quarta-feira, 23 de abril de 2025

A unidade da Igreja

  

Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com

 


 Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Nesta oportunidade vamos meditar na Palavra de Deus no Livro de Salmos 133 que nos diz:

1 Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.

2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

Resumo do estudo

Os perigos que ameaçam a unidade da Igreja.

  A importância da unidade na Igreja.

Construindo a unidade na diversidade.

O que Deus diz sobre a união.

Os benefícios da união.

Dissipando as dúvidas Frequentes.

As lições que podemos aprender do Salmo 133.


 O Salmo 133 celebra a união entre irmãos e profetiza a união que Cristo traria entre judeus e gentios. A união na igreja traz vários benefícios, como:

Bênção e vida eterna: A união em Cristo ordena a bênção e a vida eterna.

Comunhão: A comunhão com os irmãos encoraja a persistir, afasta o desânimo e nos motiva a prosseguir.

Fortaleza e autoridade: A unidade nos concede força e autoridade.

Persuasão: A unidade faz a igreja persuasiva no mundo, permitindo que mais pessoas sejam atraídas a Cristo.

Ambiente abençoado: A unidade promove um ambiente abençoado, legitima o culto e relacionamento com Deus.

A falta de unidade na igreja pode levar a conflitos, desânimo, fracasso espiritual e falta de crescimento.

Consequências da falta de unidade Conflitos entre os membros da igreja, Desânimo e afastamento de pessoas, Imagem negativa da igreja, Fracasso espiritual, Falta de crescimento e multiplicação.

Importância da unidade

A unidade entre os membros da igreja é um fator vital e um testemunho eficaz da obra de Deus. Quando os fiéis subordinam suas diferenças a um chamado superior, a unidade de coração e alma agrega grande poder ao testemunho.

O que a Bíblia diz sobre unidade?

A Bíblia ensina que a unidade é um presente de Deus, mas que deve ser conservado, pois pode ser destruído.

O que causa a desunião na igreja?

Questões de pecado, como fofoca, orgulho e medo, são uma fonte comum de desunião na igreja.

É sobre este tão envolvente assunto que estaremos falando neste estudo.

 

I.                   Os perigos que ameaçam a unidade da Igreja

Ao escrever sua epístola aos Filipenses, Paulo mencionou o exemplo negativo de alguns crentes de Roma que estavam trabalhando com a motivação errada (Fp 1.15,17). Isso, certamente, enfraquecia a unidade da igreja. Agora, Paulo fala sobre dois perigos que conspiram contra a unidade da igreja. Que perigos são esses?

Em primeiro lugar, o partidarismo (Fp 2.3). A igreja de Filipos tinha muitas virtudes, a ponto de Paulo considerá-la sua alegria e coroa (Fp 4.1). Mas esta igreja estava ameaçada por alguns sérios perigos na área da unidade. Havia tensões dentro da igreja. A comunhão estava sendo atacada. A palavra grega eritheia traduzida por “partidarismo” é resultado de egoísmo. Depois de Paulo mencionar a atitude mesquinha de alguns crentes de Roma que, movidos por inveja pregavam a Cristo para despertar ciúmes nele, pensando que o seu trabalho apostólico era uma espécie de campeonato em busca de prestígio, volta, agora, suas baterias para apontar os perigos que estavam afetando, também, a unidade na igreja de Filipos. Que perigos?

   O perigo de trabalhar sem unidade (Fp 1.27). Nada debilita mais a unidade da igreja do que os crentes estarem engajados no serviço de Deus sem unidade. A obra de Deus não pode avançar quando cada um puxa para um lado, quando cada um busca mais seus interesses do que a glória de Cristo. Na igreja de Filipos havia ações desordenadas. Eles estavam todos lutando pelo Evangelho, mas não juntos.

O perigo de líderes buscarem seus próprios interesses (Fp 2.21). Paulo ao enviar Timóteo à igreja de Filipos e dar bom testemunho acerca dele, denuncia, ao mesmo tempo, alguns líderes que buscavam seus próprios interesses. Esses líderes eram amantes dos holofotes; não buscavam a glória de Deus nem a edificação da igreja, mas a construção de monumentos aos seus próprios nomes.

O perigo do mundanismo na igreja (Fp 3.17-19). A unidade da igreja de Filipos estava sendo ameaçada por homens mundanos, libertinos e imorais. Essas pessoas fizeram Paulo sofrer de tal modo, que o levaram às lágrimas (Fp 3.18). Paulo os chama de inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18). Essas pessoas eram mundanas, pois só se preocupavam com as coisas terrenas (Fp 3.19). Eram comilões, beberrões e imorais, com uma visão muito liberal da fé cristã, do tipo que está sempre dizendo: “isso não é pecado, não tem problema”. Em vez de a igreja seguir a vida escandalosa desses libertinos, deveria imitar o seu exemplo (Fp 2.17).

O perigo dos crentes viverem em conflito dentro da igreja (Fp 4.2). Aqui o apóstolo está trabalhando com a questão do conflito entre lideranças da igreja local, pessoas que disputam entre si a atenção e os espaços de atuação na igreja. Quando o trabalho era dirigido pela família de Evódia, possivelmente o pessoal de Síntique não participava, e quando era promovido por Síntique quem não participava era o pessoal.

Em segundo lugar, a vanglória ou o egoísmo (Fp 2.3). Vanglória é buscar glória para si mesmo. A palavra grega kenodoxia traduzida por “vanglória” só aparece aqui em todo o Novo Testamento. Ela denota uma inclinação orgulhosa que busca tomar o lugar de Deus, e a estabelecer como um status auto-assertivo que rapidamente induz ao desprezo do próximo (Gl 5.26). A vanglória destrói a verdadeira vida comunitária. Paulo colocou seu “dedo investigativo” bem na ferida dos filipenses. Os membros da igreja de Filipos estavam causando discórdia por causa de suas atitudes ou ações. Eles desejavam reconhecimento ou distinção, não por puros motivos, mas meramente por ambição pessoal. Eles estavam criando partidos baseados em prestígio pessoal, ao mesmo tempo em que desprezavam os outros.

II.                 A importância da unidade na Igreja (Fp 2.2; Rm 12.5)

A falta de unidade na igreja pode acarretar diversas consequências negativas para a comunidade de fé. Quando os membros da igreja não conseguem se unir e caminhar juntos em direção aos propósitos de Deus, as seguintes situações podem surgir:

Divisões: A falta de unidade pode levar a divisões dentro da igreja, com diferentes grupos ou facções se formando e se afastando uns dos outros. Essa divisão enfraquece a comunhão e dificulta o avanço da obra de Deus.

Conflitos: A ausência de unidade também pode resultar em conflitos e disputas internas. Desentendimentos, competições e disputas por poder podem surgir, minando a paz e a harmonia entre os membros.

Enfraquecimento do testemunho cristão: A falta de unidade na igreja afeta diretamente o testemunho cristão perante o mundo. Se os crentes não conseguem viver em harmonia e amor uns pelos outros, o impacto positivo e transformador da mensagem de Cristo é comprometido.

“Uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir.” – Jesus (Mc 3:25)

Essas consequências deixam evidente a importância de cultivar e preservar a unidade na igreja. Afinal, a unidade não é apenas um aspecto desejável, mas essencial para o florescimento espiritual e para o cumprimento do propósito divino.

Agora, vamos explorar a diferença entre os conceitos de unidade e união, destacando como a unidade vai além da mera coexistência e engloba a comunhão, o amor e o propósito em comum.

III.              Construindo a unidade na diversidade

Buscar a unidade na igreja é um desafio constante, principalmente diante das diferenças individuais, étnicas, culturais e de opinião que existem entre os membros. No entanto, construir a unidade na diversidade é essencial para promover a paz, a harmonia e o crescimento espiritual da comunidade cristã.

Para construir a unidade na diversidade, é importante cultivar a empatia e o respeito mútuo. Reconhecer que cada indivíduo é único e possui experiências, perspectivas e dons diferentes é fundamental para valorizar a diversidade e promover a inclusão.

Além disso, é essencial promover um ambiente de diálogo e escuta ativa, no qual os membros da igreja sintam-se encorajados a expressar suas opiniões e ideias, mesmo que sejam diferentes das demais. Ouvir, compreender e encontrar pontos em comum é fundamental para fortalecer os laços de fraternidade e construir a unidade.

  • A unidade pode abençoar uma cidade inteira.
  • A unidade é o termômetro da  nossa saúde.
  •  Quanto mais se tem unidade mais vai haver saúde.

Alguns Benefícios da Unidade:

  • Nos ajuda a chegar no destino (Ec 4.9-12).
  • Nos dá mais força (Gn 2.24).
  • Vamos construir algo permanente (Mt 12.25).
  • Nos ajuda a ganhar nossos familiares e amigos (Jo 17.20-23).

Alguns pontos importantes sobre a unidade:

1. A unidade atrai a presença de Deus (Sl 133).

A família é a escola da unidade. Vemos falta de unidade em muitos assuntos dentro da família. (Dinheiro, acertos nas contas, gostos peculiares). Para se ter unidade na igreja, precisamos aprender mais e mais a se ter unidade dentro de casa.

A unidade é pré –requisito para a presença de Deus em nosso meio (2 Co 13.11).

2. A unidade atrai a fé e a expectativa de grandes acontecimentos.

Todos queremos que nossos filhos sejam bem-sucedidos na escola, queremos comprar nossa casa própria, mas para isto precisamos de unidade no lar.

O quê fazer para nos manter unidos?

  •  Precisamos preservar a unidade (Ef 4.1-6).
  • Precisamos estar falando e crendo a mesma coisa que a liderança da igreja  (1 Co 1.10).
  • Precisamos nos portar como verdadeiros filhos de Deus (Fp 1.27).


IV.                O que Deus diz sobre a união

O Salmo 133:1 é um versículo curto, mas poderoso, que expressa a beleza e o valor da união entre os irmãos. Ele descreve como é bom e agradável quando os irmãos vivem juntos em harmonia e concórdia. O Salmo em si é atribuído ao rei Davi e é conhecido como um Salmo de peregrinação.

O versículo começa com uma afirmação enfática: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” Essa declaração ressalta a natureza prazerosa e gratificante da vida em comunidade, quando os irmãos, ou seja, os membros da família de Deus, se unem em harmonia e amor mútuo. A palavra “bom” indica algo que é positivo, saudável e benéfico, enquanto “suave” sugere uma sensação de tranquilidade e deleite.

A importância da unidade entre os irmãos se destaca ao longo de toda a Bíblia. A união promove a comunhão, o apoio mútuo, a cooperação e a paz. Quando os irmãos vivem em união, isso reflete a essência do amor cristão e fortalece a comunidade de fé como um todo.

Esse versículo também serve como um convite para cultivar relacionamentos saudáveis e construtivos entre os irmãos. Ele ressalta a necessidade de superar diferenças, perdoar, amar e buscar a paz, visando sempre à unidade do corpo de Cristo. A união entre os irmãos não apenas traz satisfação pessoal, mas também testemunha ao mundo o poder transformador do amor divino.

No próximo tópico, analisaremos o Salmo 133:1 em partes, a fim de compreender cada aspecto e mensagem contidos nesse versículo inspirador.

Salmo 133-1 Significado de Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união

Interpretando as partes chaves do versículo 1 do Salmo 133:

“Oh! Quão bom e quão suave é…”

Nessa parte inicial, encontramos uma expressão de admiração e exaltação. O salmista utiliza o termo “Oh!” para expressar um sentimento intenso de maravilha e deleite diante do que está prestes a descrever. O uso da palavra “bom” enfatiza a qualidade positiva e desejável da situação a ser apresentada. A palavra “suave” complementa essa ideia, transmitindo uma sensação agradável e harmoniosa. Essas palavras iniciais nos preparam para a descrição do que é tão bom e suave.

“…que os irmãos vivam em união!”

Nesta segunda parte, o salmista revela o foco principal do versículo: a importância da união entre os irmãos. A palavra “irmãos” refere-se aos membros da família de Deus, à comunidade de fé. É um chamado para que esses irmãos vivam juntos, em unidade. A união é um estado de concórdia, de harmonia, onde há cooperação, amor e respeito mútuos. O salmista está destacando a beleza e o valor dessa unidade, ressaltando que é algo para buscar e desfrutar.

Deus fica feliz quando os crentes vivem em união (Salmos 133:1). A força de um grupo depende da sua união. Deus também quer que as pessoas vivam em união com Ele.

A união é essencial para os seguidores de Cristo. Primeiro, a união de cada pessoa com Deus, através de Jesus (Jo 17:23). Essa união foi quebrada quando pecamos mas é restaurada quando aceitamos o sacrifício de Jesus. A Bíblia também fala da união da família – marido e mulher, pais e filhos, irmãos. Essa é uma união íntima e muito especial entre as pessoas da família e traz segurança e estabilidade no ambiente familiar. A união também é uma coisa de amigos, que se protegem e ajudam (Ec 4:5-12).

Ainda outro tipo de união na Bíblia é entre os seguidores de Jesus. O que une os crentes não são laços de sangue ou interesses em comum mas o amor incondicional de Cristo. A Igreja de Cristo é descrita em 1 Coríntios 12:12-30 como um corpo, que tem de estar completamente unido para funcionar bem. Os membros são muito diferentes mas cada um tem um papel muito importante para a comunidade toda. Quando a Igreja está unida, mostra a glória de Jesus (Jo 17:22).

Deus só não aprova quando as pessoas se unem para fazer o mal. Aí Ele frustra os seus planos e promove a desunião (Sl 2:1-6).

Quando a união se perde, os relacionamentos ficam estragados e se gera muita confusão. As pessoas que não estão unidas perdem a confiança umas nas outras e estão mais fracas e vulneráveis a ataques.

V.             Os benefícios da união.

Segurança e proteção ( Ec 4:12).

Ajuda entre irmãos quando têm necessidades (Rm 12:13).

Coragem e motivação para continuar  (Ef 4:29).

Ensino e aprendizagem  (Gl 6:6).

Compreensão e paz entre pessoas  (Rm 12:15-16).

Capacidade para fazer muito mais juntos do que cada um sozinho  (Ef 4:16).

Para se gerar união, é preciso conviver com os irmãos da igreja. Isso às vezes é difícil mas com o tempo vão se conhecendo melhor e a amizade levará à união. Isso implica ser honesto e compreensivo no convívio com os outros e, acima de tudo, o estudo e o amor à palavra de Deus.

Para viver em unidade na igreja, é essencial promover a comunhão, a cooperação e o respeito mútuo entre os membros.

A unidade na igreja não é apenas uma ideia abstrata, mas algo que deve ser praticado no dia a dia. Aqui estão algumas orientações e exemplos práticos de como podemos cultivar a unidade no ambiente eclesiástico:

Priorize a comunhão: Busque fortalecer os laços de amizade e fraternidade com os irmãos na fé. Participe de momentos de confraternização, grupos de estudo bíblico e atividades coletivas que promovam a interação entre os membros da igreja.

Exerça a cooperação: Esteja disposto a cooperar com os projetos e atividades da igreja. Coloque seus dons e habilidades a serviço da comunidade, contribuindo para o crescimento e edificação do corpo de Cristo.

Cultive o respeito mútuo: Reconheça a diversidade de opiniões, experiências e talentos existentes na igreja. Respeite as diferenças e evite conflitos desnecessários. Aprenda a ouvir e valorizar a perspectiva dos outros membros, buscando sempre a construção de um ambiente saudável e acolhedor.

“Na igreja, devemos tratar uns aos outros com amor, paciência e bondade, sempre buscando preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Ef 4:2-3)

 A unidade melhora o ambiente ao nosso redor.

É difícil concebermos que um ambiente tenso, hostil, desunido, desarticulado, onde falte o amor solidário e a graça perdoadora, possa ser visitado pelo óleo, pelo orvalho, pela bênção e pela vida de Deus.

 (1) Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. (3) …porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre. (Sl 133)

 A bênção do Senhor está na unidade do povo.

A unidade legitima nosso culto. (Mt 5:23,24)

(1) Jesus vincula nosso relacionamento horizontal (irmãos) com nosso relacionamento vertical (Deus).

(V. 23) Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 

(V. 24) Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta. (Mt 5)

(2) A verdadeira espiritualidade pressupõe comunhão com Deus e com os irmãos.

(14) Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. (I Jo3)

 A unidade traz crescimento espiritual para o Corpo (de Cristo).

A harmonia, a unidade de ação, a interdependência, a mutualidade, a solidariedade na alegria e no sofrimento de cada membro do corpo promove o crescimento espiritual. (Ef 2:21,22; 4:16; Cl 2:19).

(16) Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor. (Ef 4)

A unidade não permite a vantagem de satanás sobre a igreja. (2Co 2:10,11)

(1) Satanás só leva vantagem sobre nós quando estamos desunidos e desarticulados.

(2) Uma vara de bambu sozinha é facilmente quebrada, mas um feixe de bambu não pode ser quebrado, assim como o cordão de três dobras. (Ecl 4:9-12)

(10) Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante (Ec 4).

(3) A unidade nos concede autoridade no mundo espiritual. (Ef3:10)

Os principados e potestades só respeitam uma igreja que, em unidade, represente a multiforme sabedoria de Deus.

A unidade nos concede uma sinergia de força. Mt 12:25,30

(1) Casa dividida não se estabelece; contrário senso, casa unida prevalece, em razão do cuidado mútuo, do serviço mútuo, da cobertura mútua, do pastoreio mútuo; E pelo fato dos distintos se complementarem, numa parceria de diferenças.

(2) É como o raio laser que é produzido pelo estímulo e concentração de raios em um mesmo foco, capaz de cortar qualquer superfície sólida. Assim também, concentrados em unidade, num mesmo espírito, nos tornaremos invencíveis.

Reflexão: Dê exemplos de como podemos nos tornar forças neutralizadoras no corpo de Cristo.

A unidade nos faz persuasivos no mundo, no cumprimento de nossa missão: atrair pessoas para Deus.

1) A identidade cristã é a unidade e o amor. A nossa unidade reflete a imagem do Pai e do Filho, a fim de que o mundo creia que Deus enviou seu filho.

2) Portanto, sem a unidade perdemos a credibilidade diante das pessoas, e dificultamos sua conversão ao Senhor, uma vez que dificilmente acreditarão que somos de fato discípulos de Jesus. (Jo 13:34,35)

(35) Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (Jo 13)

(3) Jesus intercede pela unidade da igreja com três grandes objetivos: a evangelização do mundo, a manifestação da glória de Deus, por intermédio da igreja, e o aperfeiçoamento dela. (Jo17:20-23)

(4) A unidade da igreja atrai os pecadores a Cristo. (At 2:42-47)


(47) Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. (At 2)

VI.           Dissipando as dúvidas Frequentes 

1.    O que é unidade na igreja?

Unidade na igreja é o princípio bíblico que busca a harmonia e o crescimento espiritual coletivo entre os crentes, baseado no amor mútuo, na comunhão e na cooperação em prol do Reino de Deus.

Como praticar a unidade na igreja?

Para praticar a unidade na igreja, é essencial promover a comunhão, a cooperação e o respeito mútuo entre os membros, valorizando a diversidade e buscando sempre o bem-estar e o crescimento do corpo de Cristo.

2.    Quais são os exemplos de unidade na Bíblia?

A Bíblia apresenta diversos exemplos de unidade entre os cristãos, como os primeiros discípulos de Jesus vivendo em comunhão e compartilhando tudo em comum (Atos 2:44-47), e a igreja primitiva sendo um só coração e uma só alma (Atos 4:32-35).

3.    Quais são os benefícios da unidade na igreja?

A unidade na igreja traz benefícios como fortalecimento da fé, testemunho eficaz para o mundo, crescimento espiritual individual e coletivo, capacitação para servir e cumprimento do propósito de Deus na Terra. 

4.    Quais são as consequências da falta de unidade na igreja?

A falta de unidade na igreja pode resultar em divisões, conflitos, enfraquecimento do testemunho cristão, desunião entre os membros e dificuldades para cumprir o propósito de Deus na Terra.

5.    Qual é a diferença entre unidade e união na igreja?

A união pode ser entendida como a coexistência pacífica entre os membros da igreja, enquanto a unidade vai além, envolvendo a comunhão, o amor mútuo e o propósito em comum, manifestando-se em ações e atitudes coletivas.

6.    Como podemos construir a unidade na diversidade na igreja?

É possível construir a unidade na diversidade na igreja buscando valorizar as diferenças individuais, étnicas, culturais e de opinião, promovendo a paz, o respeito e a harmonia entre os membros, tendo como base a Palavra de Deus.

7.    O que significa unidade na Bíblia?

Na Bíblia, unidade significa viver em harmonia e amor mútuo, buscando a comunhão e o propósito em comum entre os seguidores de Jesus, refletindo o caráter de Deus e Sua vontade para a igreja.


8.    O que é andar em unidade na igreja?

Andar em unidade na igreja significa praticar diariamente o amor, a comunhão e o respeito entre os irmãos na fé, caminhando juntos em direção ao propósito de Deus, buscando deixar de lado as diferenças e trabalhando em prol da edificação do corpo de Cristo.

 

VII. As lições que podemos aprender do Salmo 133:1

1. A importância da união fraterna: O salmo enfatiza a beleza e a excelência de viver em união com os irmãos. Isso nos lembra da importância de buscar a paz e a harmonia nos relacionamentos, valorizando a comunhão e o amor entre os membros da família de fé.

2. O impacto positivo da união: O texto destaca que a união entre os irmãos traz benefícios e alegria constante. Isso nos ensina que a união não é apenas uma questão de mera convivência, mas algo que tem o potencial de transformar vidas, trazer felicidade e fortalecer a comunidade.

3. A aprovação de Deus sobre a união: O Salmo ressalta que Deus ordena a bênção onde há união entre os irmãos. Isso nos leva a compreender que a busca pela união e pela paz é um caminho que agrada a Deus e nos coloca em alinhamento com a Sua vontade.

4. O amor como fundamento da união: A união fraternal é sustentada pelo amor mútuo. Aprender a amar e perdoar uns aos outros, assim como Deus nos amou e perdoou em Cristo, é essencial para cultivar e manter a união duradoura.

 5. O testemunho poderoso da união: A união entre os irmãos é um testemunho poderoso do amor e do poder transformador de Cristo. Quando vivemos em união, refletimos o caráter de Deus e atraímos outros para conhecerem e experimentarem o Seu amor.

 Podemos concluir esta mensagem dizendo em resumo, o seguinte:

  •  Em unidade nossa igreja é uma comunidade terapêutica e abençoada.
  •  Em unidade nosso relacionamento com Deus e nosso culto serão livres da hipocrisia e da religiosidade.
  • Em unidade vamos amadurecer como pessoas e como comunidade.
  •  Em unidade teremos mais autoridade para resistir aos ataques do inimigo.
  • Em unidade seremos mais fortalecidos e enriquecidos pela singularidade de cada membro.
  •  Em unidade exerceremos um poder de atração para que as pessoas conheçam a Jesus.
Que Deus nos abençõe, e que Ele mesmo se encarregue de produzir a unidade da sua Igreja provisória aqui na Terra, até o dia de Cristo, quando estaremos para sempre com o Senhor.


quinta-feira, 18 de abril de 2024

A radiografia das ações do Diabo

  Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21 987704458 (Tim)

 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra nos textos de Mateus 4.1-11; 2 Coríntios 2.11,12 que nos diz:

Mateus 4

1 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

5 Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.

7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

8 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.

9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.

11 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.

2 Coríntios 2

 10 E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás;

11 Porque não ignoramos os seus ardís.


 Veja nesta edição:

       I.            O contexto do termo "ardil".

     II.            A origem e a queda de Satanás.

  III.            O livro de Jó e os ardis de Satanás.

 IV.            Os três inimigos do cristão na Batalha Espiritual.

    V.            Conhecendo os ardis da batalha espiritual.

 VI.            Como vencer os ardís de Satanás.

VII.            As ações e ardis de Satanás.

VIII.            Satanás tentou  o próprio Jesus para fazê-lo pecar.


Na condição de cristãos, não devemos brincar com o pecado; e, tampouco, ignorar os ardis de Satanás.  E ainda: Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia ( 1Co 10.12).

O Diabo como bem sabemos, usa todas as táticas e maneiras para ludibriar os incautos e mesmo aqueles que já se consideram “sábios” aos seus próprios olhos. É temerário para crentes ou para quem quer que seja, desafiar o enganador deste século de forma insensata e espetaculosa como muitos o fazem, sem se aperceber do perigo que correm com tal insensatez. Muitos crentes desafiam as forças do inferno de forma precipitada e inconsequente dos púlpitos em que pregam; e, portanto, é notório que receberão retaliações.

Devemos entender que o único que têm o poder de confrontar as forças das trevas é Jesus. Nós só podemos vencê-las se estivermos revestidos do Espírito Santo e escudados N’Ele. A Bíblia diz que devemos “sujeitar-nos a Deus resistir ao Diabo firmes na fé (Tg 4.7), mas em nenhum momento diz que devemos desafiar as forças das trevas ou pisar na cabeça do Diabo, pois, isso é prerrogativa de Deus. Paulo declara: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés”(Rm 16.20).

Este estudo visa dar entendimento ao leitor sobre o contexto que está inserido essa narrativa, assim como, confrontar a natureza humana diante dos desafios da vida cristã em relação ao cumprimento da vontade de Deus.

I. O contexto do termo "ardil"



No capítulo 5 de 1 Coríntios temos o registro do que causou tal tristeza. E neste mesmo capítulo, nos versículos 3-5, a punição para tal pessoa é descrita: “Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus” (1 Co 5:3-5).

“Deveria ser disciplinado e entregue ao mundo, campo de ação de Satanás, e a um castigo que viria por meio de Satanás: a destruição ou ruína de seu corpo pela doença, ou mesmo pela morte.”

Porém, aqui em 2 Coríntios 2, o castigo prescrito já não se faz mais necessário, já que o ofensor estava demonstrando tristeza por causa de seu erro. O irmão deveria ser perdoado e trazido de volta à comunhão, para que Satanás não fosse vitorioso naquela ocasião, na aplicação de seus ardis, ou desígnios, ou intenções, ou planos. É tudo a mesma coisa, mas ficaremos com o termo ardis.

Satanás lança mão de muitos ardis na sua luta contra a obra de Deus. Quais são estes ardis? No que diz respeito aos crentes, como eles podem fazer para se defenderem contra Satanás e seus ardis? É sobre isso que estaremos discorrendo: Satanás, seus ardis, e como o crente pode defender-se contra ele.

 II. A origem e a queda de Satanás



Não se enganem, Satanás é um ser real. Ele também é um inimigo explícito de Deus, de Seus propósitos, de Suas atividades e de Seu povo. O nome Satanás significa “adversário”, e diabo significa “acusador”. Em Mateus 12:24 ele é chamado de “maioral dos demônios”.

Em Apocalipse 12:9-10 nosso adversário é rotulado de “o grande dragão”, “a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo”. Também é designado ali como “o acusador de nossos irmãos”, incriminando-os diante de Deus dia e noite. O nome “grande dragão” fala de seu poder político como o soberano do mundo e “príncipe da potestade do ar” (Ef 2:2). “Antiga serpente” fala de sua poder espiritual como o sedutor de todo o mundo e o “deus deste século”, que “cegou o entendimento dos incrédulos” (2 Co 4:4).

Satanás é a mesma antiga serpente que veio ao jardim do Éden e enganou a mulher, levando Eva e Adão à desobediência e consequentemente ao pecado contra Deus. Eva teve de dizer mais tarde: “A serpente me enganou” (Gn 3:13).

Em Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:12-19 temos um marcante relato do lugar original que Satanás ocupou como “estrela da manhã, filho da alva”. Sua queda desta exaltada posição original — sendo ele talvez o maior ser angelical criado por Deus — é narrada nestas Escrituras.

Orgulho, obstinação, iniquidade, rebelião e violência são os motivos dados de sua queda.

Sob a figura do “rei de Tiro”, Ezequiel declara que este grande ser criado era “o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura”. Ele permanecia no monte santo de Deus e se cobria de todas as pedras preciosas. Deus o havia colocado ali como o “querubim da guarda ungido”, e andava no meio das pedras afogueadas. Talvez fosse o guardião da santidade de Deus, provavelmente sobre o planeta Terra no seu estado original.

O relato inspirado diz: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28:12-15).

O profeta Isaías diz no capítulo 14: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva!”. O título “estrela da manhã” pode ser traduzido como Lúcifer, e deriva de uma palavra hebraica que significa “brilhante ou aquele que resplandece”. O título “filho da alva” é uma expressão poética para “estrela da manhã”. Lúcifer, a brilhante estrela da manhã, é o primeiro nome dado a este grande ser angelical ao sair das mãos criadoras de Deus. Grande como era, ele não passava de uma criatura de Deus, responsável por obedecer a seu Criador.

Em Isaías 14:13-14 vemos cinco expressões imperativas que caracterizam a expressa rebeldia e obstinação de Satanás: “Subirei”, “exaltarei”, “assentarei”, “subirei” e “serei”. Nesta última ele diz: “serei semelhante ao Altíssimo”. Lúcifer não estava satisfeito com a posição de exaltação que recebera na criação de Deus. Ezequiel diz: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor” (Ezequiel 28:17). Ele intentou exaltar a si mesmo e a seu trono e buscou ser semelhante ao próprio Deus. Particularmente, ele talvez invejasse o lugar do Filho de Deus e desejasse ser tão exaltado como Ele. Sua ambição e propósitos eram ser adorado como Deus, e disso ele nunca desistiu. Essas cinco questões imperativas que Satanás proferiu em Isaías 14:13-14, manifestam a pungente essência do pecado: é a vontade da criatura oposta à vontade e determinação do Criador. Foi assim, por causa da obstinação de Lúcifer, que o pecado entrou no universo, antes mesmo da criação do homem.

Ademais, vemos em Ezequiel 28:16-18 que Lúcifer estava envolvido numa multidão de comércio. Ele encheu o céu de violência e pecou. Ali se lê: céu de violência e pecou. A Bíblia diz: “Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários”. Acreditamos que isto indica algum comércio profano de Lúcifer, algum tráfico, pelo qual outras criaturas angelicais foram seduzidas de sua fidelidade ao Criador, dedicando lealdade e devoção a Lúcifer.

Assim Lúcifer instigou violência e rebelião entre as hostes celestes antes da criação do homem, e aqueles que o acompanharam se tornaram seus anjos ou demônios. A sentença divina de expulsão de sua exaltada posição como o “querubim da guarda ungido” foi pronunciada, embora ainda não completamente executada. Isso acontecerá no futuro, segundo Apocalipse 12:7-17. Como deposto de seu lugar celestial no governo de Deus, ele passou a chamar-se Satanás, o adversário, e no Novo Testamento ele é chamado de diabo (Jó 1:6-12; Mt 4:1-11).

III. O livro de Jó e os ardis de Satanás



  A introdução do Livro de Jó apresenta Satanás como um ser capaz de agir contra o ser humano (Jó 1.12; 2.6). Através de suas ações é possível conhecer a natureza maligna de suas obras. 

Vejamos o que o Diabo  pode causar na vida do ser humano:

1. Dor e sofrimento.

É da natureza do Diabo provocar dor e sofrimento aos seres humanos. No livro, Satanás impõe ao patriarca um sofrimento, até então, sem precedentes, pois ninguém sofreu como Jó no Antigo Testamento. Primeiramente, o Diabo atingiu as posses dele, o que fez o patriarca sofrer ao ver o seu patrimônio destruído repentinamente. Da mesma forma, houve grande sofrimento em Jó quando ele viu a tragédia se abater sobre sua casa, pois sua família foi devastada. Entretanto, o sofrimento do homem de Uz não cessou com a perda da família. O Diabo o infligiu com uma doença que o fez padecer dor e isolar-se de todos.

2. Acusar. O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa. Faz parte de sua natureza acusar. Foi o que ele fez com Jó (Jó 1.10,11). O Diabo o acusou de praticar uma religiosidade motivada por interesse. Assim como fez, posteriormente, com o apóstolo Pedro, querendo cirandá-lo (Lc 22.31,32), o Diabo quis fazer o com Jó. O livro do Apocalipse mostra a acusação como a missão do Diabo (Ap 12.10).

3. Tentar. Por outro lado, devemos destacar a atuação de Satanás na tentação para o mal. Também faz parte de sua natureza tentar pessoas. Pelo texto sagrado, podemos inferir que o Diabo impulsionou os sabeus e os caldeus, povos até então nômades, a dizimarem os bens de Jó (vv.12,14,17). É uma característica do Diabo incitar e tentar para o mal (1Cr 21.1).

O Livro de Jó, apresenta Satanás de forma real, e a partir da revelação divina na história bíblica. Dessa forma, Satanás é um ser dotado de personalidade. Ele possui grande conhecimento e age com perspicácia. Não deve, portanto, ser ignorado. Todavia, mesmo o livro tendo deixado esse fato em oculto, Jó sempre esteve debaixo das soberanas mãos de Deus. O Maligno não o tocou como quis, mas apenas da forma que Deus permitiu. Isso nos lembra a afirmação de João (1Jo 5.18). Por isso devemos descansar em Deus.

IV. Os três inimigos do cristão na Batalha Espiritual



1. A carne. O primeiro inimigo é a “carne” (Rm 6.19-a; 7.18) do grego: “sarx”. A natureza carnal, a velha natureza que herdamos de Adão depois da Queda (Gn 6.12), uma natureza que se opõe a Deus e que não é capaz de fazer qualquer coisa espiritual para agradar ao Senhor (Gl 5.19-21). A carne refere-se à nossa natureza caída às vezes chamada de “velho homem” (Rm 6.6, Ef 4.22; Cl 3.9) que surgiu desde a desobediência no Éden (Rm 3.10-12).

2. O mundo. A Bíblia ensina que não devemos amar ao mundo, pois ser amigo do mundo é ser “inimigo de Deus” (Tg 4.4). O mundo aqui do grego: “kosmos” não é o planeta Terra onde vivemos, mas, é o presente século mau, o grande sistema do mal ao redor de nós (Gl 1.4; 6.14), que é governado por um príncipe (Jo 14.30; 2Co 4.4). É o governo mundial de rebelião contra Deus, e que se opõe ao Senhor Jesus e satisfaz: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.15-17). É sobre este mundo que a Bíblia fala que jaz no maligno (1Jo 5.19).

3. O diabo. O terceiro grande adversário do homem é o próprio diabo que é o: “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Ele rege os negócios deste mundo mau, e seu grande objetivo é contrariar a vontade e o programa divino no mundo, na Igreja e no crente. Mas, por meio de sua morte e ressurreição, Cristo venceu a carne (Rm 6.1-6; Gl 2.20); o mundo (Jo 16.33; Gl 6.14); e o diabo (Ef 1.19-23)

V. Conhecendo os ardís da batalha espiritual



1. As astutas ciladas do Diabo.

A expressão “ciladas do diabo” (6.11) indica as “armadilhas” articuladas perversamente pelo reino das trevas.

O líder desse reino é identificado como diábolos, que significa “caluniador” e “acusador” (Mt 4.1; Jo 8.44; 1Pe 5.8).

Tomado de fúria e por meio do espírito do erro, ele prepara laços com o propósito de destruir a Igreja de Cristo. Algumas de suas astúcias são:

  •  Confundir a mentira com a verdade (Gn 3.4,5);
  • deturpar as Escrituras (Mt 4.6);
  • dissimular e induzir a dissimulação (2Co 11.13,14);
  •  fazer falsos sinais (2Ts 2.9);
  • fazer acusações (Ap 12.10);
  • semear incredulidade (2Co 4.4);
  • promover ideologias anticristãs (2Ts 2.3,4).

Diante desse quadro, o texto sagrado ordena: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus!”.

2. O conflito contra o reino das trevas.

Paulo enfatiza que esse conflito não é “contra carne e sangue” (6.12). Não se trata de lutar contra o ser humano, mas contra o reino das trevas nas “regiões celestes”. Essas declarações indicam que a batalha não é física, mas travada no mundo espiritual. O conflito é contra as hostes que, debaixo da autoridade do Diabo, mantêm os homens na escuridão (1Jo 5.19). Nessa metáfora, fica claro que o cenário do campo de batalha do soldado é espiritual (6.11,12), ao mesmo que se revela a natureza pessoal do conflito, pois essa luta se dá tanto na área individual quanto na área coletiva da igreja (1Pe 5.8,9).

3. As agências das potestades do ar.

Paulo identifica as forças do mal que marcham contra a Igreja como “principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade” (6.12). Esses seres são caracterizados por três aspectos:

a) Eles são poderosos. Os títulos “principados e potestades” indicam poder, primazia e autoridade para agir; “príncipes das trevas” são líderes de anjos decaídos, que sob o comando do Diabo exercem domínio;

b) Eles são malignos. Esses agentes formam “as hostes espirituais da maldade”. Refere-se a demônios que empregam seu poder destrutivamente para o mal;

c) Eles são astutos. São cheios de sutilezas e maquinam a queda da Igreja.

Apesar desse imenso império do mal, a Igreja é exortada a não temer. Somos incentivados a lutar e, sobretudo, a vencer, pois o Senhor da Igreja está elevado ao nível “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio” (1.21).

O crente precisa conhecer o seu campo de batalha espiritual para que possa guerrear contra o Inimigo e receber a vitória.

 “O apóstolo Paulo emprega skotos para se referir ao reino satânico. Ele especifica os principais agentes no reino das trevas e conclui dizendo que eles formam ‘as hostes espirituais da maldade’ (Ef 6.12). Essa expressão refere-se aos ‘espíritos malignos’, um termo presente no pensamento judaico e também no Novo Testamento. Essas hostes são comandantes do exército de Satanás: principado, potestades e dominadores deste mundo tenebroso, contra quem temos de lutar fortalecidos no Senhor e na força do seu poder e revestidos da armadura completa de Deus (Ef 6.10,11).

A expressão ‘lugares celestiais’ ou ‘regiões celestiais’ no presente contexto nos chama atenção, pois parece indicar o céu o lugar onde Cristo habita, a morada dos crentes. No entanto, o apóstolo escreve: ‘contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais’, termo que aparece cinco vezes em Efésios e em nenhum outro lugar no Novo Testamento (1.3,20; 2.6; 3.10; 6.12). No mundo antigo, as pessoas acreditavam que o céu tinha diferentes níveis ocupados por uma diversidade de seres espirituais. No nível mais elevado, habitava Deus com os seres mais puros. Ou seja, as ‘regiões celestiais’ podem significar onde Deus está ou onde estão os poderes espirituais. O sentido dessas palavras depende do contexto onde elas aparecem Ap 12:8  Lc 10:18 Zc 3:1

VI. Como vencer os ardís do Diabo.



1. A armadura completa de Deus.

A imagem que o apóstolo usa é a de uma linguagem retirada do contexto militar romano. A expressão “toda a armadura” traduz o termo grego panóplia, que significa “a armadura completa de um soldado fortemente armado” (6.11,13). Na Carta, a orientação não é para usar armas próprias, mas tomar o equipamento dado por Deus, resistir bravamente e marchar contra as potestades do ar.

2. As armas indispensáveis de defesa.

Vejamos aqui uma lista de armas espirituais disponíveis aos soldados do Senhor:

a) Cingidos os vossos lombos com a verdade (v.14).

Retrata a peça usada para dar mobilidade ao soldado no combate. Nesse sentido, faz referência à verdade da doutrina de Cristo e à integridade do soldado (2Co 13.8).

b) Vestida a couraça da justiça (6.14). Trata-se de uma malha impenetrável de proteção aos órgãos vitais. Refere-se à justiça de Cristo e à retidão do soldado no campo de batalha (Rm 5.1; 2Co 6.7).

c) Calçados os pés na preparação do evangelho da paz (6.15). Confeccionada em couro, a “meia-bota” tinha solas cravejadas para dar estabilidade. Refere-se à firmeza que o Evangelho proporciona e à prontidão do soldado em testemunhar de Cristo (Rm 1.16).

d) Tomando, sobretudo, o escudo da fé (6.16). Longo, retangular, feito de madeira e couro, o escudo protege o corpo inteiro dos dardos incendiários. Refere-se à fé inabalável em Deus, que detém a eficácia das calúnias, dúvidas e rebeliões disparadas pelo Diabo (Pv 30.5).

e) O capacete da salvação (6.17). Pesado, resistente e fabricado com bronze ou ferro, o capacete serve de proteção para a cabeça. Refere-se à certeza da salvação que já recebemos em Cristo e a convicção da plena salvação no último dia (1Ts 5.8,9).

3. A imprescindível arma ofensiva.

Finalmente, “a espada do Espírito” (6.17), a única arma disponível tanto para a defesa quanto para o ataque. O termo grego para ela é machaira , identificada como espada curta. Isso significa que o combate é pessoal, o enfrentamento é diário e acontece “corpo a corpo”. A espada do Espírito é identificada como sendo a “Palavra de Deus” inspirada e penetrante (2Tm 3.16; Hb 4.12). Ela deve ser usada tanto para resistir às ciladas do Diabo (Mt 4.1-10) quanto para derrubar as fortalezas de Satanás (Mt 10.19,20; 2Co 10.4).

As armas ao nosso dispor são indispensáveis para resistirmos aos ataques das trevas e permanecermos inabalável.

A vitória da Igreja de Cristo contra as forças do mal é garantida pela sobre-excelente grandeza do poder de Deus (1.19). Os ardis de Satanás não podem ser subestimados, porém, o reino das trevas não deve amedrontar o cristão. A Escritura convoca o salvo a combater e a vencer as potestades do ar, revestido com a armadura de Deus (6.11).


 VII. As ações e ardis de Satanás



11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.

“… para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, Porque não ignoramos os seus ardis. (2 Co 2:11)Um dos fatos mais sérios sobre a vida é que todos os seres humanos têm um inimigo sobrenatural que tem como objetivo usar a dor e o prazer para nos tornar cegos, tolos e miseráveis – eternamente. 

A Bíblia identifica-o como “o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor” (Ap 12:9-10), “o príncipe deste mundo” (Jo 12:31) e “o deus deste século” (2 Co 4:4).

Ele é o nosso “adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pe 5:8). Contudo, no mais aterrorizante tipo de escravidão que existe, o mundo inteiro segue “o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2:2). Ele é bem-sucedido em fazer com que seus súditos marchem rumo à destruição e eles levam consigo o maior número de pessoas possível.

O “bom combate” (1 Tm 1:18) inclui a resistência diária a esse inimigo (1 Pe 5:9; Tg 4:7), diariamente recusando-se a dar lugar a ele (Ef 4:17) e diariamente se opondo às suas ciladas (Ef 6:11).

A coleira de Satanás – e a condenação iminente

Deus é soberano sobre Satanás. O diabo não tem carta branca para fazer o que quiser neste mundo. Ele está preso a uma coleira e não pode fazer nada que Deus não permita. Com efeito, ele precisa receber autorização – como no caso de Simão Pedro que Jesus revelou: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo!” (Lc 22:31) E o caso de Jó: “Disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida”. (Jó 2:6)

Então, Deus evidentemente vê o papel de Satanás como essencial para os seus propósitos no mundo, pois, se Deus quisesse, Satanás seria lançado no lago de fogo agora e não somente na consumação dos séculos. “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo… e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Ap 20:10). Ele certamente será completamente derrotado, mas a hora ainda não chegou.

Servo involuntário de nossa santificação

Deus quer que a guerra com o inferno faça parte de nossos preparativos para o Céu. É o que chamamos de “bom combate” (1 Tm 1:18) e “boa milícia” (1 Tm 6:12). Não é bom porque podemos vir a morrer (é uma possibilidade real! (Ap 2:10), mas porque essas lutas contra o fogo refinam o ouro da nossa fé (1 Pe 1:7), na vida e na morte.

Deus é o grande General dessa guerra. Ele nos deu a oração para clamarmos por socorro: “Tomai… a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo” (Ef 6:17-18).

Ele vê o que acontece no território inimigo, conhece as estratégias exatas que serão usadas contra nós e escreveu-as em um manual de guerra “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós”. A razão pela qual Satanás não alcançará vantagem sobre nós é que “não lhe ignoramos os desígnios” (2 Co 2:11).

O resumo dos desígnios de Satanás

Se você precisa lembrar de quais são esses “desígnios”, aqui vai um resumo. Que Deus faça de você um poderoso guerreiro! “Bendito seja o SENHOR, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra” (Sl 144:1).

1. Satanás mente e é o pai da mentira.

“Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Na primeira aparição de Satanás na Bíblia em Gênesis 3, as primeiras palavras em seus lábios lançam suspeitas contra a verdade (“É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”). Depois disso, suas palavras foram uma mentira sutil (“É certo que não morrereis”). João diz que Satanás “jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade” (Jo 8:44). Nós estamos lidando com a essência da mentira e do engano.

2. Ele cega a mente dos incrédulos.

“O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4:4). Então, ele não somente fala mentiras. Ele esconde a verdade. Ele nos impede de ver o tesouro do evangelho. Ele permite que vejamos os fatos, até as provas, mas não a preciosidade.

3. Ele se esconde atrás de uma fantasia de luz e justiça.

Em 2 Coríntios 11:13-15, Paulo diz que algumas pessoas se identificam como apóstolos sem realmente ser. Ele explica o seguinte: “O próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça”.

Em outras palavras, Satanás tem servos que professam uma quantidade suficiente da verdade para entrar para a igreja e, dentro da igreja, ensinam o que Paulo chama de “doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1). Jesus diz que serão como lobos disfarçados de ovelhas (Mt 7:15). Atos 20:30 diz que eles não pouparão o rebanho, mas arrastarão as pessoas para a destruição. Sem o dom de Deus do discernimento (Fp 1:9), nosso amor será degenerado em estupidez.

4. Satanás opera sinais e prodígios.

Em 2 Tessaloniscenses 2:9, os últimos dias são descritos da seguinte maneira: “A vinda do iníquo segundo a ação de Satanás será com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira”. Essa é a minha estranha tradução. Alguns traduzem como “falsos sinais e prodígios”. Mas isso faz com que os sinais e prodígios pareçam irreais. De fato, alguns argumentos que Satanás só é capaz de realizar falsos milagres. Eu duvido. Mas mesmo que isso fosse verdade, os falsos milagres dele seriam bons o suficiente para que pareçam reais para a maioria das pessoas.

Uma razão que me leva a duvidar que Satanás só seja capaz de realizar falsos milagres é que, em Mateus 24:24, Jesus descreve os últimos dias da seguinte maneira: “Surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”. Não há indícios de que esses “sinais e prodígios” serão truques.

Que a sua confiança esteja fundamentada em algo muito mais profundo do que qualquer suposta incapacidade de Satanás de realizar sinais e prodígios. Sinais e prodígios realizados a serviço de declarações anticristãs não são capazes de provar nada, mesmo quando são realizados “em nome de Jesus”. “Senhor, Senhor! Em teu nome não fizemos muitos milagres?” E Jesus responderá: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7:22-23). O problema não foi que os sinais e prodígios não eram reais, mas que eles estavam a serviço do pecado.

VIII . Satanás tentou  o próprio Jesus para fazê-lo pecar.




A tentação de Cristo ocorreu logo após seu batismo por João

Batista, como é descrito no Evangelho de Marcos. Assim Jesus iniciou sua Vida Pública. “Por meio do batismo ele se identificou publicamente com o grupo de pessoas que João reconhecia estar moralmente preparadas para o Reino”.

Após o batismo, Jesus foi levado pelo Espírito Santo para o deserto da Judéia para ser testado por Satanás.

Os três Evangelhos Sinóticos descrevem a tentação, porem somente Mateus e Lucas faz um descritivo completo.

Isso aconteceu entre 26 ou 27 d.C. Jesus passa da glória do batismo para a provação no deserto.

As Escrituras são claras em relação às tentações, ao afirmarem que Jesus não teve alucinações produzidas em sua mente pela fome e desidratação, mas que foi parte do plano divino que Ele fosse tentado pelo inimigo.

 

1-    Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo” (Mt 4.1)

Imediatamente o Espírito o impeliu para o deserto. (Mc 1.12)

Jesus era filho de Deus, mas veio em carne, sujeito as mesmas aflições, angustias e tentações humanas.

Deus tinha como objetivo provar que seu Filho, perfeitamente divino e perfeitamente humano, viveria toda sua vida terrena, isento de qualquer pecado, qualificando-o como sendo digno de ser o Salvador (2 Co 5.21; Hb 4.15; Rm  8.3; 1Jo 2.16; Tg 1.13). O objetivo de Satanás era fazer com que Jesus Cristo, o ungido Filho de Deus viesse a pecar.

Um pecado seria suficiente para desqualifica-lo para ser o Salvador, assim o plano de Deus da redenção humana seria

1.1-        A Primeira Tentação

O Jesus humano havia sido fragilizado por sua condição debilitada no deserto após quarenta dias em jejum, tinha que ser tentado para passar pela prova do livre arbítrio, da liberdade e da voluntariedade. Sua carne poderia escolher seu próprio benefício dando voz ao caminho do mal, ou escolher o caminho do bem, vencendo todos os desejos que personificam os desejos humanos.

O jejum era um hábito de disciplina espiritual, onde se orava e se preparava para as grandes tarefas futuras.

Os originais hebraicos e gregos não dizem que Jesus estava somente com fome, mas sôfrego de fome (esfomeado). O diabo sempre pode deixar as tentações atraentes diante das necessidades humanas.

 

“E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome”(Mt 4.2).

“Durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo.

E naqueles dias não comeu coisa alguma; e terminados eles, teve fome”. (Lc 4.2).

“E esteve no deserto quarenta dias tentado por Satanás; estava entre as feras, e os anjos o serviam.” (Mc 1.13).

Ao contrário de qualquer tendência racionalista, Satanás não é

uma mera tendência ou influência moral, ele é um ente pessoal, racional.

A palavra “diabo” em grego significa “acusador”, e em hebraico a palavra “Satanás” tem o mesmo sentido. Satanás é um arcanjo caído e não um símbolo, e  luta contra aqueles que seguem e obedecem a Deus.

Segue algumas passagens que descreve Satanás na Bíblia:

44- Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira. (Jo 8:44)

9- E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele. (Ap 12:9) 

2-    Nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, (Ef. 2:2)

12- Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes. (Ef 6:12)

Satanás é uma criatura de Deus, que habitava nos céus, que se rebelou contra Deus, levando consigo legiões de outros seres celestiais, os quais foram expulsos dos céus e jogados a terra e ao inferno.

4 - Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo; (2 Pe 2.4)

5- Ora, quero lembrar-vos, se bem que já de uma vez para sempre soubestes tudo isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;

6 - aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, 7 assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. (Judas 1.5,6,7)

A palavra “tentar”, tem o significado de “testar o que de bom e de mau, de fraqueza e de força” existe no ser humano.

Jesus havia passado quarenta dias em jejum.

Jesus em sua condição mental, contemplava a grandeza de suas duas condições, a divina e a carnal.

Segundo as escrituras, após esse período Jesus sentiu fome, oportunamente Satanás diante da extrema necessidade que Jesus passava de saciar sua fome, lhe faz sua primeira tentação.

“Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus  manda que estas pedras se tornem em pães.” (Mt 4:3).

“Disse-lhe então o Diabo: Se tu és Filho de Deus, manda a esta pedra que se torne em pão,” ( Lc 4:3).

A expressão “se tu és o filho de Deus”, não implica em dúvida de

Satanás a respeito da natureza de Jesus, mas uma instigação a Jesus sobre seu próprio poder. “O filho de Deus não tem razão para sentir fome” sugeriu Satanás. Se Jesus atendesse tal sugestão atenderia a suas próprias necessidades.

Satanás quis que Jesus, por sua necessidade extrema da fome, como humano cometesse o pecado de desconfiar das promessas e das providências divinas.

“A maneira pela qual Cristo estabeleceu seu reino foi pelo caminho da cruz, sua morte vicária, e não pelo caminho de compromisso e facilidade. Foi este o ponto central das tentações de Satanás a Jesus.”

 Jesus escolheu uma passagem das Sagradas Escrituras (Dt 8.3) para responder ao tentador e a todos quanto têm seus valores invertidos por ganância, egoísmo e inveja.

Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4:4).

“Jesus, porém, lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem”. (Lc 4:4).

Jesus poderia ter transformado as pedras em pães, não o fez por dois motivos:

 Primeiro porque não é a Satanás a quem Ele obedece,

Segundo, porque Jesus confia na providência do Pai celestial e não usaria o poder divino inconvenientemente.

Sua vitória é manifesta pela sabedoria da própria Palavra de Deus, sendo Ele o Cristo, o Verbo, dotado de sabedoria divina poderia usar palavras suas, mas preferiu ser exemplo a todas as gerações, que a vitória sobre o inimigo é encontrada nas próprias Escrituras deixada por Deus para humanidade. Jesus agiu como Adão deveria ter agido, seguiu em obediência a palavra revelada de Deus .

O texto das Escrituras que Jesus citou foi Dt 8.3:

Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem. (Dt 8.3)

Resista!

Tiago diz, “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Como podemos fazer isso? Em Apocalipse 12:11, foi da seguinte maneira: “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida”. Eles abraçaram o triunfo de Cristo através de seu sangue. Eles proclamaram essa verdade pela fé. Eles não temeram a morte. E eles triunfaram.

O Novo Testamento destaca a oração como o principal acompanhante de cada batalha. “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica”. (Ef 6:17-18)

Enquanto o fim dos séculos se aproxima e a fúria de Satanás aumenta, Jesus nos chama para guerrear em oração: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21:36). Semelhantemente, Pedro faz um apelo urgente à oração no fim dos tempos: “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” (1 Pe 4:7).

Até Jesus usou a arma da oração para lutar por nós contra o diabo. Ele disse a Pedro em Lucas 22:31-32, “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lc 22:31-32). Então, Jesus se opõe a uma ameaça satânica específica através da oração e isso serve de exemplo para nós.

E, é claro, Jesus nos instruiu a fazer da oração uma arma diária para a proteção de forma geral: “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6:13). Isto é, livra-nos da tentação bem-sucedida do maligno. Você confronta os designíos do diabo através do poder da oração focada e perseverante?

Sem Neutralidade

A questão não é se você quer participar dessa guerra. Todo mundo participa. Ou nós somos derrotados pelo diabo e seguimos “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2:2) como gado para o matadouro, ou nós resistimos – “resisti-lhe firmes na fé” (1 Pe 5:9).

Não há neutralidade. Ou você triunfa “por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho”, ou você será escravizado por Satanás. Portanto, “participa dos sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus” (2 Tm 2:3) e “combate o bom combate” (1 Tm 1:18). Orai sem cessar!

O Senhor não é menos guerreiro hoje do que nos tempos antigos. Então, novamente, eu imploro: venha a ele de coração como soldados do Príncipe da Paz e aprenda a dizer, ele “adestra as mãos para a batalha” (Sl 144:1).

As provações sempre serão uma parte ativa para vida do cristão, pois é através delas é que o cristão tem a possibilidade de crescer espiritualmente. Também é um motivo de medo ao homem, porém, a própria Palavra apresenta uma preciosa promessa em relação às provações.

Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar. (1 Co 10:13) Jesus dá o exemplo em todas as coisas, inclusive em como Ele enfrentou a Satanás. As principais armas usadas por Jesus foi, a fé, o entendimento da Palavra, e a oração constante. Pelo conhecimento da Palavra é que se entende a vontade de Deus, por meio da oração é que se tem comunhão com Deus e pela fé que se tem a força para enfrentar todas as provações.

Quanto a passagem da Tentação de Mat 4.5-6 e Lc 9-11, onde

Satanás leva Jesus até o pináculo do templo e cita parte do salmo 91:11, Satanás incita o ego humano de Jesus a tentar a Deus. Deve-se levar em conta que não existe em um salmo somente o compêndio de toda a verdade teológica. Quando se avalia o conjunto das passagens bíblicas, se percebe que o justo sofre. Outra questão muito importante a ser colocada, é que, o que existia sob a Aliança mosaica era uma “teologia de benção terrena por causa da obediência”, isso refletia as medidas pela qual Deus havia adotado em relação ao relacionamento com o povo de Israel, as quais não foram transferidas automaticamente à Nova Aliança.

Jesus venceu Satanás pela “Espada do Espírito” citada por Paulo. “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6:17)

O tempo de quarenta dias no deserto personificam de igual forma os anseios da carne daqueles que no passado passaram quarenta anos no deserto e pecaram contra Deus ao não confiarem em sua provisão, sentindo saudades das coisas que se alimentavam no Egito. “Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos.” (Nm 11:5).

Jesus cumpre o mandato do homem como segundo Adão sem cair como o primeiro (Rm 5), e também personifica os libertos do Egito (símbolo do mundo da escravidão dos pecados), porem, sem ter o pecado da desconfiança da provisão e promessas de Deus. “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hb 4:15)

 

17- Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.

18- Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. (Hb 2:17-18)

Jesus para cumprir sua missão, precisava ser humilhado. Se tivesse transformado as pedras em pães, Ele teria usado de seus poderes para benefício próprio, e não se identificaria com a raça humana. Jesus ao se recusar, mostra ao inimigo que o usaria seus poderes somente em submissão ao plano de Deus.

A primeira tentação visava satisfazer apetites físicos,

1.2 A Segunda Tentação

5- Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo,

6- e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra (Mt 4:5-6).

Lucas narra essa tentação como sendo a terceira.

9- Então o levou a Jerusalém e o colocou sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;

10- porque está escrito:

Aos seus anjos ordenará a teu respeito, que te guardem; 11e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra (Lc 4:9-11).

 

A cidade santa que se refere o texto é Jerusalém, o mesmo local

onde a “Shekinah!” – a nuvem resplandecente - símbolo da presença  gloriosa de Deus se manifestou no passado. Agora Satanás coloca Jesus em seu pináculo.

Jerusalém era a sede política e religiosa da Palestina, e o Templo

era o centro religioso, o local sagrado onde o povo esperava a chegada do Messias (Ml 3.1). O Templo era um dos prédios mais elevados, e o pináculo provavelmente era a parte que se projetava para fora da colina.

Essa ação poderia ser real ou pela imaginação, e se o

Messias tentasse fazer, seria um feito glorioso, onde ao se jogar nada aconteceria, assim o povo em baixo poderia aclamá-lo como Messias.

Diferente da primeira tentação que pretendia fazer com que a

desconfiança em Deus nascesse na mente de Jesus, a segunda, ao contrário, colocava Jesus na posição de confiança presunçosa de que Deus o protegeria.

Neste caso o ego e a glória carnal suplantaria a missão sacrificial pelo qual Jesus tinha consciência que deveria passar.

Satanás foi astuto e mentiroso, usou parte da Escritura fora de seu contexto, desta forma deslocou a ideia original que dizia sobre a vida de obediência e confiança de Jesus para com Deus em todos os seus caminhos. “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos” (Sl 91:11).

 Caminhos estes que refletiam a total obediência ao Pai, não caminhos de caprichos pessoais.

Jesus percebera que Satanás estava tentando-o a cair no mesmo pecado que o povo de Deus caiu em Massá.

O povo havia duvidado da presença de Deus no meio deles para O método de omissão de parte do texto Bíblico para se ajustar aos intentos do interlocutor, usado por Satanás, tem se repetido por muitos séculos, na criação e desenvolvimento de inúmeras seitas heréticas.

Satanás distorcendo as Escrituras queria fazer parecer que Deus protegeria qualquer pessoa, mesmo que este desafiasse as leis naturais.


Satanás é real. Muitos negam a sua existência, considerando-o apenas um símbolo do mal. Outros o “pintam” como alguém que tem chifres, patas, rabo e um garfo grande na mão, e preside um lugar chamado inferno. A Bíblia no-lo apresenta como alguém real, que não deve ser ignorado. Alguém que faz de tudo para que o homem não se converta a Jesus, e que os já convertidos caiam de sua firmeza em Cristo. É alguém contra quem precisamos nos defender com armas espirituais. Mas é também alguém que já foi vencido por Jesus na cruz.

Se estivermos na presença de Deus, jamais iremos ser vencidos por ele; pois em Cristo somos mais que vencedores.