podem negociar com o Senhor. Pensam que primeiro devem receber a bênção para depois mudar de vida. Contudo Deus não é nosso empregado. Não podemos dizer a Ele o que deve fazer. Nós é que devemos obedecer primeiro a Deus para depois receber a bênção Dele.
O motivo por que faltam milagres na igreja é a falta de santidade. Ocupamo-nos muito com atividade e temos pouca vida de comunhão com Deus. Desejar os milagres primeiro é incredulidade, pois a Bíblia não diz para os que crêem seguirem os sinais e sim que “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas” (Mc 16.17). Primeiro a fé e como conseqüência os milagres.
A única coisa que podemos fazer para que Deus nos abençoe é santificar nosso viver.
Não imponha condições para Deus. Santifique-se e os milagres serão conseqüência!

Santifique sua vida vigiando, orando e fugindo do pecado!
 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” Hb 12.14 
A santidade não é algo aparente para mostrar aos outros, mas é algo que deve ser vivido para o Senhor. As pessoas percebem alguém que é santo quando esta pessoa vive em paz com os outros.
Viva uma vida de santidade obedecendo a Deus, mantendo sua vida de oração em dia e nunca impondo condições para Deus, mas esperando sempre o Seu milagre como conseqüência de sua fé.

Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus, amém!

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