sábado, 20 de agosto de 2022

A Unção que despedaça o jugo

  

Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21  ( 985738236 ou 987704458 (oi)

  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com

 Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!         





  Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro de Isaias 10.27 que nos diz:


“E acontecerá, naquele dia, que as sua carga será tirada do seu ombro, e o seu jugo, do teu pescoço, e o jugo será despedaçado por causa da unção”.


O profeta Isaías é chamado de o profeta Messiânico ou o profeta da Santidade. Pois revela em sua mensagem o Santo de Israel no meio do seu povo promovendo a libertação do pecado, inclusive do seu próprio pecado, como foi o caso na visão do capítulo seis. No capítulo dez do livro de Isaias encontramos a sentença de Jeová, corrigindo primeiramente o seu próprio povo e depois as nações opressoras e o verso dez revela o desfecho total na grande tribulação apocalíptica. Neste texto precisamos observar três fatos importantes: a carga nos ombros, o jugo no pescoço e a unção que despedaça o jugo. Carga nos ombros é algo que dificulta a agilidade do carregador e é exatamente isto que vemos os judeus carregarem durante todo o tempo de sua história, o jugo no pescoço indica a dificuldade do indivíduo olhar para os lados, devido ao jugo que está em seu pescoço e a unção que despedaça o jugo é que parece difícil de entender, pois o azeite da unção servia até para conservar e fortalecer a madeira do jugo e não para destruí-la. Então precisamos analisar com mais atenção o termo usado, especialmente na Bíblia Hebraica, que julgamos ser bem conservadora no uso das palavras originais.

O shemem, que lemos na Bíblia Hebraica onde costumamos traduzir para a palavra “unção” só encontramos neste texto da Bíblia. Podemos ler da seguinte forma o jugo será despedaçado por causa do forte ou do gordo. Este termo mostra gordura, no sentido de força, tamanho, como alguém forte. As outras passagens em que as Escrituras falam sobre unção encontramos outros termos relacionados com azeite, gordura, unguento.

 Este termo dá a ideia de gordura, que representa força, poder. Como a palavra shemem não é encontrada em outro verso da Bíblia, entendemos que é alguém ungido de forma ímpar, particular, especial, diferente, já que a história de Israel mostra muitos reis, sacerdotes e profetas sendo também ungidos. A própria palavra Messias ou Cristo quer dizer “ungido”. Então entendemos que esta unção que operou na ruína do jugo é justamente o Cristo que os judeus desprezaram e que naquele dia se apresentará a eles como o Messias que tanto esperavam. Esta unção está com a Igreja hoje, despedaçando jugos e libertando oprimidos pelo diabo, pois os judeus a rejeitaram, e com isto eles continuam subjugados e oprimidos, mas naquele dia o Messias aparecerá na hora mais cruciante e se apresentará e eles o perguntarão: que feridas são estas nas tuas mãos? e ele dirá: são as feridas que fui ferido na casa dos meus amigos. Neste verso dez podemos entender claramente a operação do Messias quebrando o jugo que tanto oprimiu os judeus e já no capítulo onze podemos ler o relato com muitos detalhes do reino milenar de Cristo.

Nesta profecia de Isaías, em uma visão geral, podemos perceber que há uma promessa de livramento e libertação da nação de Israel em relação a nação da Assíria. Assíria naquela época era um império que governava sobre Israel e as demais nações. Era uma nação que se orgulhava por causa do seu poder bélico e um grande exército de homens adestrados para guerra.

Por uma vontade permissiva do Senhor, a Assíria estava dominando sobre Israel, com o propósito de disciplinar e corrigir o povo de Deus. Deus assim permitiu para que o seu povo viesse a experimentar o crescimento, treinamento no caráter, e uma dimensão espiritual até então desconhecida. A Assíria leva a nação de Israel a vergonha, tristezas e dores na alma, ao ponto tratar o povo de Deus como animais. A Assíria estava estendendo o seu domínio sobre Israel, pela vontade permissiva do Senhor, mas este mesmo Senhor e Deus, jamais perde o controle da situação. O Senhor usa o profeta Isaías, para liberar uma palavra profética, dentro daquela situação. E todo o sofrimento, desprezo, vergonha, derrota, humilhações e lágrimas iria chegar ao fim.

Deus promete vingar o seu povo, e coloca um ponto final no seu sofrimento. Como prova do seu amor por Israel Ele lhes faz uma promessa: “E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção” (Is 10. 27).

Quando visualizamos essa lição, percebemos que, aqui não há nada relacionado à Igreja, mas também percebemos que essas lições são úteis e aplicáveis a vida da Igreja, e a vida de muitos cristãos.

 

 

I. O que é a unção que despedaça o jugo?

 

Contexto da unção que despedaça o jugo

Jugo é um acessório feito de madeira que se coloca sobre o pescoço do animal para puxar carga.

O jugo impede que o animal olhe para a direita ou para a esquerda, e também não pode olhar para trás e tampouco para cima; só olhava para frente. Esta era a situação da nação de Israel, eles eram escravos e prestavam serviços para o inimigo.

Deus promete tirar a carga e quebrar o jugo.

A promessa do Senhor, é: Vou tirar a carga e quanto ao jugo, não vou apenas tira-lo, mas vou despedaça-lo, e o Senhor assim o faz, para que o povo não mais se lembre do objeto da vergonha, do fracasso e da derrota. Deus vai quebra o jugo do inimigo que te oprime, e vai pôr um fim no teu opróbrio.

 

Unção é um poder, uma autoridade divina concedida para realizar a obra de Deus e fazer proezas em nome do Senhor. Esta unção no Antigo Testamento era concedida aos sacerdotes, profetas, reis e juízes. Na nova Aliança esta unção está relacionada a operação do Espírito Santo na vida dos crentes. O apóstolo João escrevendo aos cristãos do primeiro século disse: E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo. E a unção que vós recebestes dele fica em vós ... (I Jo 2.20,27).

A unção capacita o crente e o reveste de uma autoridade espiritual para realizar a obra de Deus. Jesus disse aos seus discípulos: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).

Jesus foi o homem mais ungido que já pisou aqui nesta terra. O apóstolo Pedro nos atesta dizendo: Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (At 10.38).

 

1.  Nesse contexto, Deus começa a falar a respeito da Assíria, um povo levantado por Ele mesmo para trazer juízo ao próprio povo de Israel, por terem se afastado do Senhor:

 

“Ai da Assíria, cetro da minha ira! A vara em sua mão é o instrumento do meu furor” (Is 10.5).

 

No entanto, Deus também traria juízo sobre a Assíria, pois era um povo maldoso, maligno e altivo: “Por isso, acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então, castigará a arrogância do coração do rei da Assíria e a desmedida altivez dos seus olhos” (Is 10:12).

 

A destruição da Assíria seria um sinal ao povo de Deus de que Deus também cumpriria as promessas de restaurar Israel. E, de fato, algum tempo depois dessa profecia, a Assíria foi derrotada até que ficou totalmente debaixo das garras de outra grandiosa nação, a Babilônia.

 

2. Na sequência, Deus passa a falar da promessa futura para Israel: “Acontecerá, naquele dia, que os restantes de Israel e os da casa de Jacó que se tiverem salvado nunca mais se estribarão naquele que os feriu, mas, com efeito, se estribarão no SENHOR, o Santo de Israel” (Is 10:20).

 

 

Em um futuro próximo (naquele dia) haveria um momento em que Israel se voltaria ao Senhor e se apoiaria nele e não mais em alianças políticas como havia feito, afastando-se do Senhor e se entregando a ídolos. Deus haveria de destruir os inimigos de Seu povo.

 

Entendendo o que é a unção que despedaça o jugo

3. Temos, então, o texto objeto de nossa análise: “E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo, do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção” (Is 10.27 ). Primeiro precisamos compreender as expressões usadas aqui:

 

a) Jugo:

Era uma peça que unia bois para que andassem na mesma passada. Era colocado no pescoço e permitia que o “dominador” controlasse plenamente os animais.

 

Aqui Deus usa uma linguagem conhecida para mostrar ao povo que eles estariam com o jugo e cargas no pescoço por um tempo, ou seja, seriam dominados por outra nação. É a representação do juízo que receberiam de Deus, quando Deus usasse a Assíria contra Israel.

Mas esse jugo seria tirado pelas mãos do próprio Senhor, que libertaria Israel das mãos da Assíria e traria juízo sobre esse povo enquanto libertava Israel!

 

b) Unção:

A palavra hebraica é “shemen”, que significa “gordura, óleo”. Aqui é usada de forma simbólica. É traduzida como “unção” na tradução de Almeida Revista e Corrigida, pois, em Isaías, parece indicar que a vitória de Israel (jugo será despedaçado) aconteceria devido a ação de Deus, a força do Senhor, a unção vinda do Todo Poderoso em favor de Seu povo.

 

Outras traduções traduzem como “gordura”, indicando que o significado do texto indicaria que Deus faria Seu povo forte novamente para resistir e vencer os inimigos. Daí a ideia de gordura, de estarem gordos (grandes), fortes, fortalecidos pelo Senhor. Ambos os significados demonstram a ação de Deus em favor de Seu povo.

 

4.  Dessa forma, a unção que despedaça o jugo, que destrói os pesos malignos que existem em nossas vidas, só pode vir do Senhor. Não temos forças em nós mesmos para realizar tamanha obra contra os inimigos.

 

 

Deus fez isso em Israel, o livrou diversas e diversas vezes e despedaçou plenamente o jugo quando trouxe Jesus Cristo, que foi o grandioso ungido do Senhor que destruiu totalmente o jugo do pecado, que estava sobre nós. Hoje temos liberdade e salvação através dessa grande obra do Messias!

 

O jugo será despedaçado por causa da Unção, esta é uma frase famosa que muitos dizem sem entender o seu real sentido. E para entendê-la temos que antes observar o significado da palavra Unção na sua origem. Veja abaixo:

 

No hebraico a palavra usada é “shemen”, que significa “gordura, óleo”. Aparece em Isaías 10:27

 

No grego a palavra usada é  “Chrisma”, que vem do verbo chrío, ungir. “Chrisma” aparece na forma substantiva três vezes no Novo testamento, sempre na primeira epístola de João: 2:20,27

 

É importante nos atentarmos para o contexto no qual está inserida esta palavra tanto no velho quanto no novo testamento. Pois hoje em dia muito tem se falado a respeito deste tema. Entretanto sem fundamentação bíblica. Por isso todo cristão deve estar atento para não seguir falácias do meio “evangélico”.

 

II. Contextos da palavra Unção que despedaça o jugo.

 

 

E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção.”

 

Nesta passagem é mencionado o povo da Assíria que já havia destruído muitos reinos e se vangloriava de sair vitoriosa em todas as batalhas. Sendo que agora o senhor estava usando esse povo como instrumento de Ira contra Israel. Para que este voltasse a confiar somente Nele.

 

Porém Deus fala para que não temam a Assíria. E depois que esta ferisse Israel. O Senhor se levantaria e acabaria com todo o mal que estava sobre seu povo. Com a Unção que despedaça todo o jugo, aonde nesta passagem significa: gordura, ou óleo. Tendo como sentido principal a força e o poder de Deus livrando Israel.

 

Observemos agora o contexto da palavra Unção no novo testamento. ( 1 Jo 2.27).

 

Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine; mas, como a unção dele recebida, que é verdadeira e não falsa, os ensina acerca de todas as coisas” ( 1 Jo 2.27).

 

Semelhantemente nesta passagem vemos a palavra Unção como um ato de poder Divino. Aonde está Unção nos capacita a entender e discernir o que é certo ou errado, o que é falso ou verdadeiro. Pois no contexto desta passagem João nos alerta sobre os anticristos que haviam surgido. Portanto graças a Unção que havia nos filhos de Deus poderiam discernir quem era verdadeiro e realmente seguia a Jesus.


 

 III. A Unção do Espírito Santo.


Vimos que a Unção nos traz o sentido de óleo para separação, como era na cerimônia dos sacerdotes e também de capacitação para discernir e cumprirmos o propósito de Deus. Pois assim como os sacerdotes receberam a Unção para servir no templo. Assim também Jesus recebeu para fazer a obra do Pai aqui na terra.  Pois Jesus exerceu seu ministério como um Ungido pelo Espírito Santo.

O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar o Evangelho aos pobres. Ele me enviou para proclamar a libertação dos aprisionados e a recuperação da vista aos cegos; para restituir a liberdade aos oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor ” (Lc 4.18,19)

 

Jesus foi Ungido por isso carregava a Unção de Deus. Ou seja, Ele tinha a capacitação para fazer a obra do Pai. E assim como ele recebeu esta capacitação os discípulos também precisavam receber.

 

E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder“ ( Lc 24.48,49).

 

Os discípulos precisavam da capacitação que o Espírito Santo traria. Por isso precisaram esperar em Jerusalém. E quando foram revestidos de poder foram capacitados a exercer o seu ministério. Porque não é com a força do nosso braço que exercemos o ministério. Mas sim na força dada pelo Espírito do Pai.

A carga sobre o ombro, é um peso muitas vezes insuportável, podendo levar o ser humano à morte. Quantas pessoas devido essa carga se sentem infelizes e incapazes. Sentem-se totalmente sós, deprimidas, rejeitadas, inseguras, abandonadas até por Deus. A carga escraviza e oprime as pessoas, levando-as aos caos, ao desespero total. Pessoas frias, sem fé, sem perspectivas; não vêm solução nem saída para os seus problemas; para suas vidas. Viver passa a ser 'pesado demais'

 

O jugo sobre o pescoço, impede a pessoa de ver o que realmente está acontecendo a sua volta. O jugo impede a pessoa de levantar a cabeça (símbolo da redenção) e olhar para o alto, para o céu, para Deus. (Hb 12:2)"olhando para Jesus autor e consumador da fé...". A pessoa é uma prisioneira, escrava de satanás, que a açoita impiedosamente, usando para isso seus próprios sentimentos e emoções. O diabo tem prazer em massacrar e oprimir. Em fazer a pessoa sentir-se impotente e incapaz. O jugo deixa a pessoa perturbada, atormentada por lembranças do passado que a fazem sofrer. Foram atitudes, erros cometidos, dos quais não consegue se livrar e nem se perdoar, por mais que tente. Uma pessoa prisioneira do inimigo é uma pessoa sem visão real dos fatos; do que realmente está acontecendo com sua vida e em sua volta. Ela não ver saída. É uma pessoa sem discernimento. Uma escrava que não sabe que é escrava. Até que um dia ouça a voz do Espírito Santo; a voz do Senhor lhe falando em Mateus 11:28-29-30. "...porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." A unção que despedaça jugo (Êx 1.11)

 

"E os egípcios puseram sobre eles feitores de obras, PARA OS AFLIGIREM COM SUAS CARGAS. E os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés."

 

Êxodo 6:6-7 ´´Portanto dize a Israel: Eu SOU o SENHOR e vos tirareis de DEBAIXO DAS CARGAS (PESO, FARDO) do Egito e vos LIVRAREI DA SUA SERVIDÃO (JUGO) e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento. Tornar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus; e sabereis que EU SOU o SENHOR, Vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito.´´ A palavra ´´jugo´´ é definida Nestes textos de Êxodo 1:11 e 6:6-7 vemos o quanto o povo de Israel era oprimido por faraó. Eles estavam debaixo de escravidão ou jugo de faraó. Além disso, os egípcios afligiam o povo com cargas, pesos, que eles não podiam suportar. Debaixo do jugo de faraó havia tanta pressão que muitos israelitas morreram, levando em seus ombros, os fardos que faraó colocava sobre eles. Faraó tipifica satanás, os egípcios os demônios, e o Egito o mundo. Deus se manifesta ao povo de Israel com uma promessa maravilhosa: '' Portanto dize aos filhos de Israel, Eu sou o Senhor e vos tirarei de DEBAIXO DAS CARGAS (peso, fardo) do Egito e vos LIVRAREI DA SUA SERVIDÃO (JULGO), e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento." '' Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus e sabereis que EU SOU O SENHOR, vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito. O profeta Isaías também trouxe uma palavra poderosa de Deus como promessa.

 

Isaías 10: 27 ''Acontecerá naquele dia que o PESO será tirado do teu ombro e O SEU JUGO, do teu pescoço, JUGO que será despedaçado por causa da unção''. "Tudo aquilo que nos oprime, que traz peso sobre nós, como doenças e enfermidades, condenação e todo tipo de pressão, é Jugo e fardo de satanás. A promessa de Deus foi cumprida em Cristo Jesus, quando ele levou sobre si todas as nossas doenças e enfermidades, quando Cristo se fez maldição para que Nele fossemos abençoados". "Ele nos libertou do império das trevas, do jugo ou domínio de satanás, e nos transportou para o reino da luz, o reino do filho do seu amor. Em Cristo você tem cura, alegria, paz e liberdade no espírito. Se você estiver doente ou enfermo, triste, envergonhado, se sentindo condenado pelos homens, Jesus é o teu bálsamo. Ele tem uma unção fresquinha para você. Receba pela fé sua cura, receba refrigério para a sua alma, saia desta prisão! A porta está aberta, pois Jesus abriu para você!"

 

 

IV . O perigo de viver da velha unção.


O grande problema é que muitos querem viver da unção recebida há cinco, dez anos atrás. O óleo destes já está velho, opaco, não tem mais brilho, está “queimado”. Aconteceu assim com um irmão, que ao ser batizado com o Espírito Santo, se tornou intrépido no Senhor e resolveu escrever um bonito testemunho.

Ele narrava seu processo de cura e libertação, de como ele era usado por Deus. Sempre que alguém chegava a sua casa, ele logo buscava o testemunho do qual já falara tantas vezes e orgulhoso dizia: “Leia aí o meu testemunho”. E o testemunho era lido, lido e lido. Os anos foram se passando e aquele era o único testemunho que este nosso irmão podia apresentar. O papel foi ficando amarelado, tão velho quanto o seu testemunho. Depois de mais algum tempo, ao receber uma visita, nosso amigo com empolgação, pediu à sua mulher que trouxesse o seu grande testemunho para que o visitante pudesse lê-lo. Porém, a esposa um pouco desconcertada respondeu lá de dentro: “Querido, o rato roeu o seu testemunho”. Isto não deve, mas pode acontecer na vida de algumas pessoas.

Davi pediu ao Senhor: “Derrama sobre mim o óleo fresco.” A Palavra de Deus nos exorta a andarmos em novidade de vida e a servirmos em novidade de espírito; novidade é recomeço. É a unção nova que existe a cada manhã. Essa é a realidade da Palavra do Senhor:

“Unges a minha cabeça com óleo, um novo a cada manhã na presença dos meus inimigos” (Sl 23.5, grifo do autor). Meus amados, nós vivemos no meio dos nossos inimigos, somos cercados por eles. A carne, o diabo e o mundo são adversários nossos. E neste contexto, ou seja: quando estamos rodeados por nossos inimigos que a Palavra de Deus diz: “Unges a minha cabeça com óleo. ” Para quê? Qual a utilidade do óleo? Amados, a unção quebra o jugo! É tão interessante saber que o óleo da unção era feito de azeitonas; mas para que as azeitonas fossem transformadas em óleo, era necessário que elas fossem moídas, feridas, batidas e pisadas.

Para que hoje pudéssemos ter o Espírito santo, o óleo fresco da unção, foi preciso que Jesus fosse ferido e moído por nós, pelas nossas transgressões e maldades. Ele foi batido por nós para que tivéssemos direito ao óleo. No livro de Êxodo, podemos ver que além das azeitonas, também eram acrescentadas outras especiarias, como o álamo, que nos fala do fruto do Espírito Santo.

Por intermédio de Jesus tivemos direito ao óleo; o Espírito Santo enviado por Jesus e todas as manifestações dos dons. São as especiarias que dão aroma, que dão sabor; de nada adianta a unção se não tiver a manifestação, pois Jesus nos fala através da parábola da candeia que “ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo duma cama: pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz” (Mt 5.15).

 


Curioso é o fato de que o óleo não se mistura com a água. São duas substâncias com elementos totalmente heterogêneos. Não existe nada em comum, não há comunhão entre eles. No momento em que você assume a sua unção, quando você toma posse do óleo que é seu por herança e assume a sua posição de cristão, você tem plena compreensão de que realmente não pertence a este mundo.

 

Está aqui, mas não comunga com ele, não participa das mesmas ideias, não se mistura a ele. O óleo e a água não se misturam de maneira nenhuma, não adianta insistir, são diferentes em sua essência. Ainda que colocados juntos no mesmo recipiente e sacudidos de todas as formas, jamais dará liga. Para que sejam ligados é preciso que haja inclinação natural. Quando você está coberto com o óleo da unção, ainda que esteja em um ambiente de escarnecedores, você jamais se sentará com eles, jamais haverá intimidade, comunhão entre vocês; porque não existe uniformidade na inclinação. Um está inclinado para as coisas do mundo, e outro para as do Espírito.

Se você se envolver com as coisas do mundo, como loteria, televisão (salvo programações em conformidade com Filipenses 4.8), revistas imorais, conversas inconvenientes etc., algo está errado com você. É preciso estar atento, é preciso detectar o que há de errado; porque com certeza existe alguma coisa errada. Óleo e água não se misturam. Se você está se unindo, mesclando com o mundo, então não é óleo. Porque o Espírito Santo não se mistura com o que é estranho à sua natureza. O apóstolo Paulo, em 2Tm 2.4 afirma: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou. ”

Nosso General é Cristo, fomos arregimentados por Ele; não podemos nos envolver com as coisas deste mundo, cujo príncipe é o diabo. Quando a unção que está em nós é maior do que o poder persuasivo de satanás, nós não nos envolvemos com o mundo, porque está escrito, que “maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4.4). A unção quebra o jugo, o jugo pesado de satanás.

Você com certeza já ouviu falar que os iguais se atraem. Óleo se mistura com óleo. Quando você é apresentado a um irmão que nunca havia visto ou se apresentam num encontro casual, vocês se abraçam e se identificam um com o outro. Vocês têm o mesmo Pai, a mesma carga genética, ou seja, são nascidos não dá vontade da carne ou do homem, mas de Deus; são irmãos, têm a mesma unção, a mesma vida.

 

A unção é que nos lubrifica. Cada um dentro do seu ministério, harmoniosamente colaborando para o perfeito funcionamento do Corpo, sem atrito, sem desavença.

Lemos em Efésios 3.19: “Maridos amai as vossas esposas [...]” A tradução literal deste texto diz assim: “Maridos, não sejam lixa para com as vossas esposas”; se faltar o óleo, serão lixa mesmo. Vai lixar, descamar, provocar feridas. A Palavra do Senhor é clara. Só o óleo elimina a fricção sem alterar o funcionamento. Não adianta tirar uma ou duas peças, porque assim a “engrenagem” não funciona, não se move bem e com regularidade. Não resolvemos atritos nos afastando dos irmãos, evitando-os ou mudando de igreja. Só a unção quebra o jugo, elimina atritos e permite o bom funcionamento do Corpo de Cristo. Nós somos o Corpo, só a unção do Espírito nos capacita para o desempenho dos nossos dons. Efésios 4.15-16 afirma: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, de quem todo corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.”

Muitas vezes enfrentamos conflitos, seja em casa, entre maridos e esposas, com os filhos, com os pais; ou com o irmão na igreja ou fora dela, no trabalho...

Em todos os lugares estamos sujeitos a desavenças.

Somente se a unção estiver fluindo em nossas vidas não haverá fricção. Vejamos o que o Senhor nos fala em Colossenses 3.12: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.” Meus irmãos, Jesus foi ungido!

 

V. O poder está na unção.


Ao observarmos a vida de Jesus, desde o seu nascimento, constatamos que até completar 30 anos, Jesus não operou nenhum milagre; Ele não fez com que nenhum cego voltasse a enxergar, nem fez paralítico andar e nem ressuscitou nenhum morto. Nada. Mas, aos 30 anos Jesus foi batizado, o Espírito do Senhor veio sobre Ele e o ungiu. E depois da unção do Senhor, cheio de poder, o que Jesus fez? Jesus saiu quebrando o jugo, para desfazer as obras do diabo. Um pouco antes de Jesus subir para junto do Pai, Ele disse aos seus discípulos que permanecessem na cidade, voltassem para Jerusalém até que do alto recebessem a unção. Até que pelo Espírito fossem capacitados a realizarem as mesmas obras que o Senhor havia feito.

No Salmo 92.10, Davi compara o seu poder, exaltado por Deus, com a força do boi selvagem: “Porém tu exaltas o meu poder como o do boi selvagem; derramas sobre mim o óleo fresco.” Davi foi ungido com óleo fresco! Em Israel, o boi era o animal mais forte que Davi conhecia, por isto ele o citou aqui. Você com óleo fresco caminha como um boi selvagem. Um boi selvagem não é detido, com a sua força ele vai tirando do seu caminho todos os obstáculos; nada o detém, ele é forte, destemido e determinado. Nós não somos selvagens, mas com a unção do Espírito, renovada a cada manhã, temos força e poder como este boi. Nada nos detém, as artimanhas do nosso inimigo não nos intimidam nem nos incapacitam, porque o nosso poder vem do alto, é maior do que todas as suas insistentes tentativas de reter-nos em nossa caminhada.

Quando Jesus ia para Betânia ressuscitar Lázaro, encontrou com seus discípulos que lhe falaram: “Mas ele morreu”. Porém, Jesus lhes respondeu: “Eu vou despertá-lo”. Jesus não se deteve ou se irritou com eles, mas Ele prosseguiu em sua jornada; esta era a sua vocação: fazer a vontade do Pai. Encare essa realidade em sua vida agora mesmo. O óleo em você evita as fricções. Em Efésios 4.1 a Palavra do Senhor nos diz: “[...] que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados.” Qual é a nossa vocação?

É sermos semelhantes a Cristo, fazendo sempre a vontade do Pai, e a vontade de Deus é ter muitos filhos conforme a imagem do Filho, para que Jesus seja o primogênito entre muitos irmãos. O livro A imitação de Cristo, de Tomás de Kempis, é lindo e você deve lê-lo, entretanto, nenhum homem natural será capaz de vivê-lo, porque a vida cristã não é uma imitação, não é apenas uma reprodução falsificada. Imitação de Cristo se refere a produzir em semelhança, ter como modelo ou norma o próprio Senhor, é reproduzir o estilo de vida de Jesus. A vida cristã é participativa, é o próprio Senhor Jesus vivendo em mim e em você, conforme diz a Escritura: “ Cristo em vós, a esperança da glória. ” (Cl 1.27.)

Profetize essa verdade não somente em sua vida como também na vida de seus irmãos. Realmente o óleo elimina fricções.

 

O óleo tem poder penetrante, ele possui a capacidade de se introduzir, de chegar ao íntimo. No Salmo 109.18 lemos assim: “Vestiu-se de maldição como de uma túnica: penetre, como água, no seu interior, e nos seus ossos, como azeite.” Quando o homem cristão assume a sua unção, essa que Deus lhe dá, do seu Espírito, o óleo penetra profundamente, traspassa alma e penetra no espírito.

 

 

 O jugo de Jesus é suave e o seu fardo é leve. (Mt 11.29,30).

 

29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. 30 Porque o MEU JUGO É SUAVE, e o MEU FARDO É LEVE.

 

 

Jesus não sobrecarrega ninguém, ele só quer a sua visão fixa nele, voltada para ele. Se sua visão estiver fixa nele você vai poder discernir, entender, compreender e enxergar tudo o que está realmente acontecendo a sua volta. Você terá uma real visão dos fatos, sabendo discernir entre o bem e o mal; entre o que agrada a Deus e o que não lhe agrada, entre o que lhe convém e o que não lhe convém. Você compreenderá todo o plano espiritual, e o propósito de Deus não só para a sua vida, mas para toda à humanidade. A Palavra dele passará a ser luz para o teu caminho (Sl 119:105). Devemos ser guiados por ela: Salmo 119:97-104. A tua visão estará fixada nele: Hebreus 12:2. O Senhor Jesus quer que você desfrute do melhor desta terra: Isaías 1:9.

 

O jugo de satanás é despedaçado pela unção e presença de Deus em tua vida. O caos será transformado em fé e esperança; as trevas darão lugar a luz; a confusão a paz e harmonia; a derrota a vitória; a tristeza a alegria; a dor ao prazer de viver. Os medos, as dores do passado, as rejeições; os traumas, os complexos serão cuidados e tratados pelo Senhor, trazendo total equilíbrio as suas emoções. Pecados e erros do passado que tanto te atormentaram e te condenaram, darão lugar a uma profunda tranquilidade e paz interior. Enfim, tudo será transformado pela unção do Espírito Santo de Deus em tua vida- "tudo novo se fará" (2 Co 5.17).

 

Também o fardo(carga) do Senhor Jesus é leve. O fardo que ele coloca sobre o nosso ombro é o fardo da renúncia e obediência a sua palavra. Não deixa de ser um fardo, pois renúncia e obediência exigem sacrifício e determinação. Ele também nos ensina a sermos mansos e humildes; coisa que ele é de coração. Esse é o fardo que ele coloca sobre nós, o fardo da renúncia, Marcos 8: 34-35 - Obediência, Isaías 1:19. Quem renúncia e obedece se santifica, andando em novidade de vida. Em Mateus 11:29 o Senhor nos convida à humildade e mansidão.

 

-Devemos renunciar a nós mesmos; aos nossos desejos mesquinhos e egoístas, que tanto nos afastam de Deus. Nossos valores deverão mudar, e a nossa prioridade deverá ser fazer a vontade de nosso Deus.

 

É necessário renunciarmos e negarmos a nós mesmos (Rm 12.1,2 ;8.8,12,13).

 

Andar em obediência é andar na condição de filho, honrando a Deus na condição de Pai (Rm 8.14) "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus."

 

Pertencemos a Deus para a obediência: "Porque quem nos ungiu foi Deus, o qual também nos selou e nos deu o Penhor do Espírito em nossos corações".( 2 Co 1.21,22).

 

Para você que ainda não conhece esse Deus nem a sua unção, hoje é o dia desse fardo e desse jugo serem quebrados, despedaçados e arrancados de tua vida, te trazendo liberdade e vida plena com Deus.

 

A Unção é uma capacitação que opera em nós o poder de Deus para exercer, e cumprirmos o propósito que o Pai tem para a nossa vida.

 

Se você ainda não recebeu Jesus como seu eterno salvador, receba-o agora, e fique livre de todo fardo, toda carga, todo jugo, toda opressão, enfim, de toda escravidão. Jesus é a tua resposta. Se você está afastado, desviado do caminho do Senhor, volte para ele agora! Ele é o teu descanso e o teu libertador. Todo o jugo será quebrado e ficarás livre! Livre para que sejas realmente feliz, e não só nesta vida, mas também na vindoura; Vida Eterna. Receba-o agora em seu coração! E para você que está afastado renove agora a sua aliança com ele. 


Que o Senhor Jesus abençoe a todos. Amém!


terça-feira, 19 de julho de 2022

O que significa a mobília de Eliseu

  

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 

Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 

 Contatos 0+operadora (Zap)21  ( 985738236 ou 987704458 (oi)

 

 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com

 

 

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 






Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro de 2 Reis 4.8-17que nos diz:

 

8 — Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher rica, a qual o reteve a comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava, ali se dirigia a comer pão.

 

9 — E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.

 

10 — Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro e ali lhe ponhamos uma cama, e uma mesa, e uma cadeira, e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se retirará.

 

11 — E sucedeu um dia que veio ali, e retirou-se àquele quarto, e se deitou ali.

 

12 — Então, disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. E chamando-a ele, ela se pôs diante dele.

 

13 — Porque lhe dissera: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fole por ti ao rei ou ao chefe do exército? E dissera ela: Eu habito no meio do meu povo.

 

14 — Então, disse ele: Que se há de fazer, pois, por ela? E Geazi disse: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho.

 

15 — Pelo que disse ele: Chama-a. E, chamando-a ele, ela se pôs à porta.

 

16 — E ele disse: A este tempo determinado, segundo o tempo da vida, abraçarás um filho. E disse ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva.

 

17 — E concebeu a mulher e deu à luz um filho, no tal tempo determinado, segundo o tempo da vida que Eliseu lhe dissera.

 

Somos moradas de Deus: A riqueza da mulher de Suném foi usada para honrar o próprio Deus por meio da vida do profeta com a construção do quarto. E desse modo o profeta tinha onde recolher-se.

 

 

I. Identificando os personagens desse fato bíblico

 

1.    O contexto da época.

 

 Suném era uma localidade situada no território destinado à tribo de Issacar, no sul da Galileia e ao norte de Samaria. Levando em conta que essa localidade era próxima a Jezreel, pode se entender que Suném não estava distante dos acontecimentos que antecederam o ministério de Eliseu. É provável que Suném fosse um lugar que tivesse espaço para a permanência de grupos grandes de pessoas, pois no reinado de Saul, após a morte de Samuel, os filisteus se acamparam em Suném para atacar os hebreus, naquela que seria a última guerra em que Saul participaria antes de se matar.

 

No aspecto religioso, poucos anos antes do ministério de Eliseu. Acabe reinava em Israel, Reino do Norte, e implantou com Jezabel a adoração a Baal. Os embates de Elias contra os pecados do rei Acabe e Jezabel mostram a supremacia do Deus Verdadeiro sobre os que se diziam deuses.

 

2.    A generosidade da Sunamita.

 

 A Bíblia diz que a Sunamita era uma mulher com recursos financeiros (2 Rs 4.8). Pelo texto sagrado, além de ser uma pessoa abastada, a Sunamita era uma pessoa sensível para com o cuidado com as pessoas. Não há o registro de que naquela localidade houvesse uma estalagem ou outro meio onde um viajante pudesse parar para se alimentar e descansar. Eliseu, como profeta, deveria ter de percorrer diversos lugares, e o convite para comer pão na casa da Sunamita foi bem-vindo como um momento de descanso e comunhão.

 

Eliseu teve tempo para comer e usufruir da hospitalidade daquele lar. Isso nos mostra que é necessário ter espiritualidade também para fazer vínculos de amizades que agradem a Deus. “ E sucedeu que todas as vezes que passava, ali se dirigia a comer pão” (2 Rs 4.8).

 

3.    A Sunamita viu em Eliseu “Um santo homem de Deus”.

 

 Não é possível saber se a Sunamita conhecia o profeta e a importância dele para a nação do Norte, ou mesmo se ela sabia que Eliseu era o sucessor de Elias, mas ela reconheceu nele um homem de Deus. Mais que ser um homem de Deus, ela diz que ele é “um santo homem de Deus” (2 Rs 4.9). De alguma forma, a santidade de Deus na vida do profeta havia sido expressa, e isso faz a diferença. Eliseu, pelo relato, somente comia pão na casa daquela mulher, e não há registros de profecias ou milagres nessa parte do texto. Ao que nos parece. A santidade vista no profeta está mais associada ao jeito com que mantinha sua postura. A verdadeira santidade é vista no convívio diário com o próximo.

 

II. Resumo dos mobiliários e seus significados

 

1.    O Quarto

A.   Lugar de intimidade (Ct 1.4)

B.    Lugar de oração (Mt 6.6;2 Rs 4.33)

 

2.    O Muro

A.   Para proteger (Sl 59.16-17)

B.    Para separar (1 Pe 1.14-16)

 

3.    A Cama

A.   Para descansar (Sl 37.7;91.1)

B.    Para ter sonhos de Deus (Gn 28.11,12)

 

4.    A Mesa

A.   Para fazer refeições (Jo 12.2)

B.    Para ter comunhão (Lc 14.15;22.8-11)

C.    Para trabalhar (Mc 6.3)

 

5.     A Cadeira

A.   Representa nossa eleição (1 Pe 1.2;Ef 1.4)

B.    Representa posição delegada (1 Sm 2.8;Sl 113.8;Et 2.4,17)

C.    Representa autoridade (Lc 1.52)

 

6.    O Candeeiro

A.   Para iluminar (Sl 18.28;Mt 25.3-4;Sl 119.105)

B.    Para aquecer (Nm 9.16)

 

III. O contexto da chamada de Eliseu e a sua recompensa

 

Deus já havia preparado Eliseu antes de levar Elias num redemoinho. Deus ordenou Elias para que ungisse Eliseu como profeta, e seu sucessor. No seu caminho, quando ia do Sinai a Damasco, ele encontrou Eliseu na sua terra natal, realizando os trabalhos do campo, lavrando a terra com sua doze juntas de bois. Elias passou por ele e colocou nos seus ombros o seu manto. Naquele momento, Eliseu aceitou o chamado profético que estava sendo lhe dado. Isso aconteceu cerca de quatro anos antes da morte do rei Acabe, e por quase oito anos, Eliseu foi acompanhante íntimo de Elias, até ele ser transladado da terra.

 

Eliseu aceitou o chamado para o serviço e não lançou um olhar sequer para trás, aos prazeres e confortos que estava deixando. O chamado para depor tudo no altar do serviço vem do coração de cada um. Não nos é pedido que sirvamos como Eliseu serviu, nem que vendamos tudo que possuímos; mas Deus nos pede que entreguemos à sua obra o primeiro lugar em nossa vida, e não permitamos que se passe um só dia sem que façamos alguma coisa para o Reino de Deus avançar na terra. Um pode ser chamado para servir em terras estrangeiras; outros podem ser chamados para ajudar financeiramente na obra missionária. Deus aceita a oferta de cada um.

 

Interessante que Elias encontrou o profeta escolhido por Deus no árduo trabalho de arar a terra. Igualmente, o nosso ministério também exige de nós um trabalho espinhoso e muito difícil. Jesus mesmo usou metáforas de trabalhos árduos, se referindo ao ministério de apascentar ovelhas, de lançar mão do arado, e de pescar, Em 2 Rs. 3.11 – mesmo depois da partida de Elias, Eliseu continuava a ser lembrado como aquele que deitava água nas mãos de Elias. Podemos nos lembra de Jesus, que nos deixou o belo exemplo de lavar os pés dos apóstolos. Portanto, o ministério pastoral exige de nós humildade para servir.

 

Eliseu recebeu o manto de Elias conforme tinha desejado. Junto ao manto, a porção dobrada do espírito de Elias. Era um sinal profético, confirmando ser Eliseu, herdeiro e sucessor de Elias. Eliseu foi favorecido com os dons do profeta. O primeiro milagre foi separar as águas do rio Jordão através do manto de seu mestre (2 Rs 2.14). O segundo foi a purificação das águas de Jericó. O terceiro foi a punição dos jovens quando apareceu duas ursas que despedaçaram quarenta e dois rapazes. Esse terceiro milagre de Eliseu significa que os profetas eram instrumentos de Deus tanto da graça como da ira de Deus. Este único exemplo de terrível severidade de Eliseu, foi suficiente para exigir respeito pelo resto de sua vida.

 

Durante cinquenta anos ele entrou e saiu pelas portas de Betel, andou de um lado para o outro lado em sua terra, de cidade em cidade, passando pelo meio de multidões insensíveis, rudes e devassas; ninguém mais o injuriava ou duvidava do seu ministério profético.

 

Em suas jornadas de um lado para o outro lado através do reino, “sucedeu também que indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher rica, a qual o reteve a comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava ali, se dirigia a comer pão”. A senhora da casa percebeu que Eliseu era “um santo homem de Deus”, e disse ao seu marido: Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro e ali lhe ponhamos uma cama, e uma mesa, e uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, ali se retirará”.

 

Às vezes, as riquezas fazem que seu possuidor seja egoísta e acaba se esquecendo das necessidades e dos desejos dos outros. Mas não foi assim com a mulher de Suném. Ela era uma pessoa importante, rica, mas não perdeu a bondade humana. Não vivia só para si, mas se esforçava por fazer felizes os outros. Tinha muitos bens e sabia compartilhar com seus próximos. Não permitia que suas tarefas e responsabilidades domésticas lhe fizessem esquecer as necessidades e os desejos de Eliseu, como também de outras pessoas. Foi então que, aquela mulher construiu um pequeno quarto “junto ao muro” para o profeta.

 

Esse tipo de quarto era geralmente no telhado e podia ser acessado pelo lado de fora da casa. Era um quarto de boa comodidade, além de fornecer total privacidade. Quando Eliseu retornava de suas viagens para Suném, podia desfrutar de horas agradáveis de descanso, de poder dormir tranquilamente, de ter quietude e paz, e de poder relaxar do cansaço de suas viagens.

 

Quando lemos esse texto sobre o quarto de Eliseu, podemos perceber que no verso há menção de três móveis e um candeeiro. Como Deus é muito detalhista, Ele nos revela em uma linguagem simbólica quatro verdades espirituais. O curioso é que cada objeto relacionado no seu quarto, fez parte da mensagem que Eliseu pregava. E hoje quero compartilhar essa mensagem para que todos nós possamos conhecer alguns mistérios que a bíblia contém e quer nos revelar.

 

IV. Os seis utensílios do profeta Eliseu

 

 

O 1. O Quarto.  Lugar de intimidade e de oração

 

O próprio quarto nos revela a vontade de Deus. Jesus disse em Mt 6:6: - mas tu, quando orares, entra no teu quarto, e fechando a tua porta, ora a teu pai, que vê o que está oculto; e teu pai, que vê o que está oculto, te recompensará

 

 É muito bom orarmos reunidos nas igrejas com os irmãos, e a oração congregacional, porém é muito importante termos um momento a só com o nosso Deus e Pai, um momento de intimidade, onde podemos nos abrir para Ele, confessarmos a ele tudo.

Em Ct 1.4 nós diz:- O rei me introduziu em suas câmaras

 

Ou seja, me levou aos seus aposentos, a seu quarto, a seu lugar secreto, a seu lugar de intimidade... Aleluia!

 

O crente, o obreiro do Senhor precisa ter intimidade com Deus; antes de falar com os homens sobre Deus, precisamos falar com Deus sobre os homens

 

Todo obreiro aprovado por Deus precisa ter o seu quarto de oração; não digo um quarto literalmente falando, mas um lugar ou um tempo de intimidade com o Deus que é dono da obra.

 

Eu queria te perguntar hoje como é que esta o teu quarto? ou melhor, como esta tua intimidade com Deus?

Você tem livre acesso a sala do trono de Deus, pois o sangue de Jesus Cristo nos abriu o caminho e o véu do templo se rasgou.

 

22. O Muro. 

 à Para proteger Sl 59.16-17 - Para separar 1 Pe 1.14-16

O quarto de Eliseu foi construído junto ao muro; muro nos fala de proteção.

 

As cidades antigas eram cercadas por uma grande fortaleza, ou seja, um grande muro.

Do mesmo modo o cristão está protegido, visto que a Bíblia nos declara:

Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia (Sl 46.1).

O Muro também serve para separar, construímos muros pra separar nossa casa da casa do vizinho, o muro coloca limites entre o que é nosso e o que é dos outros.

 

A palavra Kadoshi significa santo em hebraico e quer dizer separação do mundo (desejos, pecados e costumes) para serviço de Deus.

 

Eu quero te perguntar nesta noite; o seu quarto esta construído junto aos muros?

 

De nada adianta ter um quarto se ele não for protegido, de nada adianta ter um quarto se ele não for separado.

 

O nosso quarto é protegido pelo sangue de Jesus Cristo e deve ser separado do mundo pela nossa vida santificada para Deus.

 

33. A Cama

A bíblia diz que naquele quarto havia uma cama para o profeta. Por certo, a mulher deve ter colocado uma boa cama naquele quarto. A cama ou leito biblicamente falando nos lembra de DESCANSO. É uma mobília importante dentro de um quarto. E quando falamos em descanso, precisamos aprender que o melhor descanso é a paz de espírito que o Senhor nos dá. Fique tranqüilo, Ele sabe cuidar de nós, portanto não fique preocupado pensando como vai ser o dia de amanhã.

 

Em Is.28.20 – A bíblia diz assim: “Porque a CAMA será tão curta, que ninguém se poderá estender nela; e o cobertor, tão estreito, que ninguém se poderá cobrir com ele” . A cama curta e o cobertor estreito representam a falsa promessa de segurança e conforto. Uma imagem fiel do juízo de Deus para o seu povo, que teimava em fazer aliança com o Egito. O profeta Eliseu levou essa mensagem para o povo, para que eles soubessem que sem a presença de Deus, a vida deles, não teria o consolo, a ajuda, o amparo, o agasalho (cobertor) e o DESCANSO de Deus.

 

Eliseu, tomado de compaixão desejava sarar Israel de seus males espirituais. O profeta tanto declarava como ensinava os propósitos de Deus. O povo precisava abandonar o pecado que estava operando no coração daquela nação. Cidades e vilas estavam mergulhadas em pecado e na corrupção moral. Suas almas estavam amarguradas, carregadas de sofrimentos, iniquidades, precisando de uma forte voz que os influenciassem a salvarem suas vidas.

 

Eliseu ministrava para o povo conscientizando-os que longe de Deus, não teriam DESCANSO, repouso, paz, alegria, benção, vitória, e sossego no coração. O povo estava cada vez mais distante de Deus. Parece que não se lembravam mais que três anos e meio atrás, a falta de orvalho e da chuva, tinha deixado aquele povo em sequidão e fome.

 

Na cama de Eliseu possivelmente havia um cobertor, onde o profeta se aconchegava com ele para dormir. Quem tem o cobertor de Deus é protegido, amparado, acolhido. Quem tem o cobertor de Deus, descansa, tem resposta de oração, recebe auxílio do Senhor, tem repouso, e é consolado. Quem tem o cobertor de Deus é paciente, sabe enfrentar as tribulações, as aflições, não sente remorso, tem a direção de Deus, e é misericordioso. Quem tem o cobertor de Deus tem o Seu refrigério, tem a Sua segurança, o Seu amparo e é Amado do Senhor.

 Pode sonhar com os anjos de Deus subindo e descendo, anunciando e trazendo bênçãos sem medidas para a sua vida (Gn 28.12-13).

 

44. A mesa

 

A mesa nos fala de comunhão, de alimentar-se com nossos irmãos e com Cristo. Jesus, sempre que ia à casa de alguém, sentava-se a mesa com eles. Era um ato de intimidade. No tempo de Eliseu, o povo de Israel não tinha mais comunhão com Deus. E você, como está a sua vida?. Jesus ainda pode sentar na sua mesa?. Queridos, tem um grupo que procura sentar-se na mesa, não com intuito de fazer suas refeições, mas com a intenção de procurar os melhores lugares, para serem vistos, aplaudidos e admirados!.

 

É na mesa que nós encontramos os principais alimentos para vivermos fortalecidos no Senhor. Temos o pão, que significa a Palavra de Deus, e o vinho que simboliza o sangue de Cristo, a nossa redenção. Mesa fala de alimentar-se, de comportamento, e de atitude. Eliseu queria mostrar para aquela nação que a conduta, do povo estava fora dos padrões de Deus. O Senhor estava dizendo que o povo precisava mudar, se alimentar da Palavra de Deus. A principal posição que eles já não sabiam fazer era dobrar os joelhos, pedir perdão dos seus atos, de se consagrarem, de voltarem a adorar e buscar a face de Deus.

 

Eliseu lutava para tirar Israel da sua zona de conforto. O povo estava estagnado, debilitado, imobilizado, conformado em viver longe de Deus.

 Os longos anos de apostasia da parte dos governantes e do povo, acabou produzindo maus resultados. A negra sombra da apostasia era ainda visível em toda parte, embora houvesse aqui e ali, os que ainda firmemente adoravam Deus.

 

Eliseu estava querendo dizer para o povo de Israel que retornasse para os caminhos do Senhor, pois assim o esquecido voltaria a ser lembrado, o que era pequeno se tornaria grande, o humilhado seria coroado, o fiel seria honrado, e o que era desconhecido na terra seria lembrado no céu.

 

55. A cadeira

 

Eliseu costumava sentar naquela cadeira para conversar com seu servo Geazi.

 Isso significa que a cadeira que Deus nos dá é lugar de posição, de honra, de destaque, de poder e autoridade. Davi sentou-se no trono ocupando o lugar de Saul, Ester sentou na cadeira de Vasti, José sentou-se numa cadeira como governador. Cadeira representa nossa eleição (Ef 1.4).

 

Significa que Deus foi quem escolheu um povo para Si próprio, para que fosse santo, e inculpável diante D’Ele. É uma forma de expressão do amor de Deus para que o seu povo ficasse unido a Ele. O Salmo 113.8 diz que o Senhor nos faz se “assentar com os príncipes do seu povo”, essa posição é só o Senhor que pode nos dar. Jamais podemos perder a nossa posição espiritual com Deus. Posição de liderança, graça, unção e ministério. Quem perde padece, sofre. Mesa sem cadeira mostra que o conjunto está incompleto. Isso significa que a benção não está completa.

 

Cadeira também nos lembra de posição delegada. Pode ser um representante, uma autoridade ou um enviado (Lc.1.52). Ninguém é eleito sem estar unido a Deus. Cadeira fala de postura, de posição, de agir e de pensar. Quando cansamos a primeira coisa que fazemos é nos sentar a fim de recuperar o fôlego, e em seguida prosseguir. O povo de Israel permanecia parado, não se dedicava mais a Deus, estava cansado, não exaltava mais o nome do Senhor. Mesmo assim, o profeta Eliseu continuava trabalhando, ano após ano, pregando para o povo e sendo fiel ao seu ministério. Nos tempos de crises, era o sábio conselheiro do rei.

 

Essa lição é para todos os que ocupam posição dentro da igreja. Quando Deus abre o caminho para realizar a sua obra, é porque nos dá garantia de sucesso, e o instrumento escolhido deve fazer tudo que estiver ao seu alcance para atingir os resultados prometidos.

 

66. O candeeiro

 

O candeeiro ou lâmpada fala de LUZ, de AQUECIMENTO, de TESTEMUNHO e de PRUDÊNCIA. A Palavra de Deus sempre será LUZ para nossos caminhos (Sl 119.105). É na Palavra que encontramos os princípios do Senhor que nos ajudarão a evitar a tristeza, as ciladas e as tragédias causadas por nossas decisões e escolhas erradas. Deus trata cada pessoa segundo as atitudes dela. Deus é contra o arrogante, o orgulhoso, o que se acha digno. Mas salva, resgata e liberta o aflito quando se volta humildemente para Ele buscando forças. Essa era a mensagem de Eliseu para o povo de Deus que se recusava a ser fiel e vigilante na sua santidade.

 

Em Números  9.16 - A presença do fogo à noite representava um notável símbolo de Deus junto ao seu povo para dar conforto na escuridão. O povo via a manifestação e a glória de Deus, e se aquecia nas noites frias do deserto. Deus queria que o povo percebesse que a LUZ do fogo era um sinal da provisão e proteção de Deus. No tempo de Eliseu não havia a nuvem para orientar o povo, mas tinha algo melhor: a voz de Deus orientando o povo através do Seu profeta.

 

Em 2 Rs 8.19 o texto diz: “Porém o Senhor não quis destruir a Judá por amor de Davi, seu servo, como lhe tinha dito que lhe daria para sempre uma LÂMPADA a seus filhos”. A lâmpada era o símbolo da esperança no cumprimento da promessa de Deus a Davi, mesmo no tempo das mais terríveis trevas. Isso quer dizer que mesmo o povo sendo infiel, Deus jamais havia se esquecido da Sua aliança com seu povo, assim como não esqueceu a aliança que tem com você.

 

Amados, é bom também nos lembrar-nos das dez virgens. Em Mateus 25.1-13 encontramos cinco virgens que reservaram azeite nas suas lâmpadas, e as outras cinco não. Essa parábola nos fala de PRUDENCIA. A pessoa prudente é precavida, ponderada e cautelosa. As cinco virgens prudentes foram recompensadas, as outras ficaram confundidas. O fato é que todo crente deve ser diferente e examinar constantemente sua vida espiritual, para que possa dar bom TESTEMUNHO dela.

 

Isaías 50.10 – está escrito assim: “Quem há entre vós que teme a Deus e ouça a voz do seu servo. Quando andar em trevas, e não tiver LUZ nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus”. Esse texto quer dizer que na nossa vida haverá tempos de escuridão, indecisão, dúvidas e incertezas. Mesmo para aqueles que estão dispostos a seguir ao Senhor, existirão sentimentos que irão querer nos oprimir e nos desanimar. Todavia, Deus no Seu devido tempo, dará entendimento, sabedoria (luz) para os que O procuram.

 

Eliseu inspirado por Deus, e com grande anseio, convocava o povo para confiar e permanecer fiel com o Senhor. O profeta diante de certas dificuldades se sentia animado em levar a mensagem de Deus, pois sabia que a graça divina iria alcançar os que andavam nas trevas da apostasia da nação. E todos aqueles que seguiam suas próprias idéias e caminhos, e não pela submissão e revelação de Deus, acabariam sofrendo com a justiça divina.

Deus ainda se preocupa com o povo que lhe é fiel. Hoje estamos vivendo um tempo de oportunidades de Deus. Embora a igreja esteja vivendo momentos de ataques, de insegurança e escândalos, o Senhor ainda levanta verdadeiros profetas para falar de salvação. Infelizmente, a insensatez de muitos líderes é de não pensarem que o fim está cada vez mais próximo.

Por isso, os verdadeiros profetas dos últimos dias não falam de juntar tesouros, de abrir empresa, de sucesso financeiro, de carros, de mansões, de posição social, de luxo, de vaidades, mas de ETERNIDADE!.

 

São os falsos caminhos, as falsas ilusões que estão levando muitos cristãos a se manterem ocupados com as coisas desse mundo, para que ele não pense, e nem tenha interesse de ouvir os profetas de Deus anunciando a volta de Jesus. Esse assunto não pode ser tratado com descaso. Uma decisão tão importante como esta, não pode ser deixada para amanhã. Tomara que AQUELES que estão longe do Senhor, encontre um Eliseu no seu caminho, antes que seja tarde demais.

 

 

V. As lições que podemos extrair dos mobiliários do profeta Eliseu

 


O muro é Símbolo de Proteção.  Sl 59.16-17 – Para separar 1 Pe 1.14-16

 

O quarto de Eliseu foi construído junto ao muro; muro nos fala de proteção. As cidades antigas eram cercadas por uma grande fortaleza, ou seja, um grande muro.

 

Do mesmo modo o cristão está protegido, visto que a Bíblia nos declara: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia (Sl 46.1).

 

O Muro também serve para separar, construímos muros pra separar nossa casa da casa do vizinho, o muro coloca limites entre o que é nosso e o que é dos outros.

 

A palavra Kadoshi significa santo em hebraico e quer dizer separação do mundo (desejos, pecados e costumes) para serviço de Deus.

 

Eu quero te perguntar nesta noite; o seu quarto está construído junto aos muros?

 

De nada adianta ter um quarto se ele não for protegido, de nada adianta ter um quarto se ele não for separado.

 

O nosso quarto é protegido pelo sangue de Jesus Cristo e deve ser separado do mundo pela nossa vida santificada para Deus.

 

A cama fala de Lugar de descanso, o servo do Senhor é homem de Deus e não Deus, por isso precisa de um tempo para descansar da correria do dia a dia, da agitação.

 

Estava ouvindo um testemunho de um pastor que tinha muitos problemas em sua Igreja. Ao questionar Deus em busca de uma resposta para seus problemas, Deus lhe disse: Descanse meu filho”. O pastor foi dormir e ao acordar Deus havia lhe dados estratégias para vencer os problemas. Deus trabalha pelos seus enquanto estes dormem.

 

É também durante o sono que Deus se revela através de sonhos. Jacó enquanto dormia teve um sonho, e no sonho ele via uma escada cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela (Gn 28.10-12).

 

Talvez os teus sonhos não sejam os sonhos de Deus, porém Deus tem um sonho para ti. Deixa Deus sonhar os teus sonhos.

 

A mesa fala de Lugar para se alimentar, ter comunhão. Na mesa Jesus orou, se alimentou e conversou com os seus discípulos.

 

O salmista Davi disse: Preparas uma mesa perante mim, na presença dos meus inimigos (Sl 23.5).

 

Os israelitas questionaram a Deus: E falaram contra Deus e disseram: Poderá Deus, porventura, preparar-nos uma mesa no deserto? (Sl 78.19).

 

Deus responde com outra pergunta: Haveria alguma coisa difícil ao SENHOR? (Gn.18.14).

 

Quem se alimenta da palavra de Deus e tem comunhão com Ele, sempre terá fé para crer no impossível. Nunca devemos nos afastar da mesa de Deus.

 

 A cadeira significa lugar de honra, posição de destaque. Serve também para sentar, refletir, ler e meditar na palavra de Deus.

 

Isso significa que Deus nos dá cadeira, posição, lugar de honra, destaque, poder e autoridade. Se lembra de Davi que se assentou na cadeira de Saul? Lembra-se de Ester que se assentou na cadeira de Vasti?

 

E de José do EGITO que se assentou na cadeira de governador? Deus é um Deus soberano, que abençoa quem ele quer, ele abate o exaltado, o soberbo e eleva os humildes… Deus tem um lugar para nós!

 

Jamais podemos perder a nossa posição espiritual com Deus. Posição de liderança, graça, unção e ministério.

 

Quem perde padece, sofre. Mesa sem cadeira mostra que o conjunto está incompleto. Isso significa que a benção não está completa.

 

Cadeira fala de postura, de posição, de agir e de pensar. Quando cansamos a primeira coisa que fazemos é nos sentar a fim de recuperar o fôlego, e em seguida prosseguir.


5. O candeeiro fala de luz

 

A tipologia do candelabro é riquíssima: passa por Cristo, pela Igreja e também pelo Espírito Santo.

 

De modo geral, representa Cristo como a luz do mundo, a única iluminação que este mundo tem (aí se envolve tudo que diz respeito a Ele: Sua Palavra, Seu poder, Sua Igreja. Jo 8.12; 1.9; 3.19,20; 9.5; 12.46).

 

A igreja também é chamada de luz do mundo: Mt 5.14-16; Ef 5.8; 1 Ts 5.5; 1 Jo 1.7. As lâmpadas serviam “para alumiar defronte dele” (Êx 25.37), ou seja, do próprio candelabro. Da mesma forma, a Igreja foi chamada para brilhar diante do Senhor. As lâmpadas do candelabro tinham que brilhar continuamente ( Lv 24.2).

 

O pedestal ensina-nos que devemos andar nos passos de Jesus (1 Jo 2.6).

 

As hásteas – Diz-se que as seis hásteas representam a Igreja, por três razões:

A.    As hásteas estavam ligadas à coluna central. Do mesmo modo, a Igreja está ligada a Cristo Jesus. Na alegoria da videira e os ramos (Jo 15.1-5), Jesus é a videira, Seus discípulos, os ramos. Todo ramo que não estiver ligado nEle não pode suster-se, nem produzir frutos.

 

B.      Os sete candelabros de Apocalipse 1.12,20 representavam as sete igrejas da Ásia, na visão de João. Jesus Cristo passeava no meio dos sete candelabros.

 

C.     O número 6 é um número representativo do homem. O homem foi criado no sexto dia da criação (Gn 1.26,31). Somando-se as seis hásteas com a coluna central obtém-se o número sete, número simbólico de Deus e da perfeição. Jesus disse que devemos “ser perfeitos assim como perfeito é o Pai celeste” (Mt 5.48); o homem só pode chegar a esse estágio unindo-se a Cristo Jesus (essa perfeição terrena é relativa, não absoluta).

 

Observando bem o posicionamento das hásteas em relação à coluna do centro, notamos que todas elas são da mesma altura, isto nos fala igualdade perante Deus (Is 40.4; At 10.34; Gl 3.28). Mas, segundo alguns estudiosos, a coluna do centro era um pouco mais alta do que as hásteas. Isto nos fala do senhorio de Cristo em relação a nós (1 Pe 3.15). Outra coisa interessante é que as hásteas menores estão mais próximas da coluna central. Isto nos fala de humildade (Lc 9.48; Mt 11.11).

 

As hásteas eram ocas, bem como a coluna central, por onde se colocava os pavios, que eram embebidos de azeite de oliva, o combustível do candelabro (Lv 24.1-4). O azeite é símbolo notável do Espírito Santo (At 10.38; Mt 25.4; Sl 23.5; Lv 14.16; Nm 6.15; Dt 32.13). É o Espírito Santo que age em cada vida individualmente, e na Igreja como um todo, para que se possa refletir a luz de Cristo neste mundo, levando todos a glorificarem o Seu nome.

 

É importante salientar que para o bom funcionamento das lâmpadas, o canal de cada hástea não poderia estar obstruído de modo algum. Assim também não podemos e não devemos resistir nem estristecer o Espírito de Deus em nossa vida (At 7.51; Ef 4.30). O uso das “espevitadeiras” e “apagadores” era justificado na manutenção diária das lâmpadas do candelabro, que cabia ao sumo sacerdote (Êx 30.7). Ele aparava as pontas chamuscadas dos pavios, a fim de que o brilho pudesse ser mais intenso. Isto nos lembra das fadigas, dos sofrimentos que nós passamos por servir a Deus (Rm 8.18; Jo 14.33). Até mesmo Jesus (a coluna central) passou por isso (Hb 2.18; Jo 4.6; 19.28; Mt 8.24; 26.38; 27.50). Como a manutenção diária das lâmpadas, nossas forças também têm que ser santificadas e renovadas todos os dias.

 

Ornamentos – Eram os cálices, as maçanetas e as flores. O candelabro, ao que parece, tinha 10 cálices: 6 nas hásteas e 4 na coluna (Êx 25.33,34).

 

O cálice tinha o formato côncavo (amêndoa), era uma espécie de copo, no qual se colocava o azeite. O cálice simboliza o sacrifício de Cristo (Jo 18.11; Mt 20.23; 26.42). Na cerimônia memorial da Ceia do Senhor o cálice é uma referência nítida do sangue de Jesus, derramado na cruz para remissão de pecados (Mt 26.27,28; 1 Co 11.25). A palavra amêndoa significa no hebraico “estar alerta”, “acordar” e “sem sono”. A amendoeira era a primeira árvore frutífera a florescer. Isto nos lembra que devemos produzir bons frutos para Deus, isto é, nossas boas obras em Cristo Jesus (Jo 15.16; Mt 3.10; Gl 5.22,23; Ef 2.10; Tg 2.17).

 

A palavra maçaneta não esclarece muito bem qual teria sido o seu formato. Recorrendo mais uma vez ao hebraico, descobrimos que se tratava na realidade de “grinalda” e/ou “coroa”. Grinalda sempre sugere casamento. Pois se isto é mesmo assim, então temos aqui uma representação simbólica do casamento de Cristo com a Igreja, Sua noiva (2 Co 11.2; Lc 5.34,35; Ap 21.2,9; Ef 5.25). Coroa nos lembra reinado; reinaremos para sempre com o Senhor (Ap 1.6; 5.10; 22.5).

 

Outro aspecto importante é que cada hástea do candelabro formava parte de um todo, sendo que o candelabro ficaria incompleto sem qualquer uma delas, ou caso uma delas faltasse. Com isso, podemos dizer que a morte de Jesus não teria valor algum e também nenhuma finalidade ou propósito se esta não produzisse uma geração de salvos. Afinal, foi para isso que Ele veio ao mundo!

 

A igreja nasceu das feridas de Cristo (Is 53.5; Gl 2.20), brilha no mundo e reinará na glória.

Que a graça do Senhor permaneça sempre na nossa vida!.

O segredo dos crentes não está nos livros, nas faculdades que cursou, nos títulos alcançados, nos seus méritos ou status social; mas na sua intimidade com o SENHOR. 

 

Que a palavra de Deus seja luz para nossos caminhos, que o fogo do Espírito Santo venha nos iluminar.

 

Lembra-se das dez virgens, cinco reservaram azeite nas lâmpadas e outras não, estas sabias foram recompensadas, as outras ficaram confundidas.

 

Que nas noites frias o Senhor te aqueça com o fogo do candeeiro!

 

Que assim como Eliseu você também possa ter um quarto na sua vida; um lugar de intimidade com Deus.

 

Que o seu quarto seja construído próximo dos muros, para serem protegidos pelo sangue de Jesus e separados em santidade para Deus.

 

Que no seu quarto tenha uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro.

 

Ou seja, descanso em Deus, comunhão com Deus, autoridade de Deus e luz de Deus em seus caminhos.

 

Que Deus nos abençoe.