terça-feira, 14 de março de 2023

Aprendendo a vencer as tentações

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


  


Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no evangelho segundo Mateus 6.13 que nos diz:

 E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal.


 Nossa realidade de pecado nos mostra que a tentação é inevitável. 

Até Jesus voltar, seremos sempre pecadores por natureza. Nessa realidade há duas fontes de tentação. A primeira é a nossa própria natureza. “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem” (Mateus 15:19, 20). Naturalmente somos pecadores. As nossas ações são simplesmente um sintoma da doença que permeia o nosso corpo até o nível genético. Porém, a segunda fonte, que agrava essa situação, são as tentações que Satanás e seus agentes lançam contra nós. Jesus permaneceu “no deserto por quarenta dias, sendo tentado pelo diabo” (Lucas 4:1, 2). Paulo nos convida a vestir o “escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6:16). Satanás utiliza circunstâncias, pessoas, ocasiões e as nossas próprias fraquezas, e nos influencia, mesmo que não verbalmente, a nos afastar de Deus e pecar.

 

Por isso, a primeira coisa que precisamos entender é que a tentação é inevitável. Logo, não é pecado. Deus não vai condenar você por ser tentado. Você não precisa pedir perdão a Deus por ser tentado. Além disso, Deus não vai permitir que Satanás e seus anjos lancem sobre você tentação mais forte do que você possa aguentar. Isso é bíblico: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co 10:13).

 

I.                   Definindo o que é tentação

A tentação constitui uma arma poderosa do nosso adversário.

 A tentação é um meio pelo qual Satanás procura instigar o homem ao pecado, seduzindo-o e induzindo-o a fazer o mal. A tentação aparece como isca, e vem acompanhada de laços (I Tm 6.9), pelos quais o inimigo desperta a carne do homem para obedecer ao príncipe das trevas (Ef 2.2-3).

A origem da tentação é sempre Satanás (Mc 1.13; I Co7.5), motivo porque o seu nome é também tentador  (2Ts 3.5).

Ele procura, com astúcia, apartar o homem de Deus (2 Co 11.3; Ef 6.11-12. É claro que Deus não pode ser a origem da tentação “porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1.13). 1.3 Por que Deus não impede que a tentação venha? Deus criou o homem com livre arbítrio e não impede a tentação, porque por meio dela o homem pode provar que deseja obedecer a Deus de coração. A tentação revela o que está no coração do homem (Dt 8.2; II Cr 32.31). Quando o homem, na hora da tentação, invoca e aceita o socorro de Jesus (Hb 2.18; 4.16) é aperfeiçoado (Tg 1.2-4); fica mais capacitado a discernir entre o bem e o mal (Hb 5.14) e aprende a confiar mais em Deus (Sl. 30.7-12). Assim, se amarmos a Deus, a tentação contribui para o nosso bem (Rm 8.28).

 

II.                O Diabo tentou até o Senhor Jesus.

O próprio Jesus chegou a ser tentado pelo Diabo! Por que Jesus foi tentado?

 1.  Jesus foi tentado para provar que Ele, realmente, era um homem perfeito, sem pecado (Hb 4.15; II Co 5.21). Somente assim podia ser o Salvador da humanidade.

2.  Jesus foi tentado para poder ajudar os homens nas tentações (Hb 2.18; 4.16). Nas suas tentações, Jesus tornou-se um exemplo para nós (I Pe 2.21). Mostrou que a tentação em si não é pecado, pois embora tentado em tudo permaneceu sem pecado (Hb 4.15). Mostrou também que o aparecimento da tentação na vida do crente não é um sinal de ser ele um crente fraco, pois embora Jesus fosse perfeito, foi tentado. Mas teve vitória total sobre as tentações. Essa vitória mostra-nos o caminho para termos vitória sobre as tentações (I Co 10.13).

3.  As tentações que Jesus sofreu revelam a estratégia de Satanás:

a) Na primeira tentação, o inimigo procurou instigar Jesus a usar o poder que havia recebido para exercer o seu ministério, para seu próprio proveito. Jesus realmente possuía poder transformar as pedras em pão, porque mais tarde Ele multiplicou pães (Mt 14.13-21). Mas fez isso para glorificar seu Pai e para dar de comer a homens famintos. Na tentação recusou o uso do seu poder em benefício próprio. Ao refutar o Diabo, disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Essa “palavra da boca de Deus” é que faltava, e Jesus não queria fazer um milagre conforme a palavra do inimigo, mas somente conforme a vontade de seu Pai (Jo 5.19,30). Ele não aceitou receber sugestão de Satanás. Por isso venceu.

 b) Na segunda tentação, Satanás propôs que Jesus se lançasse do pináculo para onde Ele havia sido levado (Mt 4.5-7). Satanás tentou Jesus a assumir os riscos e mostrar-se corajoso, saltando de grande altura. Jesus rejeitou a proposta, porque não queria obedecer a Satanás. A fim de tirar qualquer dúvida, em torno da sua proposta, Satanás citou uma palavra das Escrituras que falava da proteção divina (Sl 91.11-12; Mt 4.4-6). Porém, nesta citação, Satanás omitiu a parte que fala da promessa de Deus de guardar o Filho “em todos os teus caminhos” (Sl 91.11). Jesus sabia que a promessa de Deus não era para tentar a Deus, mas para proteção nos caminhos traçados por Deus.

c) Na última tentação, Satanás foi ainda mais atrevido. Mostrou a Jesus num só momento, todos os reinos do mundo e a glória deles e disse-lhe: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares!” (Mt 4.8-9). De que maneira Satanás conseguiu mostrar isso a Jesus a Bíblia não revela, porém o Diabo prometeu o que não lhe pertencia. A Bíblia diz: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude” (Sl 24.1). Satanás não possui nada. Ele somente usurpou o poder que exerce (I Jo 5.19). Ademais, a glória que ele prometeu é por demais passageira (I Pe 1.24; Dn 4.30). Jesus rejeitou o domínio e o poder oferecidos por Satanás, porque Ele não queria nenhuma autoridade que não fosse de Deus. Ele não quis uma coroa sem cruz, por isso escolheu o caminho da cruz e a coroa de espinhos, para por ela ganhar para nós uma coroa de justiça (2Tm 4.8). Finalmente Jesus disse a Satanás: “Vai- te, Satanás, e ele o deixou! ”(Mt 4.10-11).

A Bíblia diz: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

 

III.             Como age a organização satânica.

 

Satanás, para afirmar o seu reinado mal, tem como finalidade a luta contra Deus e contra as criaturas de Deus. Ele procura em tudo imitar o que é de Deus, e para isso organizou os anjos 18 caídos que o acompanharam em ordem hierárquica, da mesma maneira que os anjos celestes estão organizados.

1.    Satanás se Fez Príncipe do Seu Reino (Mt 12.26).

Satanás, antes de ser expulso do Céu, era um querubim da guarda ungido sobre a terra (Ez 28.14), pois habitava no Éden, queria continuar com domínio sobre o mundo, e foi chamado “príncipe deste mundo” (Jo 14.30; 16.11). Ele queria ser semelhante ao Altíssimo (Is 14.14), é chamado o “deus deste século” (2 Co 4.4), é o “príncipe dos demônios” (Mt 12.24) e “das potestades do ar” (Ef 2.2), tem o seu quartel general nos lugares celestiais (Ef 2.2) de onde pode atingir o mundo todo (Jo 1.7).

 

2.    Os demônios estão organizados militarmente.

 

 a. Alguns demônios são chefes de grandes regiões, ou de países, por isso são chamados como tendo autoridade sobre esses lugares. Em Dn 10.13 e 10.21, chamam-se “o príncipe da Pérsia” e “o príncipe da Grécia”. Certamente o diabo tem encarregado demônios graduados de liderar as forças más em cada país, ou região. São os tais que em Ef 6.12 são chamados principados.

b. Os demônios estão organizados em hostes espirituais da maldade (Ef 6.12) e em legiões de demônios (Mt 5.9,15). Estas formações têm como seus chefes os “príncipes das trevas” (Ef 6.10-12).

c) Na luta final, no tempo da Grande Tribulação, Satanás tentará imitar a Santíssima Trindade fazendo a sua própria trindade, da qual ele mesmo é a Besta, o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 13.2-13), mas aí já estará próximo o fim de seu reinado.

 

IV. Os métodos das potestades do mal.

 

 Falando a respeito do nosso inimigo Satanás, a Bíblia diz: “Não ignoramos os seus ardis” (2 Co 2.11). Vejamos agora alguns dos métodos do nosso inimigo, na sua luta contra Deus e contra a humanidade.

1.    Satanás ataca com violência no combate.

 Desde que Caim matou Abel, porque este era justo (l Jo 3.12), Satanás tem, em todo o tempo, usado como arma a violência: perseguições, prisões e mortes. O sangue dos mártires tem jorrado até mesmo em nome da religião. Satanás inspirou a “Santa” Inquisição na Espanha, na França e em outros países, e ela matou multidões de crentes. Sobre tudo isso disse Jesus: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).

2.    Satanás usa o engano e o laço maligno.

 Como Armas A Bíblia fala dos que caem em laços do Diabo (Sl 124.7 e 91.3; I Tm 3.7; 6.9; 2 Tm 2.26). Às vezes o inimigo apresenta falsas aparências para enganar (Gl 1.8). Uma das suas armas é procurar que o crente faça acordo com as trevas (II Co 6.14-16); por meio de falsas promessas (2 Pe 2-19) procura enganar os símplices e para isso cega a vista (2 Co 4.3-4).

 

3.    O Inimigo usa como arma as seduções e tentações.

 Satanás procurou despertar Adão e Eva para a mesma tentação que o havia derrubado do Céu, isto é, a vontade de ser igual a Deus (Is 14.14; Gn 3.5). Ele procurou derrubar o próprio Jesus pela tentação, porém Jesus venceu (Mt 4.1-11). Assim todos são tentados (l Jo 2.15-16). Ananias e Safira foram tentados (At 5.3) e caíram.

 

IV.             Imitação, mais uma arma o inimigo usa.

 Sempre que Deus opera, o inimigo se faz presente. Por meio de imitações ele quer desfazer a força sobrenatural do Todo-poderoso e por em dúvida a operação de Deus. Assim ele fez diante de Faraó, quando Moisés estava operando milagres em nome de Deus (Êx 7.17; 8.18; 9.11; 2Tm 3.8), mas quando o poder de Deus se tornou pleno, essas tentativas foram desfeitas (Êx 7.12; 8.19). Do mesmo modo como Satanás enganou Eva através da serpente (I Tm 2.14), simulando conhecimento da palavra de Deus, dizendo: “É assim que Deus disse? ” E “certamente não morrerás. ” Assim ele continua agindo ainda hoje. Satanás põe cartola de teólogo e “ensina” que a Bíblia não é a Palavra de Deus e que Jesus não é o Filho de Deus. Ele vem como um vendedor ambulante nas portas das casas, dizendo que não existe nem ressurreição nem castigo eterno. São os modernistas, os russelitas, os mórmons, os espíritas e muitos outros que Satanás usa para imitar a mensagem da Bíblia, com o fito de enganar as almas que não sabem distinguir o falso do verdadeiro. Milhões de pessoas estão sendo enganadas por meio de doutrinas pagãs. O inimigo procura também introduzir imitações até no uso dos dons espirituais. Se alguém não dá glória a Deus quando é usado, o inimigo procura logo seduzir um “profeta” para o uso indevido da profecia, do dom de línguas com interpretação. E, desta maneira, surgem falsos profetas (Mt 24.24). O inimigo introduz também falsos milagres (At 2.24; 2Ts 2.10), bem como o espírito de adivinhação (Ez 13.6), de falsidade (Mq 2.11), de impureza (Zc 13.2), e de mentira (I Rs 22.22), tudo isso para enganar o povo e pôr em descrédito a manifestação do Espírito Santo.

 

V.               A vitória de Jesus sobre Satanás.

 

Deus prometeu isso no dia da queda, no Éden (Gn 3.15) e a promessa se cumpriu “na consumação dos tempos [quando], Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (G1 4.4), para “desfazer as obras do Diabo” (l Jo 3.8). Jesus venceu o Diabo definitivamente quando na cruz exclamou: “Está consumado” (Jo 19.30). Nesse momento Jesus “despojou os principados e potestades e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15); e “vencendo-o, tirou-lhe toda a armadura” (Lc 11.21-22). Com a autoridade da Cruz, Jesus proclamou liberdade para todos os cativos (Lc 4.18-20) pois pela sua morte “ele repartirá o despojo” (Is 53.12). Todo aquele que crê em Jesus e no poder do seu sangue é justificado (Rm 3.24-25) e libertado do poder de Satanás (Hb 2.14- 15; At 26.18; 2Tm 2.26; Cl 1.13) e do mundo (Jo 15.19). Satanás foi vencido por Jesus e dominado debaixo dos pés de Cristo (I Co 15.25) e a vitória do Filho de Deus é a nossa própria vitória (I Co 15.5-7).

 

VI.             Em Cristo somos mais que vencedores.

 

Jesus está no crente (Cl 1.27) e é maior do que o inimigo (I Jo 4.4). Ele nos prometeu o Espírito Santo que dá poder (At 1.8) e fortalecidos no Senhor recebemos a armadura completa (Ef 6.10- 17), pela qual podemos resistir ao Diabo (Tg 4.7; Ef 4.27; IPe 5.8,9; Ap 12.10-11).

 

VII.          Em breve Jesus esmagará a Satanás debaixo dos nossos pés.

 

Quando Jesus vier em glória (Rm 16.20; Ap 19.11-16), Satanás será preso e amarrado por mil anos (Ap 20.1-3). Depois será solto por um pouco de tempo e logo continuará fazendo aquilo que é próprio dele, enganar os homens, que em grande número o seguirão e se ajuntarão na batalha 20 contra Deus (Ap 19.7-8). Deus, porém, não esperará mais e mandará o fogo do Céu devorar Satanás e as suas hostes. Então, Satanás será lançado no inferno para todo o sempre (Ap 20.9- 10), ficando totalmente esmagado debaixo dos pés do seu vencedor (Rm 16.20). Todos os demônios serão julgados e lançados no Lago de Fogo, que foi feito para o Diabo e os seus anjos (Mt 25.45). A vitória encherá os céus com júbilo, e por toda a eternidade se ouvirá o “Aleluia!” ao Cordeiro, que nos comprou pelo seu sangue. Amém.

 

VIII.       Como obter a vitória sobre as tentações.

 

A Bíblia mostra que o crente tem possibilidade de vencer. Quando Jesus escreveu às sete igrejas na Ásia Menor, citou a cada uma delas a palavra: “Àquele que vencer” (Ap 2.7,11). Apocalipse 21.7 diz: “Quem vencer herdará todas as coisas”. Assim “em todas estas coisas somos mais do que vencedores por aquele que nos amou!” (Rm 8.37). Vejamos as condições para o caminho da vitória:

1.     vigiando e orando.

A Bíblia diz: “Bem-aventurado aquele que vigia e guarda os seus vestidos para que não ande nu” (Ap 16.15). Embora sejamos salvos e tenhamos colocado os nossos pés sobre a Rocha (Sl 40.2; Mt 27.24-26), devemos sentir a nossa inteira dependência de Deus e pedir: “Guardam-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade” (Sl 40.11). Precisamos vigiar e orar (Mt 13.33; Ef 6.18; I Pe 4.7), em todo o tempo (Lc 21.36), diante dos ataques constantes do Diabo (I Pe 5.8). Nosso espírito está pronto e a nossa carne é fraca (Mt 26.41), mas Jesus prometeu que se o pai da família vigiar por causa do ladrão, a sua casa não ficará minada (Mt 24.43). Deus ajuda aquele que vigia.

 

2.    Permanecendo no Senhor (At 11.23).

Um propósito firme gera firmeza de coração, a qual proporciona poder sobre a vontade própria (I Co 7.37). Foi com esse propósito que Daniel ficou firme e fiel a Deus no palácio da Babilônia (Dn 1.8). Foi também com esse propósito que Rute decidiu não se afastar da sua sogra Noemi, quando esta pretendia voltar para a terra prometida (Rt 1.16-18). Este propósito firme não significa que o crente tem de lutar com o seu próprio poder.

A Bíblia diz que “Deus cumpre com poder todo o propósito de bondade e obra da fé” (2Ts 1.11). Deus que opera o querer, também opera o efetuar, (Fp 2.13). É Ele que nos aperfeiçoa para fazer a sua vontade, operando em nós o que lhe é agradável (Hb 13.21).

Desta maneira o crente se torna forte para resistir ao Diabo (Tg 4.7), que assim fugirá. O crente recebe força de Deus para se enfrear (Sl 39.1) e fugir do mal (I Tm 6.11; 2Tm 2.22), assim se conservará no caminho do Senhor (I Jo 5.18).

 

3.    Mantendo o mal à distância.

 

 A Bíblia diz: “O que guarda a sua alma, retira-se para longe (do caminho perverso)” (Pv 22.5); “Não se aproxime da porta da sua casa (do pecado)” (Pv 5.8); “passa ao largo dela” (Pv 4.14-15; Sl 119.101), pois aquele que passa “pela rua, perto da sua esquina” (Pv 7.8) se põe em perigo. Quando Pedro seguiu de longe, pôs-se em perigo (Lc 22.54-55). Por isso é que devemos seguir ao Senhor de perto (Sl 63.8). O crente deve também evitar a companhia daqueles que dão mau exemplo (I Co 15.33; Pv 22.24; 20.19; Sl 1.1; Js 23.12-13), e não se impressionar com a maioria, para fazer o mal (Êx 23.2), errando com os que erram (Ez 44.10). A Bíblia diz: “O alto caminho é desviar-se do mal” (Pv 16.17). 21 9.

 

4.Aceitando o socorro que jesus nos oferece (Hb 2.18).

 

Vejamos algumas maneiras pelas quais Jesus deseja nos dar a vitória:

a. Em primeiro lugar Jesus ofereceu a si mesmo para nos ajudar. Ele disse: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28.20). A Bíblia diz: “O teu cuidado guardou o meu espírito” (Jó 10.12). Todo aquele que crê no Filho de Deus, vence o mundo” (I Jo 5.4-5). Pelo sangue de Jesus podemos ser vencedores (Ap 12.11). Se o crente for vencido pela tentação, e buscar a ajuda de Jesus, Ele vem ao encontro do crente vencido e o ajuda a reabilitar-se.

b. Jesus também quer ajudar-nos a usar uma poderosa arma que temos: a Palavra de Deus. Foi essa arma que Ele usou contra o tentador: “Vai-te Satanás, porque está escrito” (Mt 4.10). Também poderemos vencer pela Palavra de Deus! (Sl 119.11,101; 17.4; I Jo 2.14). Usemos, pois, a poderosa Palavra (Hb 4.12) que é uma espada aguda (Ef 6.17), é a vitória, é a nossa esperança.

c. Jesus ainda prometeu nos dar o Consolador para nos ajudar (Jo 14.26; Rm 8.26). Pelo poder do Espírito Santo, podemos obter a vitória sobre a carne (Gl 5.16), e nos fortificar contra as hostes da maldade (Ef 6.10-12). Aquele que está cheio do Espírito Santo pode vencer os dias maus (Ef 5.16-18). Pela unção, podemos ter vitória sobre o espírito do Anticristo (I Jo 2.18-20).

d. Todos estes meios que Jesus nos oferece, pelos quais deseja nos dar vitória, tornam-se poderosos e eficientes na vida do crente que vive em oração. Jesus vinculou o poder para ter a vitória sobre a carne: a oração. Ele disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Mt 26.41). O salmista registrou a sua experiência nesse sentido: “Invocarei o nome do Senhor e ficarei livre dos meus inimigos” (Sl 18.3).

Então, quando a tentação vier, seja por influência de Satanás ou pela lei do pecado na sua própria carne, faça isso:

 1. Ore a Deus no exato momento e abra o jogo com Ele. Peça o auxílio divino.

 2. Não alimente o desejo pecaminoso que vier à sua mente.

 3. Afaste-se da tentação o mais rápido possível.

 4. Já que você se afastou, permita que o Espírito Santo continue lhe guiando no sentido oposto à tentação.

 “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Essa era a mesma estratégia de Cristo Jesus. Ele já garantiu a vitória. Nós precisamos nos apossar dela pela fé. “Ninguém tem necessidade de se abandonar ao desânimo e desespero. Satanás poderá achegar-se a vós com a cruel sugestão: ‘Teu caso é desesperado. És irremissível.’ Mas há para nós esperança em Cristo. Deus não nos manda vencer em nossas próprias forças. Pede-nos que nos acheguemos bem estreitamente a Ele. Sejam quais forem as dificuldades sob que labutemos, que nos façam vergar o corpo e a alma, Ele está à espera de nos libertar.”


Que Deus nos ajude e nos guarde na hora da tentação.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Como ser um cristão de verdade

  

Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21  (985738236 ou 987704458 (oi)

  Email ojaniosantosdeoliveira@bol.com 


Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 







 Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Texto de Atos 11:25,26 que nos diz:

E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.

E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.

 

Mesmo na igreja você tem se perguntado o que é ser cristão? Procura saber quais são as características de um cristão verdadeiro? Novo convertido ou não, todo filho de Deus precisa crescer no conhecimento do Senhor Jesus, e este estudo bíblico te ajudará ao menos um pouco.


O que significa ser Cristão? Como ser um cristão de verdade nos dia de hoje? Como ser um “seguidor de Cristo” nas horas complicadas?

 

Um cristão de verdade busca se tornar mais parecido com Jesus

Como ser um Cristão nos dias de hoje?

Você tem tido atitudes de um verdadeiro cristão?

O que realmente significa ser Cristão?

Cristão significa “seguidor de Cristo/pequeno Cristo”. Um cristão é uma pessoa que ama a Jesus, aceitou-o como seu Salvador e obedece aos seus mandamentos.

 

Um verdadeiro cristão segue Jesus de todo coração, não apenas por tradição.

 

I.                   Aprendendo a ser um cristão de verdade

 

É urgente que aprendamos mais da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo hoje em dia, pois infelizmente muitos falsos crentes têm surgido, enquanto isso muitos outros não estão amadurecendo na vida cristã, e por isso não dando frutos com perfeição no reino de Deus.

 

… crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e de Deus Pai… (2 Pe 3:18a ;Rm 12 2)

 

Precisamos estar longe da falsidade e imaturidade na vida cristã!

 

Atualmente está realmente difícil saber quem é cristão verdadeiro, mas a Palavra de Deus nos dá toda orientação de que precisamos!

 

Portanto, se você quer mesmo ser um cristão verdadeiro, precisa estudar a vida do Senhor Jesus e sua palavra, e assim ser como Ele!

 

O que diz que está nele, deve andar como Ele andou. (1 Jo 2:6)

 

O cristão verdadeiro é aquele que ama ao Senhor Jesus, guardando Sua Palavra, e amando ao seu próximo também.

 

A “receita” de como ser um bom cristão é simples, está no versículo abaixo:

 

… se vós permanecerdes em minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos (Jo 8:31b)

 

E dentre as muitas características de um cristão verdadeiro, esta deve ser a principal:

 

Nisto todos conhecerão que vós sois meus discípulos, caso tiverdes amor uns pelos outros. (Jo 13:35)

 

Estas são 2 características fundamentais dos discípulos de Jesus, onde está toda a base da vida cristã: obediência a Cristo, amor a Ele e ao próximo.

 

A origem do termo “cristãos”.

No hebraico, o termo que corresponde a “christianos” seria “mashihim” (מְשִׁיחִיִּים), mas como o grego era a língua predominante ali dentre os cidadãos de Antioquia – vide v. 20 – então eram chamados “christianos” mesmo, nome que posteriormente foi assumido pelos pais da igreja para definir seu novo estilo de vida religioso.

 

Vale ressaltar, primeiramente, que os discípulos foram chamados christianos (cristãos), ou seja, foram outros que deram tal nomenclatura para eles, e não eles mesmos. A conclusão a que estudiosos do texto bíblico tem chegado atualmente é que este apelido foi dado a eles de modo depreciativo. por exemplo, diz:

 

 Esta palavra começou sendo um mote. O povo desta cidade era famoso pela facilidade com que encontravam motes risonhos. Mais tarde o barbado imperador Juliano visitou a cidade e o batizaram “O Bode”. A terminação — iani significa pertencente ao partido de Por exemplo, caesarean significa pertencente ao partido de César. Cristãos significa: Esses amigos de Cristo. Era um mote meio zombador, risonho e depreciativo…

 

O termo “cristãos” veio, provavelmente, de romanos que rotularam os seguidores de Jesus em Antioquia de “pequenos cristos“. embora seja provável que pretendia ser uma ofensa, o rótulo é realmente uma honra, pois indica que os discípulos estão se assemelhando a Cristo em seu viver.

 

Seja como for, aqueles discípulos estavam se parecendo com o Ungido, ou seja, com o homem que seus seguidores judeus alegaram ser o Messias prometido à nação de Israel. Estes discípulos de Antioquia também eram bem ensinados na palavra divina, seus líderes principais eram Saul, chamado Paulo, e Barnabé, sábios homens e mestres israelitas. Saul era da tribo de Benjamim, e Barnabé era um levita (Rm 11:1; At 4:36).

 

A comunidade de Antioquia da Síria nasceu com os eventos relatados em Atos 11:19-21, depois da perseguição que se desencadeou com a morte de Estêvão.

Nessa época, já fazia pelo menos 8 anos que a primeira comunidade de discípulos havia se formado depois da ressurreição do Senhor, em Atos 2:41-47.

 

O texto não menciona o nome das pessoas que pregaram a palavra de Deus aos de fala grega mencionados em Atos 11:20. Além disso, não se sabe ao certo se eles eram descendentes israelitas, isto é, judeus que haviam abraçado a cultura e língua grega, tendo perdido sua identidade e maneira de viver bíblica, ou se eram de fato estrangeiros. De toda forma, sendo um grupo ou outro, o fato é que eles confiaram na mensagem do Messias anunciada através daqueles homens, e agora estavam orientando suas vidas de acordo com este ensino, isto é, a interpretação das Escrituras que Yeshua transmitiu a seus discípulos.

 

Diante do crescente número de pessoas abraçando a fidelidade ao Mestre em Antioquia, tal notícia chega aos ouvidos da liderança principal dos discípulos, que estava em Jerusalém.

Eles então enviaram Barnabé, um levita, para checar a situação. Ao chegar ali, ele fica maravilhado ao perceber que Deus realmente estava com aquela gente (vs. 22-24). Mas possivelmente Barnabé fica um pouco desorientado ao ver a quantidade de homens estrangeiros abraçando a fé no Messias de Israel, então ele decide chamar um homem mais experiente para lhe ajudar a orientar essas pessoas. Ele vai em busca de Saul, chamado Paulo para os romanos, um homem erudito judeu de cidadania romana; e ambos permanecem um bom tempo ali ensinando a palavra do Eterno e educando aquelas pessoas nas Escrituras.

 

E aqui, finalmente, chegamos.ao ponto central do nosso estudo, onde os discípulos foram chamados pela primeira vez de “christianos”, isto é, “cristãos” ou “ungidos”. Agora nós vamos explorar informações dessa comunidade de Antioquia da Síria, que também é mencionada em Atos 15, e buscar quais características a identificou com o Ungido, o Mestre de Israel, Yeshua o nazareno.

 

 

II.                 Sete características de um falso convertido

 

“As igrejas brasileiras estão lotadas de frequentadores interessados apenas nas bênçãos de Deus”

 

 “As igrejas brasileiras estão lotadas de frequentadores interessados apenas nas bênçãos de Deus”

 

As igrejas brasileiras estão lotadas de frequentadores interessados apenas nas bênçãos de Deus. Basta olharmos para os "templos" evangélicos que facilmente chegamos a essa conclusão. Contudo, como todos sabem, nem todos aqueles que frequentam os cultos em nossos ajuntamentos, verdadeiramente podem ser considerados cristãos. O próprio Senhor disse: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22:14). Desta forma, resolvi elencar pelo menos sete características de um falso convertido, vejamos:

 

1. Um falso convertido apesar de religiosamente frequentar os cultos de uma igreja vive na prática do pecado. E na maioria das vezes, justifica seus próprios erros enganando a si mesmo e se afundando na própria destruição. “Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;” (Rm 1:24).

 

2. Um falso convertido não desenvolve a prática da oração, da leitura das Escrituras e da comunhão dos santos. Esquecem que o próprio Senhor se dedicava em noites de oração. “Naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus” (Lc 6:12).

 

3. Um falso convertido apesar de estar arrolado como membro de uma igreja, não frequenta os cultos de sua comunidade local, portanto, não ouvindo a palavra, nem tampouco, participando da comunhão com os irmãos compartilhando o partir do pão. “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2:46).

 

4. Um falso convertido seleciona pontos da Bíblia, pondo-a em duvida, considerando assim os ensinamentos nela contida, como arcaico e ultrapassado. “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24:35).

 

5. Um falso convertido rejeita a disciplina bíblica, preferindo viver a vida conforme os seus achismos e opiniões pessoais. “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo 2:6).

 

6. Um falso convertido semeia contendas, divisões e conflitos na "communion sanctus" contribuindo assim com o adoecimento da igreja local. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso” (1 Jo 4:20).

 

7. Um falso convertido não vive para a glória de Deus, antes pelo contrário, vive para satisfazer suas vontades carnais, não se preocupando assim com aquilo que Deus pensa, diz, ou considera como padrão de vida cristão. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13:4-7).

 

III.              Como posso saber se eu fui genuinamente convertido?

 

A primeira epístola de João oferece vários “testes” para ajudar os cristãos a saberem se eles salvificamente chegaram à fé em Cristo:

 

 1. O teste da fé: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1 João 5.1a).  Então, pergunte a si mesmo: eu confio em Jesus Cristo para a salvação?

 

 2. O teste da obediência: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.6-7).  Então, pergunte a si mesmo: a minha vida mostra um padrão habitual de pecado não arrependido ou de arrependimento de pecado e de luta para andar na luz?

 

 3. O teste do amor: “aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si” (1 Jo 3.14b-15).  Então, pergunte a si mesmo: eu amo outros cristãos de maneiras concretas que mostram a realidade da minha fé?

 

  4. O teste da perseverança: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19).  Aqueles que não perseveram na fé provam que sua fé era falsa desde o início. Então, pergunte a si mesmo: eu estou continuamente na fé a despeito das lutas e oposições?

 

Mais um princípio: até mesmo cristãos são propensos ao autoengano. Portanto, trabalhe essas questões com os membros de sua igreja que o conhecem melhor e que o amam (Pv 11.4; 15.22). Obviamente, isso é difícil de fazer se você não deixou as pessoas entrarem em sua vida no início.

 

Alguém pode ser genuinamente convertido e viver contente em pecado?

Falando de uma forma geral, não.

 

 • João é absolutamente claro: somente aqueles que andam na luz, obedecem aos mandamentos de Deus e amam outros cristãos são genuinamente convertidos (1 João 1.6-7; 2.4-6; 3.7-8).

 

• Paulo levanta o mesmo ponto quando escreve: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?” (1 Co 6.9).  Em outro lugar, ele diz claramente: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (Rm 8.13). Aqueles que lutam ativamente contra o pecado e buscam a retidão são genuinamente cristãos.

 

• O próprio Jesus diz: “Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo” (Mateus 7.18-19). Todos aqueles que nasceram de novo produzem bom fruto espiritual, o que destaca cada um deles como diferentes do mundo ( Mt 5.13-16; 7.21-22).

 

Embora nenhum cristão seja perfeito nesta vida, o Novo Testamento insiste em que somente as pessoas cujas vidas demonstram genuíno fruto espiritual nasceram de novo.

 

Como eu confronto de forma amável alguém que afirma ser convertido, mas que vive como um não cristão?

Ore por você mesmo e pela outra pessoa. Ore para que você seja fiel em simplesmente falar a verdade, apoiando-se no Espírito de Deus para fazer a obra de verdadeira persuasão (1 Co 3.6-7; 2 Co 7.8-10). Ore para que ela se convença e para que tenha uma mudança de coração.

 

Fale a verdade em amor (Ef 4.15). Aborde a pessoa cuidadosamente, pacientemente e gentilmente. Explique que você a está confrontando a partir de uma preocupação profunda e amável pelo bem eterno dela.

 

Leve-a para as Escrituras. Explique que seu propósito não é dar um veredito final sobre sua alma. Ao contrário disso, você está preocupado com o fato de ela não estar vivendo como a Escritura diz que um cristão vive.  Indique para ela passagens como Mateus 7.13-29; Romanos 6.12-23; 8.13, 1 Coríntios 6.9-11; 2 Coríntios 13.5 e todo o livro de 1 João.

 

Questione-a gentilmente. Pergunte coisas como: “Você acha que sua vida está de acordo com a figura que a Bíblia faz de um cristão genuíno? Você está genuinamente lutando contra o pecado ou está secretamente apreciando-o? Você acredita que ser um cristão significa arrepender-se de seus pecados e confiar em Cristo?”

 

IV.             A conversão. O que é e como acontece?

 

Existe um jeito certo de se converter? É verda­de que uma conversão acompanhada de choro é mais forte que uma em que não há choro? Quantas conversões existem? É possível uma pessoa se converter mais de uma vez? Quem é o agente da conversão? É a pessoa que se converte ou é Deus quem converte a pessoa? Existe participação humana na conversão? Se existe, que participação é essa?

 

1. O que é conversão?

A conversão é a manifestação externa da regeneração. Não podemos ver a regeneração, mas podemos ver os efeitos que ela produz. O efeito mais notável produzido pela rege­neração é a conversão, na qual o regenerado expressa sua fé e seu arrependimento, com o consequente abandono do pecado. Em outras palavras, quando falamos em conversão esta­mos falando da vida cristã do ponto de vista de sua direção: um afastamento do pecado e uma aproximação de Deus.

 

A conversão pode ser definida como um ato consciente de uma pessoa regenerada, no qual ela se volta para Deus em arrependimento e fé. Observe que há dois movimentos presentes na conversão: um movimento de afastamento do pecado, caracterizado pelo arrependimento, e um movimento de aproximação de Deus, caracterizado pela fé. Podemos dizer que a conversão possui os seguintes elementos:

 

Iluminação da mente. Por essa iluminação o pecado é conhecido como ele é na realidade: um comportamento que desagrada a Deus. Em geral, os pecados são avaliados, pela pessoa não redimida, conforme sua “malignidade social”. Pecados que causam grande dano social são considerados graves e pecados que causam pouco dano social ou que causam dano ape­nas a quem o pratica são considerados leves e, normalmente, tolerados. No entanto, essa conceituação do pecado como um mal social não se harmoniza com o ensino bíblico sobre o pecado. Mesmo quando o pecado só causa dano a quem o pratica (por exemplo, pecados ima­ginados que não chegaram a ser colocados em prática), ele continua sendo pecado e continua sendo grave, pois é uma ofensa contra Deus. Na conversão, a pessoa passa a perceber isso.

Autêntica tristeza pelo pecado – não apenas remorso por causa dos seus resultados amargos. Tendo percebido a gravidade de cada um de seus pecados, a pessoa que se converte se arrepende verdadeiramente. Esse arrependi­mento diz respeito à tristeza que ela sente por ter desobedecido ao Senhor e à sua disposição de mudar sua atitude. Isso nada tem a ver com remorso. Remorso é a tristeza que sentimos quando temos que lidar com os efeitos prejudi­ciais causados por nossas ações erradas.

Humilde confissão do pecado. Isso seria tanto para com Deus como em relação aos outros, que foram feridos pelo pecado. Tendo tomado consciência da gravidade de seus pecados, a pessoa que se converte logo se preocupa em pedir perdão a Deus por tê-los cometido e em pedir perdão também às pessoas que foram prejudicadas pelos seus pecados. Isso envolve a ideia de restituição pelos danos causados, sempre que isso for possível.

Aversão ao pecado. Tendo percebido a gravidade do pecado, a pessoa que se converte passa a sentir aversão pelos pecados que anteriormente lhe traziam prazer e se esforça para fugir deles.

Retorno a Deus como Pai gracioso. Ten­do se arrependido pelos seus pecados e procu­rado o perdão de Deus e do próximo, a pessoa que se converte busca ansiosamente refúgio em Deus, confiando que será recebida não por causa de algum suposto mérito humano, mas por causa da grandeza da graça de Deus, que em Cristo, perdoa nossos pecados.

Alegria genuína pelo perdão de peca­dos. Encontrando perdão gracioso da parte de Deus, ela sente alegria plena e uma paz abundante, independente das circunstâncias que a rodeiem.

Amor genuíno a Deus e ao próximo. Como resultado do perdão de seus pecados e de sua reconciliação com Deus, a pessoa que se converte passa a amar a Deus intensamente e ao próximo como a si mesma, sentindo prazer genuíno em estar na casa do Pai e em servir a Deus e aos seus irmãos.

2. Uma obra realizada em conjunto

Pode parecer estranho a muitos cristãos a afir­mação de que a conversão é uma obra tanto de Deus quanto do ser humano. Estamos acostu­mados a ouvir que a salvação é uma obra divina. De fato, Deus é totalmente soberano em tudo, inclusive na obra de salvação. A Escritura diz que é Deus quem toma a iniciativa de salvar o pecador. Foi ele quem, na eternidade, escolheu os eleitos e, na história, entregou seu Filho para morrer na cruz em lugar dos eleitos, garantindo, assim, o perdão de pecados, a reconciliação em Cristo e a vida eterna a todos aqueles que creem em Jesus como seu Salvador. Até mesmo a fé é dada por Deus. No entanto, depois de receber a fé, é o pecador que deve crer e se apropriar pessoalmente da salvação em Cristo. Vejamos com isso acontece.

 

a) A conversão como obra de Deus. Em primeiro lugar, veremos a ação soberana de Deus na conversão do pecador. A conversão é a manifestação externa da regeneração, que é uma obra inteiramente realizada por Deus. É a vida espiritual concedida ao pecador na regeneração que permite que ele responda com fé à graça de Deus. Além disso, essa vida espiritual é preservada e guardada, por Deus em Cristo e só continua a existir e a produzir seus efeitos santos na vida do pecador redi­mido pela graça de Deus. Em uma palavra, é Deus quem nos dá vida espiritual e é ele quem nos sustenta. Uma vez concedida, a vida espiritual precisa ser sustentada e fortalecida pela ação do Espírito Santo. Paulo afirma: “Ponho-me de joelhos diante do Pai… para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior” Ef 3.14,16).

 

Como vimos na lição 3, a vida espiritual que recebemos na regeneração só pode ser pre­servada, fortalecida e desenvolvida mediante nossa comunhão com Cristo: “Eu sou a videi­ra, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Certamente esta ação soberana de Deus, concedendo e sustentando nossa salvação e nossa comunhão com Cristo, envolve nossa conversão. Tanto o arrependimento quanto a fé são dádivas santas recebidas do Senhor.

 

b) A conversão como obra humana. Ao contrário da regeneração, que é uma obra totalmente divina, a conversão é uma obra na qual a participação humana é importante. Tan­to no Antigo quanto no Novo Testamentos, a conversão é apresentada tanto como uma obra de Deus quanto como uma obra humana.

 

Observe, por exemplo, o texto de Isaías 45.22: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus e não há outro”. Quem deve olhar para que seja salvo? Sem dúvida, esse papel cabe ao ser humano. Observe também o que diz o profeta Ezequiel: “Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que havereis de morrer, ó casa de Israel?” (Ez 33.11). De acordo com este texto, quem devia se converter dos seus maus caminhos? A casa de Israel (os judeus). Portanto, esse texto coloca a responsabilidade da conversão sobre os ombros das pessoas a quem a profecia era dirigida.

 

No Novo Testamento, encontramos ocor­rências com conteúdo semelhante. Veja, por exemplo, o que disse o apóstolo Pedro no sermão pregado no dia de Pentecostes: “Arrependei-vos, e cada um seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espí­rito Santo” (At 2.38). Mensagem semelhante encontramos nas palavras do apóstolo Paulo ao carcereiro de Filipos: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31).

 

Nessas e em muitas outras passagens, Deus nos chama à conversão, a nos voltarmos para ele, a nos arrependermos do pecado e a crermos em Jesus. Isto só pode significar uma coisa: embora a conversão seja uma obra de Deus, ela também é uma obra humana. A con­versão só acontece quando Deus nos concede vida espiritual e nos converte, mas também é preciso nos convertermos a ele. A soberania de Deus e a responsabilidade humana cami­nham lado a lado na conversão.

 

3. Tipos de conversão

A Escritura menciona alguns tipos diferen­tes de conversão. É oportuno examinarmos cada um deles.

 

a) Conversão verdadeira. Esse é o primeiro tipo. Trata-se da conversão resultante da ação regeneradora do Espírito Santo no coração do pecador. Esta conversão só pode acontecer uma vez na vida da pessoa pois, depois que acontece, o redimido é guardado por Jesus e, por isso, embora continue sendo um pecador e esteja sujeito a cometer graves pecados, jamais será afastado definitivamente da graça divina. O que foi implantado em seu coração é a divina semente e, por isso, no devido tempo, ele será conduzido novamente à comunhão com o Senhor.

 

Há muitos exemplos desse tipo de conver­são na Bíblia. Temos, por exemplo, o caso de Zaqueu (Lc 19.8-9), dos três mil convertidos no dia de Pentecostes (At 2.41), de Saulo (At 9.1-19), de Cornélio (At 10.44-48) e do carcereiro de Filipos (At 16.29-34)

 

b) Conversão nacional. A Bíblia menciona a conversão nacional como sendo uma oca­sião em que uma nação inteira se volta para o Senhor. Na maioria das vezes, o sujeito desta conversão nacional é o povo de Israel. Houve uma ocorrência dessa natureza, por exemplo, quando a liderança de Josué estava chegando ao fim e o povo prometeu abandonar os ído­los e servir ao Senhor (Js 24.14-25). Outra conversão nacional ocorreu no governo do rei Ezequias, quando o templo foi reaberto, purificado, o culto a Deus foi restabelecido e a aliança foi restaurada (2Cr 29.1-36). Um acon­tecimento semelhante ocorreu no governo do rei Josias, quando o livro da lei foi encontrado e lido perante todo o povo e a aliança com Deus foi renovada (2Rs 22.1–23.14). Entretanto, a Escritura menciona a ocorrência de conversões nacionais também fora do território de Israel. Lembre-se, por exemplo, da reação do povo de Nínive à pregação de Jonas: “Os ninivitas creram em Deus e proclamaram um jejum e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor” (Jn 3.5). Normalmente essas “conversões nacionais” têm vida curta e não promovem a conversão verdadeira de cada ha­bitante ao Senhor. O caráter passageiro destas conversões nacionais é visto com facilidade na história do próprio povo de Israel. Logo que um juiz morria, o povo se desviava; logo que um rei piedoso era substituído por um rei ímpio, o povo se desviava.

 

c) Conversões temporárias. A Bíblia tam­bém menciona conversões temporárias. Essas conversões não são genuínas, são apenas aparentes. É sobre este tipo de conversão que Jesus fala na parábola do semeador: “O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe com alegria; mas, como não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração, em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13.20-21). O Novo Tes­tamento menciona algumas pessoas que eram apenas aparentemente convertidas: Himeneu e Alexandre blasfemaram (1Tm 1.20). Esse mesmo Himeneu é mencionado outra vez, juntamente com Fileto, como tendo se des­viado da verdade e começado a perverter a fé de alguns cristãos (2Tm 2.17-18). Ele também é mencionado mais uma vez como tendo causado muitos males ao apóstolo Paulo (2Tm 4.14). Demas era um companheiro de Paulo que, por ter amado o mundo, resolveu abandoná-lo (2Tm 4.10). João fala sobre aque­les que “saíram do nosso meio, entretanto não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1Jo 2.19).

 

d) Novas conversões. Não é possível que conversões verdadeiras se repitam, mas é possível que um crente se afaste de Deus e fique envolvido pelo pecado de tal modo que precise se voltar novamente para Deus. Davi era um homem de Deus, uma pessoa salva e piedosa. No entanto, cometeu os graves peca­dos – adulterou com Bate-Seba e ordenou que Urias fosse exposto ao perigo e abandonado para morrer. Os Salmos 32 e 51 relatam a angústia vivida por Davi, seu arrependimento e sua aproximação a Deus em fé, isto é, uma “nova conversão”.

 

Em Apocalipse, a carta à igreja de Éfeso faz menção da necessidade desta segunda conver­são: “Lembra-te de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (Ap 2.5). Os membros dessa igreja tinham se convertido, mas, depois disso, caíram nos pecados de imoralidade, idolatria e mornidão espiritual. Era fundamental que elas se convertessem desses pecados. Este tipo de segunda conversão ou de nova conversão é sempre necessário na vida dos crentes no sentido de fazê-los abandonar um pecado específico ou um grupo de pecados específicos e se voltarem para Deus com fé renovada.

 

Quanto ao mais, observa-se que a conversão pode ser uma experiência repentina, como aconteceu com o apóstolo Paulo e com Lídia, por exemplo, ou pode acontecer em um processo gradual, no qual a pessoa vai sendo gradualmente instruída na Escritura, convencida do pecado e da sua necessidade de salvação até que, um dia, ela recebe Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal.

 

A Escritura não nos permite estabelecer um padrão para a ação do Espírito. Não podemos afirmar que a conversão sempre tem que ser deste ou daquele jeito. O que é fundamental a respeito da conversão é que ela seja genuína. Quando se está indo pelo caminho errado, não importa se você vai fazer meia-volta ou se vai dar a volta no quarteirão para seguir na direção oposta. O que importa é que você vá na direção certa: o caminho da real e duradoura mudança, não só de atitudes, mas de caráter. Não existe experiência mais poderosa do que essa. A conversão é a mais genuína experiência espiritual que existe.

 

A conversão é uma obra divina e, ao mesmo tempo, humana. Na conversão, a soberania de Deus caminha de mãos dadas com a responsabilidade humana. Embora Deus seja completamente soberano na salvação é o pecador que precisa crer e se arrepender de seus pecados. Sempre há, na vida cristã necessidade de arrependimento e fé, especialmente quando o redimido se afasta temporariamente de Deus e é envolvido pelo pecado.

 

V.                As características que definem os verdadeiros filhos de Deus

 

Depois de compreender as 2 bases de nossa vida e ministério cristão, agora vamos entender 21 outras características que definem os verdadeiros filhos de Deus.

 

1) O verdadeiro cristão obedece a Palavra de Deus com prazer.

Pessoa com a Bíblia nas mãos

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; (Jo 14: 21a)

 

O cristão que verdadeiramente ama a Deus tem prazer e alegria em obedecer sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

 

As vezes as pessoas pensam que obedecemos a Palavra de Deus porque somos forçados a isso, porque a igreja nos obriga ou porque o pastor nos punirá se não seguirmos a Bíblia.

 

 

Se fosse assim seria difícil ser cristão, não é mesmo?! Ficar seguindo ou obedecendo algo que eu não gosto. Por que eu estaria na igreja então?

 

Mas na verdade os verdadeiros cristãos não precisam ser cobrados a obedecer as Escrituras Sagradas, pois por amor ao Senhor Jesus estes lêem, estudam de boa vontade e com alegria obedecem.

 

A tua palavra é muito pura; portanto, o teu servo a ama. (Sl 119: 140)

 

2) O verdadeiro cristão não esconde sua identidade!

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade estabelecida sobre um monte; (Mt 5:14)

 

Jesus disse que não se pode esconder uma casa edificada sobre uma montanha em Mateus 5 14

Foto de Jonas Togo em Pexels.com

Existem pessoas que estão na igreja, mas seus conhecidos mal sabem que é cristão.

 

Mas as pessoas conseguem notar um cristão verdadeiro naturalmente! Mesmo que as vezes não diga, mas as pessoas notam.

 

 

Veja como um dos discípulos do Senhor omitiu sua identidade, mas as pessoas perceberam-no:

 

Um pouco depois, aproximaram-se os que estavam ali de pé, e disseram a Cefas: certamente tu também és um deles, pois mesmo tua maneira de falar te delata (Mt 26:73)

 

Mas como se dá esse reconhecimento?

 

Com a naturalidade da convivência com Cristo, aprendendo dele e vivendo como Ele, fazendo as coisas que agradam a Deus e seguindo a santidade!

 

3) O verdadeiro cristão cuida de sua família.

 

Eu já ouvi algumas pessoas, inclusive intitulados pastores, dizendo que “primeiro vem a obra de Deus e depois a família”.

 

Mas engana a si mesmo quem pensa assim!

 

Tenha certeza de uma coisa: Se sua família vai mal, tudo vai acabar mal uma hora ou outra, independente de ser cristão ou não.

 

Nosso país, nossas crianças, adolescentes, educação, respeito e dignidade só vão mal hoje em dia porque as famílias, em boa parte delas, não se cuidam mais.

 

 

Se hoje você diz “quero ser um crente de verdade” e não cuida de sua família, saiba que até o momento tem sido pior do que um incrédulo! (1 Tm 5:8)

 

4) O verdadeiro cristão não se envergonha do evangelho!

Muitas pessoas neste mundo não compreendem o verdadeiro objetivo da mensagem do evangelho, não vêem que o sacrifício de Cristo na cruz do calvário foi em seu favor, pois ainda não reconheceram seus pecados contra Deus (Rm 3:23-25; 10:9-10; 1 Jo 1:9).

 

Enquanto que muitos cristãos sentem vergonha até mesmo de andar pelas ruas com sua Bíblia em mãos, muitas pessoas estão desesperadas para terem uma Bíblia sequer, andarem em liberdade pelas ruas sem precisar esconder sua fé, mas não podem.

 

Veja neste vídeo como estas pessoas se alegraram ao receberem uma Bíblia. Será que temos sentido o mesmo?

 

 

5) O cristão verdadeiro objetiva apenas a glória de Deus!

Um fato inusitado aconteceu com Paulo e Barnabé na cidade de Listra em Atos 14: 8-20.

 

Por terem curado um paralítico de sua doença, os homens daquela cidade consideravam-nos deuses.

Além disso, quiseram oferecer sacrifícios aos dois apóstolos, mas ambos despertaram o entendimento daqueles homens para que se voltassem ao Único e Verdadeiro Deus (versos 14-17).

 

Algo semelhante aconteceu com Cefas e João, quando alguns pensaram que eles dominavam o poder para realizarem milagres, mas eles advertiram a todos que se voltassem para Deus (Atos 3: 9-16).

 

Conforme exemplos dados pelos apóstolos, uma atitude de cristão verdadeiro é saber e reconhecer que toda glória é devida a Deus, todo poder vem dEle, e assim agir ( Pv 3:5-6).

 

Uma obra recomendada a respeito deste assunto é a de Pedro Dulci, Inteligência pra quê?: Como usar seu cérebro para a glória de Deus.

 

6) O cristão verdadeiro leva a sua cruz e segue a Cristo.

Eis aqui uma das passagens mais difíceis de se lidar, pois desafia o ser humano a renunciar a si mesmo e seguir a Cristo incondicionalmente, levando sua cruz.

 

Homem carregando a própria cruz

Negar a si mesmo significa fazer o mesmo que Jesus fez: renunciou o próprio poder divino, o poder escapar da morte, e entregou-se à missão que o Pai o designou. (2: 5-8).

 

Da mesma forma, nós precisamos entregar a direção de nossa vida a Deus e considerar que Ele tem o controle dela, não somos mais nós que “ditamos as regras”, mas estar prontos a viver por aquilo que Deus nos designar.

 

Tomar a sua cruz significa identificar-se com Cristo, com sua missão, com seus sofrimentos e a perseguição e rejeição que ele sofreu por causa do evangelho (Jo 15:18-20; 2 Tm 2:3-4,11-12.

 

Seguir a Cristo significa viver como Ele viveu, ir onde Ele iria e onde enviar, pregar a mensagem que ele pregou e dar o exemplo que Ele deu (1 Jo 2:4-6).

 

 

7) Todo cristão deve ser misericordioso!

Vou dar um exemplo bíblico para descrever melhor os crentes que são cegos de misericórdia e cheios de fanatismo espiritual, que vivem fazendo discriminação de pessoas.

 

O exemplo encontra-se em Mateus 9: 9-13.

 

Nesta passagem Mateus (ou Levi) prepara um banquete para receber Jesus em sua casa e convida seus conhecidos para ir até lá também.

 

O “problema” aqui é que Mateus era um publicano e chama outros publicanos e homens pecadores para participarem desse banquete com Jesus.

 

Jesus então começa a ser acusado pelos líderes religiosos que o observavam de estar se reunindo com pecadores e comendo com eles.

 

O crente religioso acusa os pecadores, mas os verdadeiros cristãos querem salvá-los!

Veja o que Cristo disse ao ouvir as críticas daqueles religiosos.

 

Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os que estão enfermos.

Ide, pois, e aprendei o que significa isto: Eu quero misericórdia, e não sacrifício; porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. (Mt 9: 12, 13)

 

Por acaso uma luz serve para brilhar onde já há luz? ( Mt 5:13-16)

 

Se você está procurando por atitudes cristãs positivas, saiba que misericórdia é uma que está no “caráter” do Criador.

 

O verdadeiro crente do mundo é diferente, ele é misericordioso e quer ajudar a salvar os pecadores, levando-os a Deus, como Cristo mesmo fez (Tg 5:19,20).

 

8) O cristão verdadeiro deve viver em santidade.

Muito contrário à cultura de nossa sociedade, santo não é aquela pessoa perfeita (o que ninguém consegue ser).

 

Nem tão pouco aquele que teve uma estátua feita em sua homenagem após sua morte, mas sim aquele que é divorciado do padrão de vida pecaminoso deste mundo! (Ef 4:17-24)

 

As principais características de quem é santo são a obediência e a fidelidade a Deus.

 

O apóstolo Paulo, por exemplo, chamava de santos a todos os irmãos em Cristo (1 Co 1:2), mesmo não sendo eles perfeitos (1 Co 3:1-3).

 

Se alguém não deseja viver em santidade, não vejo que tenha qualquer direito de pensar que é cristão!

 

Sem santidade ninguém verá a Deus! (Hb 12:14)

 

Precisamos mudar nossos padrões de vida, precisamos ser santos! Leia mais no estudo sobre o que é uma pessoa santificada aqui no blog.

 

9) O cristão verdadeiro é justo e paga suas dívidas, mesmo as mais antigas e esquecidas.

 

Veja no versículo abaixo a atitude de um crente que estava consertando-se de seus erros e dívidas com as pessoas.

 

Então Zaqueu, posto de pé, disse a Jesus: eis aqui, Senhor meu, a metade de meus bens repartirei entre os pobres, e a todo que defraudei em algo, eu restituirei quadruplicado. (Lucas 19:8 BP)

 

O cristão verdadeiro não só arrepende-se das dívidas que fez ou se prejudicou alguém, como também busca restituir os prejuízos causados, sejam a comércios ou a outras pessoas em particular.

 

As vezes dá trabalho consertar tudo, mas é necessário, para se ter uma consciência tranquila diante de Deus e das pessoas! (1 Tm 1:19)

 

Você tem controle sobre sua vida financeira? Você tem prosperado com o seu trabalho sem se endividar? Ou ainda não tem controle sobre essa área da tua vida?

Ter controle sobre nossa vida financeira hoje em dia é realmente um desafio.

 

Para todo lado que olhamos o materialismo e o consumismo está chamando nossa atenção, mas o dinheiro mesmo está curto para a maioria de nós, não é mesmo?

 

Então que tal ter alguns conselhos de vida financeira para que possamos prosperar sem contrair dívidas?

 

10) O cristão verdadeiro não se satisfaz com os costumes, erros e maneiras de pensar e viver deste mundo.

Avaliar a nós mesmos em busca de auto correção é sempre um desafio, não é mesmo?! Mas este tópico aqui vai tratar exatamente disso!

 

Romanos 12:2 nos diz que não devemos nos conformar com os padrões pecaminosos deste mundo.

 

Mas muitos cristãos desapercebidos ou com falta de conhecimento infelizmente não o praticam.

 

E não vos conformareis a este mundo, mas transformai-vos por meio da renovação da vossa mente, e discirnais qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:2)

 

Muitos estão se deixando contaminar pelos padrões pecaminosos deste mundo, pois não estão dando o devido valor ao estudo e à prática da Palavra de Deus!

 

Pare um pouco para pensar com quais padrões deste mundo você tem se habituado.

 

Você tem praticado as mesmas coisas pecaminosas que outras pessoas consideram ser comuns? (Tg 4:4)

 

Existem costumes pecaminosos que são tão comuns que muitos cristãos chegam a duvidar de que a Bíblia os condena.

 

Faça um desafio a si mesmo e comece a desejar e a buscar a mudança. Faça essa oração (com sinceridade diante de Deus):

 

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há algum caminho perverso em mim, e guia-me pelo caminho eterno. (Sl 119:23-24)

 

11) O cristão sincero não tem ídolos evangélicos!

A idolatria gospel infelizmente é algo real em nossa atualidade.

 

Se os israelitas do tempo antigo pecavam juntando-se com outras nações e adorando deuses estranhos, muitos crentes de hoje em dia, infelizmente, mergulham à fundo na sua falta de entendimento e desejos por aventuras e colocam no palco, e até nos altares das igrejas evangélicas, a abominação da idolatria gospel.

 

Adorar ídolos evangélicos não é muito diferente do que adorar os deuses estranhos que os israelitas adoraram antigamente.

 

Veja a situação que aconteceu em Êxodo 32:1-6.

 

No texto, os israelitas pedem um ídolo para si e transferem um feito de Deus, que foi a libertação da escravidão no Egito, para o bezerro de ouro, ou seja, pegaram uma glória devida a Deus e a deram a outro personagem (v. 4)

 

Será que muitos crentes não estão se comportando assim hoje em dia?

 

12) O cristão verdadeiro não é exageradamente religioso.

A religiosidade exagerada despreza as necessidades das pessoas, deixando os crentes mais insensíveis e arrogantes (Tg 2:1-5)

 

Tal religiosidade faz o crente ficar fanático, achando que está servindo ao Senhor, mas despreza os mandamentos mais básicos (Mc 7:10-13).

 

Alimenta a falsidade para com Deus no coração, fazendo o crente viver só de aparências (Mc 7:1-9).

 

A religiosidade exagerada foi responsável pela crucificação do Senhor (Mc 8:31; Mt 20:17-19).

 

Ela faz o crente se tornar um pregador da Palavra de Deus, mas não um praticante dela (Mt 23:1-4).

 

Faz o homem querer glória para si (Mt 23:5-7).

 

O cristão exageradamente religioso pensa que está trabalhando pra Deus em tudo que faz, mas não enxerga o tamanho de seus pecados (Jo 16:2 – Atos 22:2-4, 19-20).

 

O cristão verdadeiro sabe qual é a religião pura para com Deus (Tg 1:26-27); ele sabe que o bom é ter domínio próprio e ser moderado em tudo (Ec 7:16-18).

 


13) O cristão verdadeiro gosta de estudar a Bíblia ir à Escola Bíblica!

A escola bíblica dominical (referindo-se ao contexto das igrejas evangélicas) é um dos trabalhos da igreja cristã atual em que mais aprendemos a Palavra de Deus, pois nela estudamos com detalhes um determinado assunto da Bíblia e temos a oportunidade de fazer perguntas durante a aula, aprender com as dúvidas de outros alunos.

 

O cristão de verdade gosta de participar de estudos bíblicos porque ele quer ouvir, ler e aprender da Bíblia Sagrada.

 

Aliás, se você ainda se pergunta como ser um cristão verdadeiro, esta resposta você pode encontrar naturalmente frequentando a Escola Bíblica Dominical (ou outro programa de estudos bíblicos de sua congregação).

 

O próprio salmista Davi daria um bom exemplo de como ser um cristão de verdade, e frequentaria à escola bíblica sem faltas. comprove isso no Salmo 27: 4 e outro exemplo em 119: 16.

 

14) O cristão não se abala com qualquer notícia ou fica amedrontado com o fim do mundo e a volta do Senhor Jesus.

 

O cristão verdadeiro precisa ter certeza de que ama ao Senhor Jesus e de que Deus, o Pai, lhe deu por herança o Reino dos céus (Lc 12:32).

 

Quem ama a Deus não tem medo do juízo final! (1 Jo 4:16-18)

 

 Só tem medo da volta de Jesus aqueles que não estão permanecendo nele (1 Jo 2:28).

 

15) O cristão de verdade busca fazer sempre o que agrada a Deus.

Assim que me converti fiquei me perguntando: Como posso ter mais de Deus na minha vida?

 

Foi então que encontrei uma frase do Mestre em João 8:29, e achei a resposta para sempre ter a companhia de Deus sempre comigo, veja:

 

“E aquele que me enviou está comigo; o Pai não me tem deixado sozinho, porque eu faço sempre as coisas que lhe agradam.”

 

Quando fazemos sempre o que agrada a Deus, Ele não nos deixa só, teremos sempre a presença do nosso Criador conosco, nos abençoando.

 

E eu te afirmo com toda certeza que só há uma forma de você descobrir quais são as coisas que agradam a Deus.

 

Não é por muita oração que você vai descobrir isso, não é subindo ao monte com certos irmãos em busca de revelações e profecias, nem “adorando muito” nas vigílias da noite e cultos.

 

Mas antes gostando de estudar a Palavra de Deus e amando conhecê-lo!

 

Meu filho, sê sábio, e alegra o meu coração… (Pv 27:11a)

 

Mas não basta somente ler por ler, é necessário estudá-la com compromisso de praticá-la e “trazer Deus” para dentro do seu coração (Jo 14:23).

 

O cristão verdadeiro ama ao Senhor e tem prazer em fazer o que lhe agrada, guardando sua Palavra! (Sl 119:11)

 

16) Os filhos de Deus devem buscar sempre crescimento espiritual.

Quando tu disseste: Buscai a minha face; meu coração disse a ti: Tua face, Senhor, eu buscarei. (Sl 27:8)

 

A Bíblia instiga o cristão a não somente conhecer a Deus, mas também a crescer continuamente em seu conhecimento:

 

Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR (Os 6: 3a)

 

Isto significa que o cristão deve alimentar diariamente seu relacionamento com Deus!

 

No Novo Testamento não é diferente. O apóstolo Simão Pedro continua orientando os cristãos a crescerem espiritualmente cada vez mais (1 Pe 2:2 ; 2 Pe 3:18.

 

O cristão que não deseja continuamente o crescimento espiritual traz para si e para a igreja vários problemas!

 

O apóstolo Paulo, por exemplo, descreveu alguns irmãos como crianças em Cristo (imaturos), pois ainda viviam em brigas e discórdias (1 Co 3: 1-3).

 

Você que é cristão, deve gostar de crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus e não ficar criando barreiras para isso!

 

17) O cristão verdadeiro e sincero também comete pecados e pode até ficar ausente da congregação por um tempo, mas sempre se arrepende e volta-se para Deus.

O cristão que verdadeiramente nasceu de novo não é perfeito, ele também está sujeito a pecar as vezes, e se disser que não, está mentindo! (1 Jo 1:8).

 

Mas quando peca, o cristão verdadeiro arrepende-se e volta para Deus (Sl 51:1-4, 10-12).

 

Orando de joelhos clamando a Deus

18) O cristão verdadeiro e fiel gosta de conhecer a Bíblia Sagrada, porque quer evitar o pecado.

Tua palavra eu tenho escondida no meu coração, para eu não pecar contra ti. (Sl 119:11)

 

O cristão verdadeiro tem o sincero desejo de conhecer a Bíblia Sagrada a fim de praticar seus escritos para não pecar contra seu Deus.

Somente conhecendo mais e mais a Deus através das Sagradas Escrituras poderemos saber o que seria pecado contra Ele, como podemos evitá-lo e vencê-lo.

 

Além de conhecer a Bíblia com objetivo de não pecar contra Deus, o cristão verdadeiro quer conhecê-la melhor para não cometer erros de interpretação da mesma, e assim ensinar errado aos outros.

 

Respondendo-lhe Jesus, disse: vós estais errados ao não compreender as escrituras nem o poder de Deus. (Mt 22:29b)

 

Aprenda como desenvolver o hábito de ler a bíblia

19) O cristão verdadeiro não segue o exemplo dos ímpios!

 

O que é motivo de riso para muitos, é motivo de tristeza para outros. Não deveríamos nós nos compadecer de tal situação também?

 

Quero lembrar a mim e a você que a Bíblia diz “abençoado é o homem que não se assenta na roda dos escarnecedores!” (Sl 1:1)

 

Ultimamente você tem parecido com um escarnecedor, ou com um cristão verdadeiro?

 

20) O cristão verdadeiro e que de fato conhece ao seu Deus e seu poder, não fica se fazendo de coitado ou de vítima, choramingando pelos cantos.

 

Infelizmente o que não falta hoje são crentes que gostam de se fazer de coitados, gostam que as pessoas sintam pena deles.

 

Muitas pessoas pensam que se ficarem se lamentando muito Deus os ouvirá mais depressa, quando na verdade não percebem que estão se fazendo como os israelitas que viviam se queixando de tudo no deserto (1 Co 10:10).

 

Não é por se expor, por digitar “amém” nas publicações de redes sociais e se fazer de “pobre coitado” pela internet que o problema será resolvido de uma hora para outra.

 

Não fale seus problemas a quem não pode ajudar a resolvê-los!

 

O cristão verdadeiro deve fortalecer-se no Senhor, sabendo que dele vem nosso socorro e fortaleza.

 

Ele é quem cura nossas feridas e nos dá consolo. (Sl 103, Rm 8:18 ; 2 Tm 2:1.

 

Leia também este estudo: Entenda como o sofrimento do cristão é permitido por Deus!

 

21) O cristão verdadeiro e sincero vê a necessidade de se compartilhar, ensinar e pregar a Palavra de Deus, e mobiliza-se de alguma forma para fazer isso.

Uma vez salvo, o cristão verdadeiro sabe que precisa anunciar a todos a mensagem do Senhor Jesus, as boas novas de arrependimento de pecados e salvação (At 4: 19-20).

 

Foi assim que fez a mulher samaritana após ter crido no Senhor Jesus (Jo 4:28-30); também fez isto o homem gadareno do qual o Senhor expulsou uma legião de demônios (Mc 5:20).

 

 

22) Os cristãos verdadeiros dão ouvidos à palavra de Deus.

Menino com a Bíblia nas mãos orando a Deus

Nós começamos a listar as características dos cristãos verdadeiros com essa abordagem porque não há discípulo sem que antes se dê ouvidos à mensagem de um mestre. Neste caso, o texto de Atos 11:19-21 relata um grande número de pessoas dando ouvidos à mensagem de salvação de Deus através de seu servo, o Ungido. O próprio doutrinador dessa comunidade dizia que a confiança/fé vem através de dar ouvidos à palavra de Deus (Rm 10:17).

 

Ora, e se eles deram ouvido, é porque deram crédito a essa mensagem, isto é, a receberam como sendo a verdade de Deus. Além disso, eles decidiram se tornar seguidores do Messias e obedecer-lhe. Dessa forma, todo aquele que é cristão verdadeiro dá ouvidos à mensagem do Salvador, e fazem isso com a intenção de se tornarem discípulos dele.

 

23) Os verdadeiros crentes se voltam para Deus.

Dentre os chamados “gregos” mencionados no texto de Atos 11:20, possivelmente haviam descendentes de israelitas que já haviam perdido sua identidade bíblica dada a eles por Deus na Torá. Também havia estrangeiros, isto é, não israelitas, que naturalmente não seguiam ao Deus de Israel. E como lemos no v. 19 deste mesmo texto, a mensagem de Yeshua foi anunciada ali primeiramente aos judeus, ou seja, os discípulos diretos do Senhor estavam fazendo o que lhes foi ordenado desde Mt 10:5-6, que era restaurar os descendentes perdidos da casa de Israel e testemunhar aos judeus que o Messias havia se revelado. Isso nos indica que eles estavam falando em hebraico ou aramaico com essa gente.

 

No entanto, alguém talvez tenha visto potencial entre os de fala grega, fossem eles estrangeiros ou descendentes de israelitas, ou mesmo ambos. Então esses anunciadores das boas novas decidiram pregar a mensagem do Salvador a eles também, e quando estes ouviram, acreditaram em Yeshua, e com isso começaram a obedecer a Deus.

 

Dessa forma, os que são verdadeiramente “cristãos”, isto é, os que realmente creem no Senhor Yeshua, voltam-se para Deus e voluntariamente se dispõem para obedecer a palavra Dele! Ora, se alguém não está se submetendo ao Eterno ao ouvir sua palavra, não tem motivo para ser chamado de discípulo do Messias! (João 15:10).

24) Os verdadeiros crentes se motivam uns aos outros.

Nós podemos ver este exemplo em Barnabé. O v. 23 de Atos 11 relata que ele motivava os irmãos a permanecerem firmes na caminhada com Deus.

 

Orientações como essa também foram dadas aos discípulos em outro momento, na carta aos Hebreus capítulo 12:15, onde o autor se inspira em Deuteronômio 29:18 para instigar os irmãos a serem perseverantes em seguir a ADONAI (10:23-25).

 

Logo, se os “cristãos” verdadeiros se motivam uns aos outros, não deve haver em nosso convívio sentimentos de intriga, inveja, vingança, etc.

 

25) Os cristãos verdadeiros se dedicam à oração!

 

Eu devo aproveitar este tópico anterior para mencionar aqui uma característica fundamental dos verdadeiros cristãos, que sem dúvida era praticada pelos discípulos de Antioquia, isto é, a perseverança na oração!

 

Barnabé viu a graça de Deus entre aqueles irmãos e os anima a serem cada vez mais firmes no Senhor. Então, para ele ter visto a graça de Deus com aquelas pessoas, eles certamente se uniam a Ele, e isso envolve a perseverança em buscar ao Eterno com oração!

 

 

Além disso, os ensinamentos do Messias envolviam também tal perseverança, como lemos por exemplo numa parábola contada por ele em Lucas 18:1-8.

 

Logo, o conselho aqui é dedicarmos momentos de nosso dia para buscar a Deus em oração. Quem persevera em oração, é porque está se submetendo a Deus constantemente!

 

 

26) Os verdadeiros cristãos são pessoas de bem!

Essa característica é atribuída a Barnabé em Atos 11:24. Ali, no texto grego dos relatos dos discípulos, é usada a palavra αγαθος (agathos), que no texto hebraico corresponde “tov”. Essa palavra é a mesma usada em Gênesis 1 várias vezes enquanto Deus concluía as obras de sua criação. Ele via que tudo que tinha feito, e era bom (vs. 10,12,21,25,31).

 

Podemos encontrar algumas definições da palavra “tov” no Dicionário Strong (H2895), dentre elas listamos:

 

Agradável (uma pessoa boa de se lidar);

Amável (pessoa agradável de se conviver);

Excelente (pessoa que tem boas qualidades como honestidade, integridade, respeito, justiça, );

Conveniente (uma pessoa sábia e sensata, que sabe lidar com os conflitos, não se desespera diante dos problemas e consegue resolvê-los com a calma necessária);

Benigno/generoso (pessoa que se compadece da necessidade dos outros e ajuda);

Eticamente correto (o que é honesto, verdadeiro e respeita os semelhantes);

Por fim, as características descritas acima fazem parte de nosso ser e caráter? Se não fazem, de fato não temos motivos para nos considerar “cristãos” verdadeiros.

 

27) Os verdadeiros crentes são cheios da inspiração santa!

Imagem ilustrativa de alguém orando cheio do espírito santo

Aqui, eu ainda quero me estender mais um pouco na pessoa de Barnabé, pois o v. 24 de Atos 11, além de dizer que ele era um homem bom, ainda afirma que ele era cheio da inspiração de santidade. E ele era um dos “chefes” daquela comunidade de Antioquia.

 

Mas talvez você esteja achando estranho essa linguagem, pois nas traduções bíblicas mais populares costuma-se ler, “cheio do Espírito Santo”, não é mesmo?


Eu não queria “complicar” as coisas entrando neste assunto agora, no entanto será necessário dar uma explicação, mesmo que breve, pois no meio cristão atual o termo “Espírito Santo” geralmente é atrelado a uma das três pessoas nas quais o Deus Eterno estaria dividido, segundo a doutrina do cristianismo. Entretanto, para ensinar aqui no Blog Bíblia se Ensina, eu procuro respeitar os significados originais das palavras usadas na Bíblia em seu idioma de origem. Neste caso, tanto o grego pneuma quanto o hebraico rúah significam, basicamente, “vento, sopro, respiração”. É de pneuma, por exemplo, que vem a palavra pneu [de carro], que é enchido com ar, e pneumonia, uma doença relativa à respiração e aos pulmões.

 

 Então, para traduzir tanto pneuma hagion (literalmente “vento santo”) quanto rúah hakodesh (“vento de santidade”), nós usamos termos que têm alguma conexão com o significado original dessas palavras.

E como “inspiração” é literalmente inserir o ar nos pulmões, mas de modo figurado é causar uma influência sobre alguém, entendemos que este é o termo mais adequado em vários trechos dos relatos bíblicos. O texto de 1 Sm 10:10 é um clássico exemplo disso, quando o rei Saul ao receber a inspiração (espírito) de Deus começa a profetizar (também em 19:23-24).

 

Logo, Barnabé era um homem bom e cheio da inspiração de santidade, isto é, ele anunciava a mensagem de Deus verdadeiramente inspirado por Ele. Além disso, enquanto era guiado pela inspiração Dele, orientava sua vida de modo bom, íntegro e fiel, que será a próxima característica que abordaremos.

 

Os verdadeiros “cristãos”, isto é, os verdadeiros seguidores do Messias, por obedecerem-no e se submeterem a Deus, tornam-se cheios da inspiração de santidade Dele! ( At 5:32),

 

28) Os cristãos verdadeiros são confiantes e fiéis!

A última característica que Atos 11:24 revela acerca de Barnabé é a fé. No grego, o termo usado ali é “pistis”, que define alguém que tem inteira confiança em sua crença (em Deus), ou uma pessoa de fidelidade e lealdade; alguém em cujo caráter se pode confiar .

 

 

Em suma, uma pessoa cheia de fé é;

 

Confiante em Deus, seja em seu poder para prover suas necessidades ou para lhe salvar.

Fiel, alguém que exerce fidelidade a Deus, obedece seus mandamentos e é verdadeiro para com Ele.

Leal, uma pessoa que é íntegra para com seus semelhantes e fala a verdade.

Confiável, uma pessoa em quem os outros podem confiar.

Estável/constante, alguém que persevera em seguir aquilo que acredita.

29) Os verdadeiros crentes se unem ao Messias!

homem ajoelhado diante da cruz de Jesus

Já foi destacado que os irmãos de Antioquia foram chamados de “christianos”, que é uma variação greco-latina da palavra “christos”, devido de alguma forma eles serem reconhecidos como seguidores do Ungido (cristo ou messias). Geralmente, quando nos tornamos seguidores de certa pessoa, de uma religião ou até mesmo de um partido político, somos apelidados pelos outros com alguma palavra derivada daquilo. Vamos dar alguns exemplos. As pessoas que votam no partido político PT (Partido dos Trabalhadores) são chamadas “petistas”; os que votam no Jair Messias Bolsonaro são chamados “bolsonaristas“. É como se fosse dado um adjetivo pátrio para alguém: uma pessoa que nasce no Brasil é brasileira, por exemplo.

 

Embora muito possivelmente esse apelido tenha sido dado a eles de modo depreciativo, havia um motivo pelo qual eles eram chamados assim.

Esse motivo pode ser devido a mensagem deles, que anunciava o Ungido (christos), salvador de Israel; talvez os cidadãos de Antioquia quisessem debochar de sua crença e mensagem, visto que em 1 Pe 4:16 essa mesma palavra é repetida por Simão em um cenário onde os discípulos de alguma forma atravessavam sofrimentos, eram depreciados.

 

Seja como for, aqueles discípulos eram realmente seguidores fiéis do Messias, e estavam intimamente unidos a ele pela fé. Isso não poderia ser diferente, pois eles estavam sendo doutrinados por um homem que teve contato direto com os principais discípulos de Yeshua (At 4:36), e por outro que teve um encontro pessoal, verdadeiro e sobrenatural com ele (At 26:9-18).

 

Desse modo, naqueles discípulos podemos ver as palavras do Senhor, que lhes ensinou dizendo: Basta ao discípulo ser como o seu mestre… (Mt 10:25).

 

O quanto temos conhecido de Yeshua e seus ensinamentos? Ou o quanto o temos seguido para dizer que somos verdadeiramente discípulos dele?

 

30) Os verdadeiros cristãos se unem ao povo do Messias!

Um homem em pé de frente para a bandeira de Israel.

Aqui eu quis dar um salto para o texto de Atos 15, onde esses crentes de Antioquia são novamente mencionados, para aproveitar a sequência do tópico anterior. Pois além de serem verdadeiramente unidos ao Messias, os verdadeiros “cristãos” também são unidos ao povo do Messias! E quando eu digo “verdadeiros cristãos”, estou me referindo ao perfil daqueles que estamos abordando aqui, isto é, dos discípulos de Antioquia da Síria.

 

Eu destaco isso porque, infelizmente, há várias diferenças dos “cristãos”, dos seguidores ungidos daquela época, para o que se entende e o que se vê ser adepto do cristianismo hoje em dia.

 

Os cristãos atuais são herdeiros das doutrinas dos pais da Igreja.

Estes homens se evidenciaram no século II EC e desenvolveram uma série de interpretações das Escrituras e do Messias que não foram originadas por seus discípulos diretos e emissários (apóstolos). Eles foram também os fundadores da Igreja Católica Romana, que por sua vez deu origem às igrejas protestantes, do século 16, e por fim às evangélicas atuais. Ambas ainda permanecem com muito da base doutrinária e teológica, além de vários costumes e liturgias de sua Igreja mãe.

 

Os “cristãos” (discípulos ungidos) de Antioquia da Síria, por sua vez, e como já dissemos, foram doutrinados por homens que tiveram contato com o próprio Senhor, ou com os discípulos dele. E estes homens permaneceram fiéis ao povo do Messias, sem desmerecer as tradições que receberam da Lei de Deus, basta conferir isso em At 24:14 e 28:17. Além do mais, Paulo promovia uma unificação dos gentios (crentes estrangeiros) ao povo de Israel, pois ele sabia que essa também era a finalidade da morte do Messias, e que nenhum povo poderia servir a Deus com integridade estando desconectado da raiz! ( Ef 2:11-13 e Rm 11:16-18).

 

Sendo assim, como os “cristãos” de Antioquia da Síria aprendiam a Bíblia?

Fazendo uma abordagem simples e objetiva do texto de Atos 15, até mesmo para não alongarmos demais nosso presente estudo, verificamos que de fato lá em Antioquia havia discípulos estrangeiros ou descendentes israelitas que não viviam mais sua verdadeira identidade bíblica descrita na Torá. Não é difícil concluir isso, pois o texto começa descrevendo homens não circuncidados fazendo parte da comunidade de discípulos (vide vs. 1-2).

 

Um grupo de fariseus então, que havia abraçado a fé em Yeshua, tentou impor a circuncisão àqueles homens (v. 5). Mas não era dessa forma que Saul e Barnabé estavam trabalhando com aqueles discípulos, isto é, através da imposição ou coação.

 

 

Depois de muita discussão para resolver o assunto, foi determinado que aqueles discípulos não circuncidados deveriam obedecer primeiro a um padrão mínimo de conduta, para que a partir disso continuassem sendo discipulados ali (vs. 19-20). Entretanto, neste ponto entra um dos maiores enganos cometidos por várias pessoas religiosas de nossa atualidade, e para ser sincero é aqui que se encontra a maior diferença entre aqueles “cristãos” e os que surgiram depois deles, que é o seu repúdio ao povo de Israel!

 

Basta ver o v. 21 de Atos 15, onde é dito: “Porque Moisés tem quem o proclame desde os tempos antigos em cada cidade, sendo lido nas sinagogas todo o dia do shabat.”

Ora, se a questão discutida em quase todo este capítulo é o modo com que os discípulos estrangeiros (gentios) que estavam em Antioquia deveriam ser doutrinados, e é mencionado que Moisés era lido todo dia do shabat (sábado pela manhã) nas sinagogas judaicas, é porque era lá, e neste dia, que eles estavam aprendendo as Escrituras com o povo de Israel!

 

O modelo de ensino que eles participavam, mencionado aí no v. 21, era a leitura das porções semanais da Torá (chamadas “Parashá” no hebraico). Modelo este introduzido por Esdras no século 5 AEC, e praticado pelo próprio Senhor e seus discípulos ( Ne 8:1-8, Lc 4:16 e At 13:14-15).

 

Logo, não houve um rompimento entre os discípulos não judeus e os judeus do 1º século de nossa era. Na verdade, havia uma unificação, em que aqueles crentes permaneciam sendo educados e orientados nas Escrituras pelo povo escolhido de Deus, pois a este povo Ele deu tal tarefa, como lemos em Rm 9:4.

 

Então os verdadeiros cristãos, isto é, os verdadeiros discípulos ungidos do Senhor, além de se unirem a ele, também se unem ao povo dele a fim de serem participantes das mesmas bênçãos, promessas e alianças (cf. Zc 8:20-23; Is 56:3-8).

 

 

31) Os verdadeiros discípulos ungidos são submissos aos seus líderes.

Neste último tópico, retomando o texto de Atos 11, podemos ver nos vs. 25-26 que Barnabé e Saul ensinaram juntos àquela comunidade de discípulos em Antioquia da Síria. Podemos ler nestes versículos que eles ficaram ensinando numerosa multidão e isso, direta ou indiretamente, indica que havia submissão ao ensino daqueles dois homens israelitas.

 

Podemos nos recordar de que Saul, chamado Paulo, era fariseu e educado por um dos mestres mais influentes de seu tempo, Gamaliel. Este era um homem justo e extremamente fiel ao Deus de Israel e à Sua Lei (At 22:3). Foi ele que percebeu na comunidade de discípulos de Yeshua um mover de Deus, por isso os favoreceu em certa ocasião (At 5:34-39). Já Barnabé, por sua vez, e como já dissemos, era um levita e, portanto, envolvido diretamente com o serviço a Deus no templo (At 4:36). Logo, aqueles discípulos de Antioquia estavam de fato bem servidos, e isso sem mencionar os demais líderes que havia entre eles, mencionados em Atos 13:1.

 

Ademais, ao mencionar a submissão aos líderes, queremos nos referir àqueles que são realmente fiéis a ADONAI, o Eterno, Deus do Senhor Yeshua, pois assim era o perfil de Saul, Barnabé e seus companheiros de ministério.

 

A fidelidade desses líderes ao Messias era tanta, especialmente no caso de Saul, que ele pôde ser capaz de dizer:

sejam meus imitadores/seguidores, como eu sou do Ungido” e,

o que também aprenderam, receberam e ouviram de mim, e o que viram em mim, isso ponham em prática; e o Deus da paz estará com vocês.”

 

(1 Co 11:1; Fp 4:9)

É claro que esses homens também tinham falhas, como todos nós temos, entretanto, sua busca pela união com o Messias e sua inspiração nele como exemplo de fidelidade e obediência a Deus, era o que os tornava líderes exemplares. A estes tipos de líderes, pois, devemos buscar nossa inspiração e sermos submissos. A submissão a esse tipo de liderança, consequentemente, é a nossa submissão ao ensino de Deus!

 

Lembrem-se dos seus líderes, daqueles que lhes transmitiram a mensagem de Deus. Reflitam sobre o resultado do estilo de vida deles e imitem sua confiança.

 

(Hebreus 13:7 )

É claro que, ao longo dos relatos bíblicos, são listadas dezenas de outras características dos verdadeiros discípulos de Yeshua, como o amor que devem ter uns pelos outros, que na verdade é a principal de todas essas características (Jo 13:35; Rm 13:8-10), a pacificidade (Mt 5:9; Mc 9:50), o cuidar da família (1 Tm 5:8), a pureza na vida sexual (1 Ts 4:3), a santidade (Rm 6:4-7) e muito mais. Entretanto, por agora, eu quis me resumir ao contexto da comunidade de Antioquia da Síria relatada em Atos capítulos 11 e 15, devido a nomenclatura abordada neste estudo ter sido atribuída a esses primeiro. Além do mais, se fôssemos comentar cada uma das características, seria necessário escrever um livro!

 

 

VI.             As seis características de Jesus que todo líder em uma igreja precisa possuir


As características de Jesus enquanto líder, fizeram com que o movimento revolucionário iniciado por Ele durasse até os dias de hoje.

 

Não há dúvidas que, independente da religião ou crença, Jesus foi um líder que se destacou na História. Suas atitudes e seu modo de liderança impactaram multidões, fazendo com que, mesmo agora, milhares de anos depois, ainda permaneça em crescimento o número de seus seguidores e discípulos.

 

Tendo isso em vista, não há como os líderes nas igrejas, independente do departamento que atuam, ignorarem essas características tão marcantes na liderança de Jesus.

Quando olhamos para Jesus, não nos resta nenhuma sombra de dúvidas quanto à maestria com qual Ele exercia sua liderança e autoridade: fez discípulos que antes eram apenas pescadores, outros publicanos, alguns iletrados, e todos que, uma vez chamados, fascinaram-se pelo Mestre.

 

Jesus disse, em sua Palavra, que faríamos coisas ainda maiores que Ele (Jo 14:12). Que possamos olhar, então, para os atos de Cristo a fim de captar essas características de Jesus, que tanto revolucionaram a história. Conheça a seguir.

 

1 Amor

O amor de Jesus não estava apenas em seus atos de milagre perante pessoas desamparadas ou sem esperança. Embora Jesus se compadecesse daquelas que precisavam visivelmente dele, seu amor também era estendido aos seus discípulos, àqueles que Ele liderava e guiava.

 

Isso quer dizer que, embora tivesse autoridade e postura de um líder, Jesus instruiu seus liderados em amor, nunca sob imposição ou opressão. Veja uma passagem em que Jesus lava os pés de seus discípulos:

 

“Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao seu lugar. Então lhes perguntou: “Vocês entendem o que lhes fiz? Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz.” (Jo 13: 12-15 .

 

Embora fosse Deus, Jesus submeteu-se à uma posição superior à de seus discípulos, e mostrou a eles como devem se portar mediante aos outros, através de seu exemplo. O mestre ensinou em amor, para que, mediante a esse ensinamento, os discípulos o praticassem também.

 

Essa história também nos leva à mais uma das características de Jesus enquanto líder admirável:

 

2 Humildade

Ao lavar-lhes os pés, o Mestre serviu aos seus discípulos e os ensinou uma lição valiosa na vida de todo cristão: o quanto é precioso o serviço e a humildade.

 

Infelizmente, todas as pessoas que possuem uma posição de autoridade e visibilidade – como os líderes em uma igreja – estão sujeitos a orgulhar-se por causa dessa posição e tudo o que ela pode proporcionar.

 

Jesus, por outro lado, deixou o céu e o seu trono, trocando-o por uma cruz. Ele sabia que os ecos que surgiriam de seu ato e sacrifício seriam eternos, e por isso, o fez sem pestanejar. Todos aqueles que possuem o privilégio de liderar pessoas devem pensar da mesma forma.

 

3 Lealdade

Pode ser complicado ter diversas pessoas dando múltiplas opiniões e, você, enquanto líder, precisar selecioná-las para o bem do grupo, mas sempre com aquele receio de algum liderado ficar magoado, ou de você não conseguir “agradar” a todos.

 

Na carta destinada aos Gálatas, Paulo declara:

 

“Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo. Meus irmãos, eu afirmo a vocês que o evangelho que eu anuncio não é uma invenção humana.” (Gl 1:10-11).

 

Embora seja importante sempre dar ouvidos ao que seus liderados têm a dizer – afinal, somos um corpo! – a principal perspectiva que deve ser levada em consideração antes de qualquer decisão relacionada ao grupo, é a vontade de Deus. Isso significa que todo líder deve preservar sua lealdade ao Senhor.

 

Uma das características de Jesus enquanto líder, era justamente essa.

 

“Por mim mesmo, nada posso fazer; conforme ouço, assim julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco agradar a meu próprio desejo, mas satisfazer a vontade do Pai que me enviou.” (Jo 5:30).

 

4 Franqueza

Como mencionamos no primeiro tópico das características de Jesus: Ele era amoroso. Agia e falava com um amor incomparável.

 

Essa postura, no entanto, não fazia com que Jesus fosse complacente em relação aos erros dos seus discípulos, nem aos seus pensamentos equivocados. Pelo contrário, Cristo os confrontava para que se arrependessem e mudassem genuinamente de conduta.

 

Dessa forma, podemos dizer também que a liderança de Jesus foi extremamente marcada por:

 

5 Sabedoria

Tome como exemplo a passagem em que os pescadores não conseguiam pescar nada e, então, estavam a voltar para suas casas com os cestos vazios (Jo 21).

 

Nesse episódio, Jesus poderia muito bem fazer com que os peixes simplesmente aparecessem, sem que eles tivessem que pescá-los. Entretanto, ele pediu para que jogassem as redes do outro lado e, depois disso, lá estavam os peixes. A atitude de Cristo fez com que os discípulos tivessem que se esforçar para conseguirem o que precisavam, e não simplesmente deu a eles de “mão beijada”.

 

Esse episódio demonstrou uma tremenda sabedoria como uma das características da liderança de Jesus, além de equipá-los a fazerem as coisas como líderes em potencial também.

 

6 Mansidão

Jesus aconselhou: “Aprendam de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11:29). De fato, Ele foi o melhor praticante de um dos seus mais famosos ensinos:

 

“Se alguém quiser bater em sua face direita, dê-lhe também a esquerda” (Mt 5:39).

 

A maior prova de sua mansidão foi dada quando o prenderam, julgaram injustamente, condenaram e crucificaram. Naquela ocasião, disse a Pedro que, se quisesse, poderia convocar os exércitos dos anjos para combater a seu favor, mas recusou-se a fazê-lo, e mandou-o guardar sua espada (Mt 26:47-56). Se alguém quiser se espelhar em Jesus como líder, precisa aprender com ele a ser manso.

 

Se tivermos essas qualidades, e admitirmos que elas estão aumentando em nós, temos a evidência de que conhecemos a Deus e produzimos o fruto de um filho de Deus. Porém, se tais qualidades estão ausentes em nossa vida, devemos nos preocupar grandemente por nossas almas. Temos de ser diligentes em buscar a Deus com respeito à nossa salvação. Temos de examinar-nos novamente para ver se estamos na fé. Temos de ser diligentes e tornar seguros nosso chamado e nossa eleição.


VII. Como ser um Cristão nos dias atuais?


Estamos enfrentando dias de muita violência e de muitas incertezas de como será nosso futuro a curto, médio e longo prazo.

 

A impressão que temos é que tudo só piora e não há mais alternativas a serem exploradas para que tudo se resolva.

 


A humanidade não sabe mais o que fazer, tampouco em quem pode confiar. O policial que era para ser um exemplo de segurança e cumpridor da lei, acaba sendo nossa maior vergonha em alguns episódios.

 

O político que deveria representar o povo e fazer com que o mesmo tenha uma forma de vida melhor e digna, cada vez decepciona mais e nos trai por dinheiro, que somos nós mesmos que provemos a eles.

 

O que de fato ocorre em nosso mundo atual, é que cada vez mais passamos a viver sem rumo, sem objetivo e o mais triste de tudo isso, sem valor.

 

O nosso valor humano começa nos nossos valores e princípios passados pelos nossos avós e pais durante nosso desenvolvimento como pessoas civilizadas e cidadãos do mundo.

 

Valores que em muitas vezes são simples, mas que fizeram a diferença por séculos e que parece que está sendo tudo perdido.


Você tem tido atitudes de um verdadeiro cristão?

Vejo pessoas que se dizem “cristãs” praticando atos e sendo cúmplices de muitas atitudes e “frentes” ou “movimentos” equivocados.

 

Talvez não exista uma resposta mais certa a ser dada, do que esta: O que Jesus faria? Pensaria? Como agiria? O que nos diria?

 


Portanto, convido a vocês para que possamos avaliar bem nossas vidas, se estamos realmente sendo seguidores e pequenos Cristos, ou se não passamos de meros crentes.

 

É uma resposta que talvez, ultrapasse nossos limites de conhecimento, pois a Bíblia relata que enquanto a nossa cultura era de apedrejar uma mulher promíscua, Jesus disse o que ninguém imaginaria, você lembra disso?

 

Talvez o que Jesus faria, pensaria, diria, nunca possamos realmente saber ou imaginar na íntegra, mas temos neurônios suficientes e a ajuda do Espírito Santo para nos dar sabedoria de como agir nos momentos certos, conforme a vontade Deus.


Não podemos esquecer que se queremos mudar o país ou o mundo, devemos começar mudando a nós mesmos, para corrigir o que está errado fora, precisamos corrigir o que está errado dentro.

 

Se quisermos mudar o mundo, antes precisaremos mudar a nós mesmos, pois o mundo desde a época de Jesus, sempre foi o resultados de nossas atitudes e formas de viver.