quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A simbologia do crente como sal





Por: Jânio Santos de Oliveira




Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro





estudosbiblicosdesantificaao.blogspot.com








(Mt 5.13 )






O sal é um produto e uma substância que foi primitivamente usado, pelo homem na alimentação, na preservação de outros produtos perecíveis, foi usado como moeda, na aliança de Deus com seu povo, aliança de amizade entre Deus e o homem e aliança de amizade do com o homem.

Enfim no mundo todo ele é e já foi uma mercadoria de muito valor comercial. No Brasil ele era conduzido aos centros do comercial em costas de jumentos cavalos e mulos. Assim como o sal tem suas varias utilidades e simbologia, o crente como servo de Deus é útil a Deus a igreja e ao mundo

Por sua simbologia da durabilidade, o sal também era símbolo de um juízo ou maldição perene (Dt 29.23; Jr 17.6). Sendo assim após a destruição de uma cidade era costume lançar sal no seu solo como símbolo de juízo perpétuo, infertilidade e maldição (Jz 9.45).

No Novo Testamento, Jesus e Paulo aprofundam o simbolismo do sal na sua qualidade de preservar e dar sabor as coisas: o cristão é o sal da terra (Mt 5.13); portanto deve ter sal em si mesmo e paz com os outros (Mc 9.50) tendo sempre uma boa palavra “temperada com sal”(Cl 4.6a).

A história da Igreja mostra que os cristãos começaram como uma comunidade pequena sem poder e influência e no decorrer do tempo passou a salgar a sociedade na política, nas artes, nas ciências... Porém, muitas vezes a presença da Igreja na sociedade foi quantitativa, não qualitativa, havendo na realidade uma deterioração do sal.

A Reforma Protestante surgiu visando resgatar o sabor do sal bíblico, procurando impactar a sociedade com valores cristãos.

No Brasil, a presença protestante, por ser minoritária e perseguida, desenvolveu-se como uma comunidade de gueto que, embora crescente, volta-se para si mesma. Era “o sal dentro do saleiro”.

Veja a utilidade do sal:

1-O Sal é útil para dá sabor aos alimentos

(Lv 2.13) E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; “e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus”; em todas as tuas ofertas oferecerás sal.

(Mc 9.50) Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, “com que o temperareis”? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.

Jó 6.6 Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?

A alimentação para que ela tenha ou ganhe uma característica saborosa ao nosso paladar, é necessário colocarmos nela o sal em uma doze certa. Sabemos que não há coisa mais desconfortante em uma alimentação do que quando ela está insípida.

A comida não tem sabor e faz com que nosso paladar o rejeite por falta de sua característica temperada.

Assim como a comida é saborosa ao nosso paladar pela adição do sal na comida, assim é o Espírito Santo para a vida do cristão.

Quando o Espírito Santo de Deus é adicionado em nossa vida tornamo-nos temperados e saborosos, cheirosos à presença de Deus e aos olhos dos homens. Razão pela qual Jesus disse aos discípulos: “Vós sois o sal da terra”( Mt 5.13). E Paulo diz: “Nós somos o cheiro de Cristo” (2 Co 2.16).

2-O sal é útil para adubar a terra (Lc 14.35ª) Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?

O homem logo no inicio em que foi feito por Deus, aprendeu bem cedo a cultivar a terra.

Porém com o passar dos séculos a terra foi perdendo sua força e seu vigor produtivo, por conta das constantes queimadas de suas matas e florestas pelo homem, para o cultivo da agricultura e pecuária.

As conseqüências logo foram aparecendo, visto que não tinham um sistema de manejo como se tem em nossos dias. E o homem começou a perceber que a terra já não produzia como antes.

Então ele começou a fazer a adubação do solo para ter de volta a perda de sua produção de antes, com diversos tipos de adubos químicos e biológico.

E o sal era um e que faz parte do grupo dos diversos componentes dos adubos químicos. Quanto ao uso do sal como adubo, temos grande exemplo do agricultor do Nordeste.

Quando ele tem em sua propriedade, plantio de coqueiral improdutivo, ele coloca sal de cozinha nos pés de coco do seu coqueiral, fortalecendo o solo ao seu redor.

Então voltam a crescer e a produzir, dando lhe a alegria de antes, recuperado seu coqueiral à produção, aumentando assim sua renda familiar.

Olhando bem para o que disse Jesus aos discípulos, esta é uma comparação bem lógica quando aplicado ao cristão. Quando o solo de nossa vida espiritual é adubado com o adubo divino, “Espírito Santo”, voltamos a crescer e produzir com alegria, dando ao meio ambiente cristão, esperança pelo verde tal qual o coqueiral dá ao produtor sombra, frutos e boa renda para sua família.

3-O sal é útil para aterros

Nossos antepassados nos deixaram boas e ricas informações que nos ajudam desvendar e explicar o porquê Jesus disse aos discípulos que o sal serve para aterros.

O sal teve época que já muito valorizado.

E quando ele perdia seu valor de mercado, pela sua alta produtividade, ou por problemas, como escoamento da produção pelo tempo, transporte, estradas.

Os salineiros para não vir a perder toda sua produção, ajuntavam o sal aos montões ao céu aberto, cobriam com produtos infláveis, como madeira, capim, palha e outros.

Ateavam fogo no mesmo queimando toda a sua superfície, criando por cima um cascalho preto que se tornava uma capa protetora, ficando a maioria da produção por baixo protegida.

O salineiro podia contar com certeza de que seu produto ou sua mercadoria estava a salvo da ação do vento, da chuva, do sol, de enchente ou da alta da maré.

O salineiro deixava seu produto guardado até o tempo em que ele subisse de preço para vender sua mercadoria.

Então ele removia o cascalho queimado de cima do sal que não servia ao comercio e levava colocando em terrenos alagados ou em estradas atoleiros, comprovando o que disse Jesus que quando cristão perde o seu valor, e vigor que caracteriza o sabor, passa a servir e ser colocado nas estradas atoleiros para a passagem das caravanas

O vida de um cristão como sal é :

1. A influência de um santo testemunho - Certo dia, Eliseu foi a Suném, onde uma mulher rica insistiu que ele fosse tomar uma refeição em sua casa. Depois disso, sempre que passava por ali, ele parava para uma refeição. De modo que ela disse ao marido: "Sei que esse homem que sempre vem aqui é um santo homem de Deus. (2 Rs 4:8,9)

2. A força de uma vida santa - porque Herodes temia a João e o protegia, sabendo que ele era um homem justo e santo; e quando o ouvia, ficava perplexo. Mesmo assim gostava de ouvi-lo. (Mc 6:20)

3. Tem sua fala agradável - Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades. O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um. (Cl 4:5,6)

4. O sal atua pelo contato - Alguns homens da cidade foram dizer a Eliseu: "Como podes ver, esta cidade está bem localizada, mas a água não é boa e a terra é improdutiva".E disse ele: "Ponham sal numa tigela nova e tragam-na para mim".

Quando a levaram, ele foi à nascente, jogou o sal ali e disse: "Assim diz o Senhor: ‘Purifiquei esta água. Não causará mais mortes nem deixará a terra improdutiva‘ ". E até hoje a água permanece pura, conforme a palavra de Eliseu. (2 Rs 2:19-22)

O sal ele produz sede, e A Palavra de Deus que é a Luz, leva as pessoas a fonte da Água da Vida!

O sal age no invisível, mais sua ação é abrangente e sentida. Não queria se mostrar que faz e isso e aquilo, apenas faça, e se você estiver sendo sal, a diferença será notória!

Existem 3 coisas que faz o sal fica insosso:

1. Pouco vento - Falta de experiência com Deus.

2. Pouca luz - Falta de intimidade com o Espirito Santo

3. Pouco calor - Falta do calor do Cristianismo ardendo no coração

E sendo assim acontecem 3 coisas com o sal insosso:

1. Perde o sabor

2. Perde o seu valor

3. Perde o seu lugar, para ser pisado por homens

Será que você é um cristão sal, ou um cristão insosso, sabe aquele cristão sem graça e sem sabor, que por desobediência perdeu seu valor?

SOMENTE OS CRISTÃOS VERDADEIROS SÃO CONSIDERADOS POR DEUS O SAL DA TERRA.

Não basta uma pessoa querer ser "sal", ou pensar e dizer que é "sal".

Como o sal é diferente do material sobre o qual é aplicado, o crente em Jesus tem de ser diferente das pessoas do mundo.

Como uma pequena quantidade de sal faz uma enorme diferença, um único crente também pode fazê-lo.

O mundo é essencialmente pecaminoso e mau, semelhante a um pedaço de carne que tende à putrefação.

Assim, a ação do sal é ser um anticéptico, transmissor de vida, saúde e preservação, como impedimento da atuação dos agentes que favorecem a putrefação. Além disso, o sal dá sabor.

O sal verdadeiro é inconfundível, devido às suas QUALIDADES:

1. SUA CAPACIDADE DE CONSERVAR

- O sal foi o primeiro conservante utilizado pela humanidade.

- Todo cristão verdadeiro é um CONSERVADOR.

- Ele crê na Bíblia e condena todas as formas de pecado que ela denuncia, não importando se a sociedade o considera politicamente incorreto, retrógrado, careta ou coisas semelhantes.

- Ele repudia tudo aquilo o que a Bíblia denuncia coisas tais como o adultério, a fornicação, a pornografia, as piadas indecentes, o homossexualismo, o ódio e a fofoca.

2. SUA FACILIDADE EM DAR SABOR

- Uma das grandes busca do ser humano é por sabor. Sabor na vida, na existência. E, nesta sua busca por sabor, enganada e iludida pelo diabo, ele acaba experimentando vários "sabores" estragados, contaminados, venenosos.

- Todo cristão verdadeiro tem o SABOR DE CRISTO e é capaz de dar um tempero especial à vida das pessoas ao seu redor.

O sal preserva.

O crente tem que se preservar do mundo, do pecado, dos costumes impostos pelo mundo, o crente tem que se manter íntegro diante de Deus, não se curvar as situações, as idolatrias que esse mundo oferece.

Os meios de comunicação tem sido um dos principais meios que satanás tem usado para que o crente se contamine com o mundo.

Nós vemos no livro do profeta Daniel no capítulo 1 e no versículo 8 que Daniel após ser levado cativo para a Babilônia ele " assentou " ou propôs no seu coração não se contaminar com os manjares do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.

Sabe por que Daniel não quis comer dos manjares do rei? Porque era costume dos babilônicos de antes de comer qualquer tipo de alimento, esses alimentos eram oferecidos aos deuses da Babilônia, e é por isso que Daniel se preservou daqueles alimentos.

Meus irmãos, irmãs, jovens, adolescentes, crianças e obreiros, vamos nos preservar do pecado, da idolatria e fazermos a vontade de Deus.

- Se algum cristão não é Conservador, não é capaz de dar sabor à vida das pessoas ao seu redor nem tem valor intrínseco, NÃO É CRISTÃO.

- O cristão verdadeiro, aquele que um dia se arrependeu de seus pecados e abriu seu coração para Jesus, este, sim, tem estas qualidades e é considerado por Deus (e também pelos homens) o SAL DA TERRA!

Como disse o Senhor, por intermédio do profeta Malaquias: "Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve" (Ml 3.18); demonstrando, assim, que o mundo deve ver esta diferença em nós (2 Rs 4.9; I Tm 4.12).

Para ilustrar a importância do Testemunho Cristão, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz.

A ilustração do sal fala do nosso caráter; a luz fala do nosso testemunho. Observe que Cristo falou primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo. Assim o caráter precede o testemunho.:

Vejamos algumas lições práticas que podemos extrair desses dois elementos:

O Cristão como Sal da Terra: O sal é chamado de cloreto de sódio. Esta substância tem propriedades importantes. Por esta razão Jesus a utilizou para tipificar o papel dos seus discípulos:

O sal é preservador: Ele conserva e preserva; daí ser figura da pureza. Sua cor alva também fala disso. Ele evita a deterioração.

O sal produz sede: "É a multidão perguntando aos apóstolos: "Que faremos varões irmãos?”(At 2.37). É o carcereiro de Filipos clamando: "Senhores! Que é necessário que eu faça para me salvar?”(At 16.31).

São as multidões à procura de Jesus (Mt 4.25; 8.1; 12.15; 14.14). O crente, como sal, cria sede espiritual nos outros, e, como luz, conduz as pessoas Àquele que é a fonte da salvação.

O sal é invisível quando em ação: O sal antes de ser aplicado é visível, mas ao começar a agir, temperando, preservando, toma-se invisível.

O sal age invisivelmente, mas sua ação é claramente sentida.

O Cristão como Luz do Mundo: Diferente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida.

A ausência da luz permite que a escuridão prevaleça. Mas, quando a luz chega, as trevas desaparecem.

A luz não tem preconceitos: Ela tanto brilha sobre um criminoso como sobre uma criança inocente.

Ela tanto brilha sobre um lamaçal, como sobre uma imaculada flor.

Assim deve ser o crente no desempenho de sua missão de luz no mundo, esparzindo a luz do Evangelho de Cristo sobre todos os povos, raças, culturas e indivíduos, independente de idade, sexo, cor, religião, profissão e posição.

A luz precisa ser alimentada (vv. 15,16): A luz que iluminava as casas nos tempos de Jesus era de lamparina, alimentada através de um pavio mergulhado em azeite.

O tipo de material da lâmpada variava, mas o combustível era um só: o azeite. O mesmo ocorre ao verdadeiro cristão.

Ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para difundir a luz de Cristo e a luz do Evangelho.

A luz não se mistura: Mesmo que ela ilumine lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não se contamina.

Assim deve ser o crente: viver neste mundo tenebroso à difundir a luz de Cristo, sem se contaminar com o pecado e as obras infrutuosas das trevas.

A importância vital desses dois símbolos pode ser observada pelos efeitos que exercem.

Se o sal for insípido, perderá totalmente o seu valor (Mt 5.13). Se a luz estiver apagada ou escondida, nenhum benefício trará ao ambiente (V.14).

Podemos enumerar pelo menos três objetivos do testemunho cristão:

Demonstrar à sociedade que somos novas criaturas: Não há nenhum erro em tornar conhecidas a mudanças realizadas em nós, por intermédio da ação do Espírito Santo, desde que o objetivo não seja a auto glorificação.

Através do testemunho cristão, o crente demonstra à sociedade que já não é mais o mesmo, e que sua vida foi transformada, tornando-se numa nova criatura (Rm 8.1; II Co 5.17)

Evangelizar: Através do seu testemunho pessoal, o cristão também evangeliza. Sua própria vida já é um testemunho vivo do poder de Deus.

Se demonstrarmos um bom testemunho diário, estaremos propagando, com eficácia, o poder do Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, conforme Rm 1.16.

Glorificar a Deus: Ninguém pode duvidar que, através do testemunho cristão, os homens podem glorificar a Deus.

Jesus disse: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus." (Mt 5.16).

QUAL DEVE SER A ATITUDE DO CRISTÃO NO MUNDO?

A Palavra de Deus, como "regra de fé e prática" do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independente de sua cultura, status, época.

(Sl 119.9,11,105; Jo 17.17). Vejamos, então, na Palavra de Deus, a atitude cristã neste mundo:

O Cristão não deve amar o mundo (I Jo 2.15):

A palavra mundo, neste texto, não se refere a humanidade, e sim, ao sistema corrompido e perverso. Como cristãos não devemos amar as coisas deste mundo, tais como: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I Jo 2.16).

O Cristão não deve se conformar com o mundo (Rm 12.2): A expressão "não vos conformeis" tem o sentido de "não tomeis a forma" ou "não sejas igual".

Em outras palavras, o apóstolo Paulo estava dizendo é que o cristão não deve tomar a forma do mundo, ou seja, não deve andar de acordo com o modelo e os padrões deste mundo.

O Cristão não deve ser amigo do mundo (Tg 4.4):

O apóstolo Tiago nos adverte que "qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus".

Ser amigo do mundo significa compartilhar com o modo de viver deste mundo que "jaz no maligno" (I Jo 5.19).

Que Deus nos ajude a se manter distante do mundo com as suas concupiscências para que assim possamos contemplar a face do Senhor Jesus. Amém!

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